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Como está o funcionamento do recém-inaugurado albergue municipal

Pessoas abrigadas elogiam estrutura e equipe disponíveis até o momento e buscam melhores condições de vida

Inaugurado em 1º de agosto, o Albergue Municipal para pessoas em situação de rua já abriga cerca de 30 pessoas, de acordo com estimativa extraoficial repassada ao secretário de Assistência Social e Habitação, Deivis da Silva. O Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (POP), aberto juntamente com o albergue, também registra um número satisfatório de atendimentos. O local disponibiliza duas máquinas de lavar roupa com secadora, chuveiros para pessoas não abrigadas e acompanhamento psicológico.

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“Como faz pouco tempo desde que abrimos o albergue e o Centro POP, ainda não temos relatórios com números exatos. O que a gente percebe é que as máquinas de lavar e os chuveiros estão sendo muito bem aproveitados. Os abrigados saem do albergue e alguns já vão direto para o Centro POP”, comenta Silva.

Outro trabalho desenvolvido é o do retorno das pessoas em situação de rua às suas cidades de origem. Conforme relata o secretário, a situação é trabalhada com cautela e as pessoas só deixam Brusque se estiverem de acordo.

“Nas entrevistas com os albergados ou com os que frequentam o Centro POP são obtidos dados como cidade de origem e motivo da vinda para Brusque. Queremos, quando é possível, tentar viabilizar este retorno a um ambiente que lhes é familiar, ofertando as passagens.”

Até o momento, não houve registros de pessoas com deficiência física ou de famílias refugiadas em função de violência doméstica. São duas situações que as novas instalações têm condições de suportar, como foi determinado pelo Ministério Público, quando requereu a construção destas estruturas em Brusque.

Atualmente, há apenas uma mulher abrigada no albergue, esposa de um dos abrigados. A ala masculina é a mais ocupada. Há também um espaço no qual é possível estacionar as carroças utilizadas na coleta de lixo reciclável e onde são deixados os animais de estimação. “Não houve problema quanto a isso, se algum cachorrinho se estressa com outro, eles são separados. Ainda não houve muitos que precisaram daquele espaço”, afirma Silva.

Histórias
O encaminhamento das pessoas cadastradas para vagas de trabalho também tem sido executado, mas ainda não estão disponíveis as estatísticas sobre esta atividade. Gonzalez Nazareno de Andrade, 48 anos, esperava uma proposta de trabalho quando a reportagem do jornal O Município chegou ao local. Ele é de Rio do Sul e está desde 13 de agosto abrigado no albergue. Trabalha com pintura, letreiros, conserto de eletrodomésticos, construção civil e serviços gerais. Passou a estar em situação de rua há seis meses.

“Só tenho a elogiar. Muitas pessoas não têm estas condições. Tá como um hotel cinco estrelas. Pela recepção, pelo acolhimento. Tem comida boa à noite, tudo bem organizado. Roupa de cama limpa, tem TV, banheiros limpos. O pessoal que cuida sabe lidar com as situações e conservar o local”, relata.

Allan está satisfeito com o apoio, mas planeja melhorias de vida | Foto: João Vítor Roberge

Allan Diego Moreira e Silva é natural de Maringá (PR) e faz pinturas artísticas em azulejos e as vende no Centro. Com a renda, consegue poupar um pouco de dinheiro e se manter. Afirma que passa por albergues porque gosta de viver em companhia, e não conseguiria morar completamente sozinho. Após o trabalho, chega sempre com as roupas e a pele bastante sujas com a tinta. Abrigado no albergue há cerca de uma semana, tem muitos elogios à estrutura do local.

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“Já passei por muitos albergues com água fria, sem chuveiro, sem limpeza. Comparado com outros lugares, aqui é maravilhoso, cinco estrelas. Só não esquece de botar lá no jornal que o pessoal aqui é mão-de-obra disponível pra quem estiver procurando”, comenta.

Alexandre Santos de Oliveira veio do Rio Grande do Sul, mas é de Naviraí (MS), e chegou em Brusque no início de agosto, direto para o albergue. Quando foi lembrado sobre a existência do Clube Esportivo Naviraiense, o time de futebol da cidade, reclamou. “Não, o time é muito ruim… É o Jacaré do Conesul, como é que pode isso… O pessoal torce mais para times de fora, e muita gente também torce pro CENE, Clube Esportivo Nova Esperança, de Campo Grande”, conta.

O pintor industrial conta que pretende permanecer em Brusque, e busca incessantemente por emprego na cidade. O plano é permanecer no município, que, segundo ele, possui alto nível de desenvolvimento e grandes empresas.