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Como o golfe rendeu lucro, títulos e qualidade de vida a brusquense

Douglas Xavier, empresário do ramo de softwares, pratica e ajuda a desenvolver a modalidade

Antes de abrir uma empresa de softwares em São Paulo, o brusquense Douglas Ernane Xavier não gostava de golfe. Para ele, assistir a uma partida da modalidade na televisão era um sacrifício, e a aparente falta de desafio da prática não o atraía. O que fez então com que Douglas, em apenas três anos, conquistasse 12 títulos, se tornasse presidente de um clube de golfe e ainda criasse um projeto social envolvendo este esporte e crianças da educação pública?

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Primeiro de tudo, o contato com o golfe. Quando chegou no estado, o sócio de sua empresa, que já praticava, o convidou para conhecer. A curiosidade o fez experimentar o esporte que mudaria sua vida. Assim que percebeu que havia muito mais competitividade dentro do golfe do que imaginava, logo Douglas passou a se desafiar e buscar aprimorar suas qualidades.

Em pouco tempo, conforme explica, já estava competindo com os principais nomes do estado e do país. “É um esporte em que geralmente o atleta leva cerca de três anos para começar a tornar-se competitivo, e por isso fiquei bastante reconhecido no meio do golfe, amadureci com muita rapidez.”

Mas o seu envolvimento no esporte do taco não se resumiu aos treinos e às competições. Logo ele tratou de se envolver com a sociedade praticante da modalidade e criar soluções para mazelas da atividade no Brasil com softwares que geraram lucro, conquistando vitórias no golfe tanto dentro quanto fora do imenso campo em que o esporte é praticado.

Primeiras tacadas
São Paulo respira o golfe, e é o estado que possui a maioria absoluta dos campos voltados para a modalidade – que exigem um bom espaço, mais precisamente entre 25 e 30 hectares, ou 25 a 30 campos de futebol. O espaço ideal para prática oficial mais perto de Brusque fica no Costão do Santinho, em Florianópolis.

Em sua última participação numa competição nacional, o brusquense ficou na quinta posição. Foto: Divulgação

Foi no centro de treinamento da Federação Paulista de Golfe que Douglas deu suas primeiras tacadas. “É um esporte em que você desafia a si mesmo. Precisa ter concentração, disciplina. O golfe é considerado uma das modalidades mais difíceis, por ser de alta precisão.”

Em sua última participação numa competição nacional, o brusquense ficou na quinta posição, o que foi muito comemorado por ele. Ele disputa na categoria Amador, que conforme ele explica, tem pouca diferença em comparação com a Profissional.

“As distinções são apenas a dedicação aos treinos, que é o tempo todo no profissional, e também a efetiva inscrição nas modalidades profissionais. Mas é bem diferente do que, por exemplo, a discrepância do futebol amador e do profissional. Eu prefiro a categoria Amador porque me dá mais liberdade para praticar, competir e ainda administrar meus negócios.”

Esporte e sociedade
Por muitos anos, principalmente no Brasil, o golfe foi associado somente com a aristocracia, de modo que a modalidade passou a ser vista como praticada apenas por uma camada privilegiada da sociedade. Contudo, principalmente após o retorno do esporte na Olimpíada de 2016, que deixou como legado ao Brasil o campo olímpico – único do mundo – há um esforço dos entusiastas para que cada vez mais pessoas tomem gosto pelo esporte.

Douglas elaborou projeto social que permitiu acesso ao esporte para crianças e jovens da educação pública. Foto: Divulgação

Foi assim que Douglas elaborou um projeto social que permitiu que crianças e jovens da educação pública tivessem acesso ao golfe. Ele, que se tornou presidente do clube Vila da Mata, em São Roque, observou o potencial pouco explorado do local. “Ele é um clube dentro de um residencial, e tivemos que quebrar alguns paradigmas porque existe ainda um pensamento muito tradicional sobre como as coisas podem ser feitas no golfe. Mas o antigo modelo de gestão não estava funcionando, de modo que o clube tinha déficit mensal, e os sócios precisavam sempre cobrir este rombo.”

Hoje o clube está com as contas no verde e rendendo dinheiro, que é utilizado para investir em ainda mais infraestrutura. Por meio de eventos realizados entre os sócios, foi possível avançar no projeto com as crianças. “Hoje nós estamos com três escolas públicas de São Roque. As crianças vêem, usam os equipamentos uma vez na semana, conhecem o golfe e são incentivadas à prática.”

Segundo Douglas, o fluxo de pessoas utilizando o campo também aumentou cerca de 50%. Não somente as crianças, mas os próprios sócios da Vila da Mata estão mais ativos nos jogos por lazer ou pelo treinamento.

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Oportunidade de negócios
Como presidente do clube, o brusquense notou que o modelo de gerir o golfe no país ainda era antiquado. Aí ele teve a ideia de juntar suas duas paixões: a elaboração de softwares e o esporte. Douglas criou um sistema para gerir clubes de golfe que logo passou a atrair o interesse também de outras agremiações.

Douglas também investiu em um sistema para administrar competições, que vem crescendo no país. “A gente notou que, para se inscrever em um evento de golfe, as pessoas ainda usavam um esquema antiquado. Era necessário ir ao clube, buscar uma ficha, muitas vezes até mesmo efetuar pagamento no banco.”

Foi daí que surgiu o Golf Score, software que facilita todo este processo e já vai ganhando adesão das entidades organizadores de competições. As criações de Douglas estão presentes em pelo menos quatro clubes, incluindo o campo olímpico.

Esta completa imersão no esporte pelo brusquense, que ainda tem casa no bairro Águas Claras e visita a família com frequência, abriu para ele uma série de portas. “O golfe me proporcionou uma série de coisas, como contatos, investimentos e conquistas no esporte. Tenho um foco bem grande em poder evoluir como atleta e também em difundir a modalidade em todo o país.”