Como duplicação da rodovia Ivo Silveira pode impactar no número de acidentes em Brusque
Após a ampliação, acidentes com mortes na rodovia Antônio Heil caíram pela metade
Assunto frequente quando tema é segurança no trânsito de Brusque, a duplicação da rodovia Ivo Silveira já tem data para publicação do edital: em março deste ano. No entanto, todos os trâmites que envolvem a obra de 17 quilômetros podem levar anos, semelhante ao que aconteceu com a rodovia Antônio Heil.
Para avaliar a importância da duplicação do trecho que liga Brusque a Gaspar, o jornal O Município conversou com o comandante da Polícia Militar de Brusque, tenente-coronel Otávio Manoel Ferreira Filho, sobre o tema. Ele é categórico ao dizer que a duplicação da rodovia impactará positivamente nos números de acidentes, reduzindo e evitando as colisões que podem ser até fatais.
Vantagens da duplicação
Na avaliação do comandante há vários benefícios proporcionados pela duplicação da rodovia.
“Posso afirmar que a duplicação reduz número de óbitos, até porque tem a mureta central, não existe a ultrapassagem perigosa, na qual o motorista está sujeito a colidir de frente no veículo que vem no sentido contrário. Não há dúvidas que a duplicação ajuda a reduzir sim os acidentes de maior gravidade e, consequentemente, os óbitos”, diz.
Segundo o tenente-coronel, boa parte dos óbitos registrados na rodovia Ivo Silveira são próximos aos shoppings atacadistas localizados ao longo do trecho. Os registros mais frequentes são de motos ou carros que atravessam a via.
Em geral, os acidentes ocorrem devido ao abuso e excessos no trânsito como ultrapassagens, costurar entre veículos ou transitar em velocidade inadequada, conforme explica Otávio.
Entre 2012 e 2021, rodovia Ivo Silveira registrou 24 mortes. Os números consideram o trecho da rodovia que fica em Brusque, sem as estatísticas das mortes ocorridas no trecho pertencente a Gaspar.
Além disso, durante este período diversos acidentes foram registrados na via. Em consulta ao site do jornal O Município, apenas no último ano, foram noticiados quase 40 acidentes que ocorreram entre Brusque e Gaspar, sendo desde colisões pequenas, até engavetamentos e colisões que resultaram em mortes.
“A maioria é moto e geralmente se envolvendo com outro veículo de passeio. 70% dos óbitos de trânsito em Brusque são provenientes da motocicleta infelizmente, apesar da frota de moto ser de 23%”, diz.
Ele ainda acrescenta que por ser um veículo ágil e menor, os condutores “acabam se arriscando de mais” e que quando não conseguem finalizar a ultrapassagem “acabam pagando caro na manobra realizada, muitas vezes com a própria vida”.
Rodovia Antônio Heil
Ele comenta que a duplicação da rodovia Antônio Heil fica quase completamente localizada em Itajaí, sendo poucos quilômetros em Brusque. Na rodovia, grande parte dos óbitos registrados no município são no trecho não duplicado. “A maioria dos óbitos que ocorrem dentro de Brusque são no Mont Serrat ou próximo a Havan. É no trajeto que não está duplicado”, reforça o comandante.
No entanto, o comandante afirma que devido ao pequeno trecho duplicado em Brusque, o impacto é pequeno para os números de acidentes ou óbitos diretamente no município.
Antes da duplicação, em 2012, Brusque registrou quatro mortes no trecho. O número estabilizou em dois óbitos entre 2020 – quando a rodovia foi entregue – e 2021, de acordo com os dados da Polícia Militar.
Para que possa ser reduzido o número de mortes, o comandante da PM comenta que há algumas medidas que podem ser tomadas, como a instalação de muretas para evitar o cruzamento entre as pistas. “Apesar de ter oito lombadas entre a Uvel e a Havan, ainda assim registramos acidentes com óbitos”, diz.
Mortes nas rodovias
Conforme apontam os dados da PM, em 2012, antes do início da duplicação da rodovia Antônio Heil, foram registradas cinco mortes no local – somente no trecho menor, pertencente a Brusque. Já em 2015, quando o serviço de ampliação da rodovia foi iniciado pelo governo do estado, foram registradas apenas duas mortes. No entanto, nos anos seguintes os números aumentaram, chegando ao marco de quatro óbitos em 2019.
Foi a partir de 2020, ano em que o governo do estado entregou a obra, que os números de óbitos na rodovia Antônio Heil estabilizaram em dois por ano. Ao todo, no período de 2012 a 2021 a PM de Brusque contabilizou 24 mortes na rodovia.
Apesar de ainda não ter data para início da duplicação, a rodovia Ivo Silveira registrou diversos acidentes com morte no trecho de Brusque nos últimos anos. O levantamento da PM mostra que em 2012 foram quatro óbitos, número que se repetiu em 2020. Já no ano passado, os policiais militares contabilizaram três óbitos. O destaque foi em 2018, quando nenhuma morte foi registrada no trecho da rodovia em Brusque nos últimos nove anos.