Como resultado da pandemia, em 86,5% das famílias onde foi solicitado um empréstimo, o pedido foi aceito
A pandemia está longe de acabar, mas os seus efeitos, não só na saúde, mas também na economia e no trabalho vêm se sentindo faz meses. Um deles foi a forte perda de fontes de ingressos para milhões de famílias brasileiras. Seja por ter ficado sem emprego como por ter visto reduzidas as ventas no […]
A pandemia está longe de acabar, mas os seus efeitos, não só na saúde, mas também na economia e no trabalho vêm se sentindo faz meses. Um deles foi a forte perda de fontes de ingressos para milhões de famílias brasileiras. Seja por ter ficado sem emprego como por ter visto reduzidas as ventas no caso de quem tiver o seu próprio negócio, as pessoas saíram na procura de apoio financeiro durante estes meses de incertezas.
Com o intuito de ajudar aos mais prejudicados, o Governo Federal assim como cada estado e ainda instituições privadas desenvolveram inúmeras medidas de apoio, principalmente mediante outorgamento de créditos, postergação de pagamentos e até mesmo subsídios. Talvez uma das mais icônicas seja o famoso Auxílio Emergencial outorgado pelo governo por meio da Caixa Econômica Federal e orientado para trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid-19 (PNAD) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 42,2% dos domicílios brasileiros receberam auxílio emergencial, com um promédio de R$ 688 por família.
Outros dos protagonistas do ano foram os créditos e como as instituições financeiras foram se adaptando ao longo dos meses para acompanhar aos clientes e reativar o consumo. Primeiramente a maioria dos bancos tomaram a decisão de diferir o pagamento das parcelas de empréstimos vigentes no momento da irrupção do Covid-19 no país, e ofereceram novos créditos com pagamentos adiados até por mais de três meses. Ao mesmo tempo os préstamos se tornaram umas das ferramentas mais utilizadas tanto pelas empresas como pelas famílias com instabilidade econômica.
Segundo o IBGE, durante a pandemia aumentou o número de brasileiros que procuraram algum tipo de empréstimos. Em cerca de 6 milhões de domicílios no país um morador solicitou um crédito até outubro. A cifra é importante levando em conta que existem no Brasil 68,7 milhões de lares. Do total dos requerimentos o 86,5% foram atendidos. É claro que os porcentuales mudam dependendo da região do país. A maior proporção de domicílios que solicitaram e conseguiram um crédito foi para a Região Sul com 8,7%. Já o menor porcentual foi para o Norte onde só 6,8% dos lares tiveram algum pedido de empréstimo aceito.
E o motivo do aumento na procura dos créditos? principalmente a redução nas rendas. Para entender é preciso diferenciar o rendimento habitual de um trabalhador com a renda efetiva (ou seja aquilo realmente percebido pela pessoa). Em outubro, por exemplo, o rendimento médio habitual de todos os trabalhadores era de R$ 2.345, mesmo assim aqueles receberam efetivamente R$ 2.194 me média. Quer dizer que a renda efetiva significou 93,6% do que seria recebido habitualmente. A boa notícia é que o porcentual vem crescendo se comparado com o mês de maio, em que a renda efetiva se correspondia apenas com o 81,5% do rendimento habitual. Pior ainda foi a situação dos brasileiros que sofreram a perda do emprego por causa da crise. Os dados oficiais apontam a uma taxa de desemprego recorde de 14,4%no trimestre encerrado em agosto. Seria a maior taxa registrada desde 2012.