Como a diversidade de público no Rock na Praça impulsiona bandas independentes de Brusque
Evento é considerado um dos principais do gênero no município
Evento é considerado um dos principais do gênero no município
O cenário do rock brusquense teve seu principal momento de confraternização neste fim de semana. Amantes de diferentes variações do gênero se reuniram no Maria Celina Vidotto Imhof, o pavilhão da Fenarreco, neste sábado, durante o 18º Rock na Praça. As apresentações são um momento de contato entre os diferentes públicos e indicadas como um momento para as bandas apresentarem seus trabalhos autorais.
Iniciativas como esta são indicadas por Rudi Vetter, 35 anos, como uma oportunidade importante de contato com o público que acompanha o trabalho das bandas. Vocalista da banda de trash metal, Raging War, ele destaca também a possibilidade de aproximação com pessoas de gostos diferentes ou que não conheciam o trabalho.
A banda foi a primeira a subir ao palco. Ela é mantida com este nome e formação desde 2016, apesar de boa parte dos integrantes tocar junto desde 2006, quando a banda ainda mantinha o nome de Monster Truck.
Durante o Rock na Praça eles fizeram o lançamento do CD Raging War. O álbum é o de estreia da banda e estava pronto e sendo distribuído desde junho. Vetter comemora a sequência de apresentações agendadas para a Raging War e pretende aproveitar os eventos para disseminar a produção. “Nosso interesse com o CD não é nem conseguir lucro, mas que as pessoas escutem nosso trabalho e possamos evoluir enquanto banda”.
Busca por novos públicos
Na avaliação dele, o evento é uma vitrine para as bandas locais mostrarem o trabalho para públicos diversos. No evento, mesmo com um estilo agressivo, destaca a aceitação e possibilidade de espalhar a música.
Para ele, a dificuldade de espaço para divulgação do trabalho do rock autoral e a importância do incentivo aos grupos em iniciativas. “Existe uma cena que já foi muito forte. Ela existe, mas estamos na luta para fomentar ela, trazer fãs novos. Todas as bandas precisam de uma renovação de fãs e o rock é um estilo mundial e eclético”, resume.
Com o contexto, as mídias sociais e serviços de streaming ganham importância no trabalho das bandas. Uma forma encontrada de disseminar o trabalho do grupo em tempos de poucas apresentações são as exibições ao vivo, pela internet.
De acordo com o vocalista, outra forma é buscar eventos variados dentro do gênero é importante para este processo de renovação de público. “Temos crianças e jovens que estão entrando no cenário musical e precisamos mostrar isso de alguma forma. Se a banda fica só trancada dentro de estúdio ensaiando não conseguimos”.
Incentivo ao autoral
“É uma cena que existe, mas fica meio escondida. Tem um pessoal que já é dela que apoia as outras bandas, agora para buscar público é algo bem difícil”, resume Ruan Pedrini, 20, guitarrista das Stall The Orange e da Lost Pines.
Com um cenário limitado de apresentações, os festivais, concursos e eventos em cidades vizinhas são as principais formas de demonstrar o trabalho próprio das bandas locais. De acordo com ele, uma barreira a ser superada é a abertura de espaços para apresentações de sons autorais. No município, destaca é comum a exibição de covers.
No Rock na Praça, além da interação com as outras bandas e o cachê pago pelas apresentações, destaca a possibilidade exibição do trabalho para um público variado. “Tem vezes que a pessoa gosta de metal, escuta nossa música e gostar também, mas não iria também e este é um dos pontos importantes do evento”.
Coordenador da Fundação Cultural, Igor Alves Balbinot, reforça a avaliação sobre o Rock na Praça e o papel do evento em incentivar e unir as bandas locais. “Temos uma cena autoral muito forte e este evento ajuda a florescer ainda mais este tipo de atividade artística”, destaca. Outro incentivo destacado por ele é o Ensaio Aberto, evento mensal que ocorre desde o primeiro semestre e possibilita apresentações ao ar livre para músicos locais.