Comunidade Luterana tentam reaver área do antigo prédio dos Correios

Membros da igreja estiveram em Brasília nesta semana para negociações com a empresa

Comunidade Luterana tentam reaver área do antigo prédio dos Correios

Membros da igreja estiveram em Brasília nesta semana para negociações com a empresa

Os pastores da Igreja de Confissão Luterana de Brusque, Edélcio Tetzner e Cláudio Schefer, estiveram em Brasília nesta semana, na sede dos Correios, para negociar a retomada do imóvel onde funcionava a agência de Brusque, na esquina das avenidas Monte Castelo e das Comunidades, ao controle da Comunidade Luterana.

O local está ocupado por moradores de rua e, no início do mês, o Município Dia a Dia noticiou que os luteranos reivindicam a posse do imóvel.

Eles alegam que, na década de 1970, a área foi repassada aos Correios por meio de concessão que duraria apenas o período em que eles utilizassem o local. À época, foi necessário firmar um contrato de venda, com um valor simbólico, pois o governo federal não aceitava – pelo menos formalmente – a negociação por meio de concessão. Com o documento de venda em mãos e sem registros formais da negociação extraoficial, os Correios alegam que o terreno pertence à empresa.

De acordo com pastor Edélcio, a reunião em Brasília foi com o setor jurídico dos Correios e também com o presidente da empresa, Guilherme Campos. Na ocasião, eles abriram o diálogo sobre a situação do imóvel de Brusque. “Na saída dos Correios, as terras deveriam voltar para a comunidade. Há na consciência dos mais idosos a convicção dessa parceria que foi feita com os Correios, assim como temos parcerias com outras empresas. Não temos um conflito, só queremos esclarecer”.

Pastor Edélcio destaca ainda que os representantes da igreja estão em processo de pesquisa de documentos que comprovem esta versão e, assim, as duas partes possam chegar a um consenso. “Nós temos esperança e expectativa de que o imóvel voltará para a igreja. Até geograficamente podemos perceber que ele pertence a esse complexo maior, mas tudo é um processo cauteloso”.

O objetivo, no entanto, é resolver o impasse sem disputas jurídicas que tendem a durar anos. “Nós não estamos travando uma briga com os Correios, mas coletando informações e buscando diálogos que venham a esclarecer que esse terreno foi cedido para os Correios pela igreja”.

De acordo com ele, a igreja ainda não tem planos sobre o que pretende fazer no local, caso retome a posse do imóvel. “Ainda não temos nada em vista, estamos num passo a passo, o primeiro é a restituição da propriedade e, aí sim, veremos o que poderá ser feito”.

Moradores de rua

O pastor afirma que a situação do imóvel com os moradores de rua é complicada e que a intenção é resolver a questão o mais rápido possível. “Nós aqui vivemos o transtorno, sentimos na pele essa ocupação indevida e o que ela traz. Temos a tradicional Festa de Maio e, por isso, temos uma certa urgência sobre esse assunto porque hoje, a situação como está, nos preocupa muito e não pode ficar”.

Ele também ressalta que a igreja se preocupa com a saúde dos próprios moradores de rua. “Como igreja também temos a preocupação com essas pessoas, discutimos essa situação no Grupia e entendemos que na soma dessas entidades é que vamos encontrar um caminho para essas pessoas, para que não vivam nessa carência de dignidade, mas encontrem meios para sustentabilidade econômica e social”.

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