Competição de canto de pássaros reúne mais de mil aves em Brusque; saiba como funciona

Disputa é considerada a maior do Brasil

Competição de canto de pássaros reúne mais de mil aves em Brusque; saiba como funciona

Disputa é considerada a maior do Brasil

Mais de mil pássaros de nove espécies, participaram da 19ª edição do Torneio da Amizade, na manhã deste domingo, 20, em Brusque.

A competição de canto de pássaros é considerada a maior do Brasil e é organizada pelo clube Brusque Amantes do Coleiro.

O evento reuniu competidores de todo o país e movimentou os arredores do Centro de Eventos Maria Celina Vidotto Imhof, o pavilhão da Fenarreco.

Grande público acompanhou as disputas | Foto: Bárbara Sales/O Município

O presidente do clube Brusque Amantes do Coleiro, Everton Reis, explica que a competição não conta pontos para campeonatos estaduais ou o nacional, porque foi criada, justamente, para promover a união entre os clubes de todo o país.

De acordo com ele, todos os pássaros participantes do torneio são criados em cativeiro e regularizados pelos órgãos ambientais.

“Todos tem anel de identificação de criador. O foco da competição é em cima da criação dos pássaros em cativeiro. Muitas pessoas têm a ideia errada de que os nossos pássaros são capturados da natureza, mas isso é uma prática ilegal. O que incentivamos é a reprodução em cativeiro, inclusive, graças aos criadores, que muitas espécies que estão ameaçadas na natureza, conseguem se perpetuar”, explica.

A competição

A competição funciona assim: nove rodas foram montadas no piso inferior do pavilhão. Cada roda é destinada para uma espécie. Nesta edição, estiverem presentes criadores de pássaros trinca-ferro; coleiro preto (fibra); coleiro pardo (fibra); coleiro preto (canto livre); curió, canário, tiziu, azulão e bico de fogo.

Às 8h, as rodas foram fechadas. E a partir de então, iniciaram as classificatórias, com a marcação do canto de cada espécie.

Competidores anotam o número de vezes que o pássaro cantou em uma ficha | Foto: Bárbara Sales/O Município

Cada marcação tem hora marcada e os próprios competidores é que são responsáveis por marcar quantas vezes cada pássaro cantou no período de 10 minutos, que é o tempo estipulado na competição.

Os competidores recebem uma ficha, e devem marcar cada vez que o pássaro canta. O momento é de muita concentração para que toda a marcação seja feita da forma correta.

Cada roda é formada por uma espécie | Foto: Bárbara Sales/O Município

Para ser uma disputa justa, são os fiscais que definem qual pássaro que cada competidor será responsável por fazer a marcação, ou seja, o competidor não marca o canto de seu pássaro. Nas rodas, fiscais do clube ficam circulando durante o período de marcação e também há um juiz.

No fim da classificatória, os pássaros que cantaram mais vezes durante os 10 minutos de marcação passam para a fase final. Na marcação final, os melhores de cada espécie recebem trófeu.

Paixão pelos pássaros

O brusquense Valmor Boeing, 67 anos, foi um dos competidores desta edição. Ele é membro do clube praticamente desde a fundação e tem paixão pelo canto dos pássaros.
Ele levou para a disputa um trinca-ferro e um coleiro, mas ele tem cerca de 15 pássaros, todos registrados, em casa.

“É um hobby, eu adoro. Participo de todas as edições do torneio. Comecei em 1990, com meu primeiro passarinho e não parei mais. Tenho mais de mil troféus de competição em casa”, conta, orgulhoso.

Brusquense Valmor Boeing participa desde a primeira edição do torneio | Foto: Bárbara Sales/O Município

O representante comercial Fernando Cordeiro, 56 anos, veio de São Paulo especialmente para participar do Torneio da Amizade. Das 19 edições, ele participou de 18. Ele chegou em Brusque no início da semana trazendo dois coleiros para a disputa.

“Este é o melhor torneio do Brasil. Muito organizado. Faço questão de participar. Fiz muitos amigos aqui em Brusque e região por causa dos pássaros”.

Fernando Cordeiro veio de São Paulo para participar da competição | Foto: Bárbara Sales/O Município

Membro da diretoria do clube, Joubert Renato Lungen destaca que todos os sócios do clube são apaixonados por pássaros e tudo o que é arrecadado é revertido para as premiações do torneio. “Fazemos um trabalho voluntário por paixão. Esse é o nosso hobby”.

Criação saudável

Djone Eccel é um dos 560 associados do clube brusquense e se dedica na criação de pássaros trinca-ferro e coleiro em Brusque. O seu criatório conta com 80 pássaros das duas espécies e é todo regularizado.

“Seguimos regras rígidas. É ilegal pegar passarinho na natureza, não fazemos isso. Criamos buscando o melhoramento genético das espécies. Com cinco dias de vida do filhote já colocamos a anilha fornecida pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), que faz o controle rígido”.

O criador afirma que os pássaros vivem com conforto, com ambiente climatizado, alimentação balanceada e visitam o veterinário regularmente. “Eles são atletas, tem um tratamento de alta performance. São muito bem tratados”.

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