Compartilhamento de boatos são comuns no Facebook; saiba como se proteger
Informações falsas são facilmente disseminadas porque seus criadores se aproveitam das características emocionais dos usuários
Um texto que circula desde 2012 no Facebook com uma declaração em que o usuário proíbe o uso de qualquer conteúdo postado por ele pela rede social voltou a ser bastante publicado nas últimas semanas.
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Desde seu surgimento, o post já ganhou diversas versões, no entanto, todas tem a mesma estrutura: declara o perfil como privado e veta a “divulgação, cópia, distribuição ou qualquer outra ação” de imagens, informações ou publicações, “tanto do passado como do futuro”, pelo Facebook e organizações controladas pela empresa.
O boato surgiu principalmente porque em 2012 a rede social passou a ter suas ações negociadas na bolsa de valores. O texto já foi desmentido pelo porta-voz da rede social no Brasil diversas vezes, mas toda vez que volta à tona, consegue fazer mais “vítimas”.
A corrente da privacidade, no entanto, não é a única a circular pela rede social. Também ressurgem de tempos em tempos os boatos de que a partir de uma determinada data o Facebook será pago; que o Facebook irá ajudar uma criança doente se o post chegar a um determinado número de compartilhamentos; que é possível mudar a cor da rede social; que o Facebook vai disponibilizar o botão “não curti”, e assim por diante.
A consultora de marketing digital, Camila Renaux, explica que as correntes e boatos no Facebook são facilmente disseminadas porque os seus criadores se aproveitam das características emocionais dos usuários. “As pessoas têm vontade de compartilhar algo que consideram interessante com amigos e colegas. Aliado a isso, tem a curiosidade natural de todos nós e a empatia, o desejo de ajudar quem precisa. É comum ouvir de especialistas em segurança e tecnologia da informação que os maiores cuidados a serem tomados não são com a área técnica ou tecnológica e sim, com pessoas”.
Ela destaca que os vírus e correntes são como armadilhas virtuais que estão sempre circulando pela internet, justamente porque a natureza da rede é viral e multi conectada. “Quando um usuário que desconhece os ‘gatilhos’ se depara com o conteúdo-armadilha, tende a cair nela. Os gatilhos são simples de serem percebidos, porém precisam de atenção do usuário”.
Segundo ela, é preciso cuidado extra com rostos humanos ou de animais carismáticos, expressões enfáticas como “clique”, “veja” e “não perca” e também com situações que provoquem repulsa e revolta. “Geralmente, os conteúdos mal intencionados se aproveitam dessas características para enganar os usuários”.
Camila lembra que o que faz o usuário cair na armadilha de um conteúdo mal intencionado ou mentiroso são os ‘gatilhos’, mas o que faz acreditar que sejam verdadeiros é o endosso de outro usuário, que pode ser alguém da confiança como um familiar, colega de trabalho ou amigo.
Como se proteger
A consultora dá algumas dicas sobre como o usuário pode se proteger e evitar cair em boatos e correntes falsas no Facebook. Ela alerta que todo boato e vírus pede o compartilhamento do conteúdo e que avise os amigos. “Uma fonte segura, um veículo especializado não faz esse tipo de apelo”, afirma.
Outra dica é ficar atento à URL (endereço) que aparece no post, especialmente no Facebook. “é um endereço conhecido, uma fonte respeitada? Ou um endereço estranho, contendo letras desconexas e números? Isso pode indicar um vírus ou arquivo mal intencionado”.
Também é importante ter cuidado com títulos e imagens extremamente sensacionalistas ou apelativas. Outra dica imprescindível, de acordo com a consultora, é conter o impulso. “Avalie e reavalie. Tomando cuidados simples e prestando um pouco mais de atenção é possível garantir tranquilidade e segurança à nossa presença digital, sem perder o caráter de diversão e entretenimento que esses canais possuem”.