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Comitiva alemã apresenta projeto de usina ao Médio Vale aos prefeitos da região

Projeção é que em 2020 a região produza 170 mil toneladas de lixo por ano

Apresentar o projeto executivo de uma usina de biometanização para a geração de energia através de resíduos sólidos urbanos foi o objetivo da visita de uma comitiva alemã ao Médio Vale do Itajaí. A explanação feita aos prefeitos, no dia 17 de abril, relatou o desenvolvimento do projeto e discutiu detalhes para finalizá-lo. A iniciativa vem sendo liderada pela Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (Ammvi).
 
O gerente da empresa alemã Umwelt GmbH, Frank Zörner, sugere que a Ammvi crie estrutura para receber os materiais da coleta seletiva dos municípios e comercialize esses produtos de forma conjunta, além de adquirir máquinas e equipamentos que possam ser compartilhados entre os municípios e manter a troca de experiências para propor novas soluções.
 
O secretário executivo da Ammvi, José Rafael Corrêa, explica que a ideia é a convergência de ações em prol de um único objetivo: implantar o gerenciamento de resíduos sólidos de forma integrada entre os municípios, respeitando as características locais. Segundo ele, a entidade está fazendo a capacitação dos técnicos municipais através de um convênio firmado com uma universidade sueca, para aprimorar o processo de coleta seletiva nos municípios e otimizar o aproveitamento dos materiais.
 
A proposição de Zörner é que os municípios continuem fazendo a coleta de material reciclável e lixo úmido e que a população seja conscientizada a depositar o lixo orgânico em recipiente específico. Ele recomenda que sejam disponibilizados aos cidadãos espaços específicos, em locais de grande circulação de pessoas, para depósito de vidro, papelão, vestuário, além de pátios de reciclagens de aparelhos inservíveis, como eletrônicos e móveis.
 
Conforme dados apresentados na reunião, a projeção é que em 2020 a região do Médio Vale produza 170 mil toneladas de lixo por ano, o que é, segundo Zörner, volume suficiente para viabilizar o funcionamento de uma usina, gerando energia capaz de beneficiar milhares de pessoas. Deste montante, a previsão é que a região de Blumenau produza 100 mil toneladas por ano, enquanto que as regiões de Timbó e Brusque produzirão 30 e 40 mil toneladas por ano, respectivamente.
 
O projeto apresentado aos prefeitos aponta ainda que a melhor alternativa é a construção de uma unidade centralizada de processamento de resíduos, já que o custo de construção e operação é 34% menor do que instalar unidades descentralizadas, ou seja, em mais de um município.
 
O gerente da empresa alemã explica que a unidade centralizada deve ser construída em Blumenau pela proximidade com os municípios com maior geração de resíduos. Esta unidade vai receber a fração orgânica dos municípios, fazer o tratamento dos resíduos através do biodigestor e destinar o material inerte aos aterros sanitários, provavelmente localizados em Timbó e Brusque. Estes municípios poderão comportar ainda as estações de transbordo.
 
Assessora de Saneamento da Ammvi, Fabiana de Carvalho Rosa, analisa que dentre as vantagens desse processo está a diminuição da área do passível ambiental, redução do volume de resíduos nos aterros e geração de energia.
 
Segundo o presidente da Ammvi e prefeito de Timbó, Laércio Schuster Junior, a ideia é instalar primeiro um biodigestor para transformar uma quantidade menor de resíduos, para posteriormente dar prosseguimento às demais construções da estrutura completa.
 
Processo
A sugestão é que os materiais recicláveis selecionados pelos municípios sejam comercializados e, os resíduos orgânicos sejam enviados ao biodigestor para decompô-los em gás que, tratado e purificado, poderá ser transformado em gás natural ou energia elétrica.
 
Conforme a assessora de Saneamento da Ammvi, Fabiana de Carvalho Rosa, o material que sai do biodigestor é matéria orgânica quase completamente estabilizada. Se este material passar por um processo de compostagem (degradação na presença de oxigênio), torna-se inerte e não causará danos ao meio ambiente quando disposto em aterro. “Dependendo da pureza da matéria orgânica que entra no biodigestor, esse material, após passar pelo processo de compostagem, poderia ser até mesmo vendido como fertilizante”, explica.
Fonte: Assessoria de imprensa – Ammvi