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Como estão os processos de falência e recuperação judicial das fábricas centenárias de Brusque

Administrador judicial atualiza situação relativa ao pagamentos dos trabalhadores das têxteis

O Município atualiza como está a movimentação dos processos de falência e recuperação judicial das fábricas centenárias de Brusque: a Buettner, a Schlösser e a Renaux, neste início de ano.

Nos três casos, em maior ou menor números, ainda há trabalhadores demitidos que precisam receber valores atrasados.

A reportagem ouviu o administrador judicial das falências e recuperações judiciais das empresas, Gilson Sgrott, e atualiza a situação de cada uma delas.

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Companhia Industrial Schlösser

Trabalhadores só recebem após venda de imóveis da companhia | Foto: Arquivo O Município

Recentemente foi dada por encerrada a recuperação judicial da Schlösser, que não chegou a ter a falência decretada. No entanto, credores da companhia ainda tem valores a receber, incluindo os trabalhistas.

No plano de recuperação judicial, foram estipuladas forma diferentes de pagamentos dos credores: imóveis foram dados em garantia para cada tipo. A sede da empresa, por exemplo, que foi comprada pela Havan, serviu para o pagamento de credores como bancos e empresas.

Para os trabalhadores, Sgrott explica que a empresa deu dois terrenos como forma de pagamento, e cabe aos próprios credores, por seus representantes, vendê-los para distribuir os recursos.

Um dos terrenos fica em frente ao antigo RH da empresa avaliado em R$ 8 milhões, e o outro, da associação recreativa, cujo preço é estimado em R$ 7 milhões.

Os sindicatos que representam os trabalhadores não têm conseguido vender o imóvel. Até chegam consultas, mas nenhuma proposta concreta para ser levada para discussão em assembleia.

Fábrica de Tecidos Carlos Renaux

Na Renaux, somente trabalhadores que tem mais de 150 salários mínimos ainda não receberam os valores devidos| Foto: Arquivo O Município

Após a venda do patrimônio imobiliário da fábrica Renaux à Havan, a maior parte dos créditos com os trabalhadores demitidos da empresa foi pago, já que a transação foi de R$ 37 milhões.

Há, no entanto, uma parcela de 15 a 20 credores trabalhistas que podem vir a não receber os valores devidos. Isso porque não há dinheiro para pagar todas as dívidas da fábrica, e a lei de falência estipula uma ordem de pagamento. Quando o dinheiro acaba, os pagamentos são interrompidos.

O administrador judicial explica que todos os que tinham até 150 salários mínimos a receber já tiveram o dinheiro creditado. Os que tem a receber acima disso vão para outra classe de credores, no fim da fila.

O pagamento dos credores deve ser retomado em fevereiro, mas, conforme as contas do administrador judicial, os recursos irão se esgotar nos credores tributários, não restando mais nenhum bem da fábrica a ser vendido para continuar a quitação dos débitos, que será dada por encerrada.

Buettner Indústria e Comércio

Leilão de bens da Buettner deve ocorrer em 2019, ainda sem data definida | Foto: Arquivo O Município

De todas as falências de fábricas centenárias de Brusque, a da Buettner é que tem o processo mais recente. Por isso, está em fase inicial, e ainda deve levar um tempo para que os credores trabalhistas sejam pagos.

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Conforme o administrador judicial, o processo de falência está na fase de avaliação do valor dos bens da empresa. Inicialmente foi feita a identificação de todo o patrimônio. Agora está sendo estipulado o valor. Já foi entregue uma estimativa para o maquinário: pouco mais de R$ 7 milhões.

Em janeiro há expectativa de que seja entregue a avaliação dos outros bens móveis, como mesas, cadeiras, armários, etc, assim como do patrimônio imobiliário da companhia.

Sobre esses valores, que são apurados por peritos contratados, a Justiça consulta todos os interessados. Credores, administrador judicial, Ministério Público. Uma vez aprovados, são convocados os leilões é e feita a venda do patrimônio. Isso ocorrerá em 2019, mas ainda sem data definida.