Estamos em época de Halloween, na qual muitos medos saem da “toca”.

Recentemente fiz uma postagem em meu Instagram sobre os medos mais comuns da infância e me surpreendi com os depoimentos de mães que ainda tinham medos daquela época.

O medo é um sentimento primitivo, fundamental no desenvolvimento humano, ainda mais se partirmos do princípio que na era Pré-História filhotes eram caçados por predadores e o medo os fazia fugir e dar continuidade à espécie.

Portanto, pense que o medo nos moveu até aqui. Mas até quando é normal ter medo? Ou é normal ter medo de quê?

Cada fase da infância apresenta um medo mais comum e, como pediatra e consultora de sono, tenho que trabalhá-los de forma saudável para poder evoluir nas conquistas de desenvolvimento e de sono de uma criança.

O primeiro medo que ocorre na vida de um bebê é o que chamamos de angústia de separação, medo de que a mãe ou o pai vão embora e não voltem mais.

Esse medo ocorre por volta do décimo mês de vida e pode se estender até dois anos. Se não trabalhado corretamente ainda quando bebê, esse medo pode acabar se transformando em um transtorno de ansiedade de separação.

Então, tente brincar de esconder, eventualmente deixe-o com os avós, padrinhos e sempre reforce que você irá voltar. A partir dos três anos os medos mais frequentes estão relacionados a monstros, fantasmas e personagens, devido à criatividade ilimitada que as crianças nessa idade têm.

Eles podem relatar o motivo do medo e fica mais fácil de trabalhá-lo. O ideal é junto com a criança desconstruir esse cenário que ela mesma montou e que gerou tanta aflição, fazendo questionamentos. “Como o monstro chegou até aqui?” “Como ele pode estar aqui sem que tivéssemos visto?” “Eu estou aqui para te proteger, nós vamos espantar o monstro!”

A partir dos dez anos eles já apresentam medos muito semelhantes aos adultos, como o medo de morrer, de doenças, de violência ou acidentes, e aí sim isso deve ser explorado de forma muito coerente, para que não gere ansiedade ou pânico, que acabam sendo mais frequentes nessa idade e atualmente.

Dependendo da gravidade, é necessário acompanhamento multidisciplinar. Reforço continuamente para observarmos nossas crianças: elas não adoecem ou têm problemas do dia para a noite. Isso ocorre dia após dia, com detalhes sendo deixados de lado.

Cuide de seus medos também e isso o tornará seguro e apto para lidar com medos que não são os seus.

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Atendo na Clínica Integrare, anexo à Salutar Centro de Saúde, Jardim Maluche. Você também pode me chamar no WhatsApp 47 99266-2028