Como o trânsito de caminhões pesados afeta as pontes de Brusque

Maioria das estruturas da cidade foi projetada para receber trânsito leve

Como o trânsito de caminhões pesados afeta as pontes de Brusque

Maioria das estruturas da cidade foi projetada para receber trânsito leve

O tráfego intenso de veículos pesados em Brusque é uma das preocupações da Secretaria de Infraestrutura Estratégica (SIE) do município, principalmente em relação às pontes.

A maior parte das pontes da cidade foi construída há anos, atendendo a uma normativa de trânsito leve, porém, com o passar dos anos e o crescimento do município, muitas das ruas e pontes mudaram sua configuração e agora recebem, diariamente, um trânsito pesado.

“O município foi crescendo, as empresas foram se instalando no interior e as pontes construídas na época para um acesso residencial, agora tem um trânsito pesado, o que nos causa preocupação”, destaca a secretária de Infraestrutura Estratégica, Andrea Volkmann.

O engenheiro civil Renato de Borba, da SIE, explica que as pontes são classificadas em três tipos: leves, médias e pesadas. As pesadas, que tem capacidade para 45 toneladas, eram construídas somente nas rodovias, onde havia mais tráfego de caminhões antigamente. 

Hoje, no entanto, as pontes construídas para 45 toneladas já estão sendo utilizadas na área urbana, devido ao crescimento da cidade e ao aumento no trânsito de caminhões.

No caso de Brusque, o engenheiro destaca que a maioria das pontes foi construída seguindo a normativa antiga, com padrão de 15 e 30 toneladas, e devido ao aumento significativo no trânsito de veículos pesados, elas estão sofrendo um processo de fadiga.

“Elas estão configuradas para 30 toneladas, suportam caminhão passando em cima, mas com o tráfego intenso, elas sofrem. O ciclo de vida dessas estruturas diminui muito com o trânsito pesado. Este é um fato que não acontece só em Brusque”.

De acordo com o engenheiro, o peso dos caminhões impacta a estrutura das pontes como um todo. Ele cita como exemplo o caso da ponte da rua Itajaí, no bairro Limoeiro, que não foi projetada para receber o tráfego intenso de veículos pesados e precisou ser interditada porque havia risco de colapsar. 

Fiscalização 

De acordo com Andrea Volkmann, a área central de Brusque é a principal preocupação, pois é um ponto estratégico para as cidades vizinhas.

“Somos um corredor de passagem. O escoamento de muitas mercadorias passa por nossa área central. Estamos em um vale, todo o município é cortado por um rio e a forma que temos de chegar de um lado a outro é pelas pontes, assim como os caminhões”.

A região do bairro Dom Joaquim também preocupa porque está na rota dos caminhões que vêm de Botuverá e Vidal Ramos, geralmente transportando calcário. Já na região do bairro Guarani, a secretária aponta o tráfego dos caminhões das malharias.

Outro ponto levantado por Andrea é a falta de fiscalização e também a falta de respeito pela sinalização. Ela reconhece que a prefeitura não tem uma equipe que consiga dar conta de fiscalizar todo o trânsito, mas também destaca que hoje, a maneira mais fácil de evitar o trânsito pesado em pontes problemáticas é a interdição.

“Os motoristas não respeitam. Foi o que aconteceu na do Dom Joaquim. Sinalizamos a proibição do tráfego de caminhões, mas os motoristas não respeitaram e tivemos que interditar. O mesmo aconteceu na ponte da rua Itajaí. Os motoristas de caminhão sempre procuram o caminho mais rápido, não tem essa percepção de segurança e acabam não respeitando essa limitação e isso nos atrapalha bastante”, destaca a secretária.

Estudo para análise das pontes

Andrea Volkmann afirma que um estudo sobre a segurança das principais pontes de Brusque já foi contratado pela prefeitura e agora a secretaria aguarda o laudo para poder tomar as providências. “Vamos fazer em cima deste estudo um projeto de substituição ou reforço das pontes”.

A secretária destaca que o reforço ou a substituição das pontes em pior estado demandará muito recurso e, por isso, deve ser algo executado a longo prazo. “A gente trabalha com uma dotação orçamentária limitada, então o que a gente precisa fazer é verificar as prioridades, qual valor investir de imediato e planejar as ações futuras”.

A ponte do Guarani, que caiu em junho, está em fase de reconstrução e, de acordo com Andrea, foi projetada para suportar 45 toneladas. “Todas as novas pontes da cidade serão dimensionadas para 45 toneladas”.

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