Disputa no varejo deixa consumidor de Brusque atento às promoções

Analisar preços e mudar alguns hábitos pode reduzir custos em até 25% nas compras

Disputa no varejo deixa consumidor de Brusque atento às promoções

Analisar preços e mudar alguns hábitos pode reduzir custos em até 25% nas compras

Para fugir da crise e atrair novos clientes, os supermercados de Brusque estão fazendo grandes promoções desde o mês passado. Economistas avaliam que a estratégia tem um motivo em especial, que nada tem a ver com os problemas de Brasília: o aumento da concorrência na cidade.

É comum anúncios de produtos com redução de 30, 40 e até 50% do preço. O “leve 2, pegue 1” também está em alta. Quem ganha são os consumidores, que podem aproveitar os preços reduzidos para economizar. Mas, nem todo cliente é igual e alguns tem suas próprias preferência na hora das compras.

O Município percorreu alguns supermercados e verdureiras de Brusque em busca de respostas para a pergunta: o que o consumidor leva em conta na hora das compras?

Marcelo Ramos, 43 anos, autônomo, Souza Cruz
Ramos gosta de pesquisar preços, especialmente quando realiza festas entre amigos em seu rancho. Em algumas vezes, em um só dia, ele frequenta três mercados, porém, prefere comprar no Archer da Figueira, na loja 1, pois é mais perto de sua casa. Ele diz que os itens são organizados, e o acesso e estacionamento é fácil. Ramos observa que é possível economizar, às vezes, até R$ 20 em uma compra.

Ana Maria Crispim, 52 anos, vendedora, Centro
Ana Maria compra em vários mercados, sempre atenta às promoções. Prefere o Archer, loja 1, por ser mais perto da sua casa, mas também vai com frequência para o Angeloni, Fort Atacadista e Bistek. Considera as promoções do Angeloni boas, e já conseguiu economizar metade do preço na compra de um pacote de cinco quilos de arroz, enquanto em outros mercados o preço era o dobro. Ela está sempre atenta aos panfletos e sabe que se ganhar R$ 20 em uma compra, já economizou o bastante.

Cecília Delagnelo, 62 anos, aposentada e faxineira, Dom Joaquim
Cecília leva em consideração a logística ao fazer compras. Ela prefere locais próximos à sua casa, exceto quando sabe de alguma promoção que considera valer a pena. Por ter mais tempo, na manhã do último dia 26, ela foi conferir algumas promoções no Hortifruti Direto do Campo, no São Luiz. Cecília decidiu comprar ovos e tapioca. Ela economizou consideravelmente, já que pagou R$ 10,90 em uma bandeja de 30 ovos, enquanto em outros estabelecimentos, o mesmo produto estava R$ 14,90. A tapioca, que em média custa R$ 11, no Hortifruti, Cecília pagou R$ 9.

Ademir Muller, 63 anos, taxista, Centro
Fazer pesquisa de preços é algo inerente à rotina de Muller, que preza por produtos de qualidade e com valor justo. Ele avalia que é possível economizar significativamente, ao analisar ofertas, em determinados locais. “O que eu pagaria R$ 100 em produtos em um mercado, posso pagar de R$ 35 a R$ 40”, diz.

O taxista observa que no Hortifruti Direto do Campo se economiza mais de R$ 4, em comparação com outros supermercados, em alguns legumes e verduras. Lá, o quilo do brócolis estava R$ 1,49 no dia 26, e em supermercado pesquisado, R$ 5,75. O mamão da mesma espécie (Formosa) no hortifruti estava R$ 1,49, e em outro ponto de venda, R$ 5,15. “Tem que pesquisar sim, pois às vezes dá para economizar de 30% a 50%”, analisa.

Carlote Risch, 64 anos, aposentada, Centro
Para Carlote, o mais importante na hora de comprar é a praticidade e acessibilidade. Ela não observa muita diferença nos preços dos estabelecimentos que frequenta, porém, vai toda semana no mercado Archer, o qual já está acostumada.

Andréa Soares, São Luiz
Andréa prioriza comprar em estabelecimentos próximos de sua casa, geralmente no Archer do São Luiz, porém, ela também fica atenta às promoções. Ela analisa que é possível economizar entre R$ 10 e R$ 15 dependendo os produtos, mas ressalta que em outros casos, a diferença de um local para o outro é pequena.

Andréia Boni Belli, 40 anos, professora, Souza Cruz
Andréia geralmente faz compras no Archer da Figueira, por considerar o local típico do brusquense e por encontrar rapidamente o que deseja. Atualmente, ela tem ficado atenta às promoções do Angeloni, onde acaba comprando produtos por um valor que considera bom. No dia 26, ela adquiriu uma cafeteira com 50% de desconto. Em meio às ofertas, acaba levando outros produtos. “Com as promoções em vários locais, os mercados se obrigam a rever seus preços”, analisa.

Solange Horner, 43 anos, comerciante, Guarani
Solange faz compras em vários mercados de Brusque. Ela observa que cada um tem uma particularidade, que os diferencia – às vezes pelo preço, outras pelo atendimento. Para a comerciante, é imprescindível que ocorram cada vez mais promoções para que a concorrência seja estimulada.

Ana Paula Trentini, 27 anos, autônoma, Pioneiros – Balneário Camboriú
Brusquense, mas moradora de Balneário Camboriú há três anos, Ana Paula não abre mão de comprar no Angeloni na cidade litorânea. No entanto, há algumas semanas, ela tem vindo para Brusque, onde já visita os seus familiares e aproveita para fazer compras. Ela consegue economizar até R$ 200 por semana vindo ao município. Exemplo disso é que o mesmo suco integral de uva que custa R$ 15,95 em Balneário Camboriú, em Brusque é vendido a R$ 5,80, de acordo com sua pesquisa. “Eu não tinha o hábito de pesquisar preços, mas depois que percebi o quanto posso economizar, comecei a ficar mais atenta”, diz.


Fazer lista e comparar mercados
Fazer a lista é essencial para comprar estritamente o necessário. Conforme Jairo Romeu Ferracioli, graduado em Economia, Mestre em Relações Econômicas e Sociais Internacionais e professor de Economia da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), andar de mercado em mercado pode não ser vantajoso. No entanto, é necessário comparar. Normalmente, os estabelecimentos fazem anúncios e distribuem panfletos.

Ferracioli diz que a maioria dos supermercados têm preços diferenciados para compras de mais itens, e que dependendo da quantidade que o consumidor pretende comprar, é interessante fazer “as compras do mês”.

O economista afirma que ao comprar mais itens, o consumidor pode economizar de 10% a 15%, e dependendo o mercado, pode chegar a 20% e 25%.

Os reflexos da crise financeira que o país ainda enfrenta repercutem também na hora de comprar. Para isso, a substituição é uma boa dica.

“Se você está mais pobre, troque o presunto pela mortadela. A manteiga pela margarina, etc. Sabendo substituir, podemos economizar. Compre o que está barato e descarte o que está caro, muitas vezes a tendência destes produtos mais caros é baixar, se não vende, o preço cai”, explica.


Dicas para economizar nas compras
*Antes de qualquer nova compra em supermercado ou verdureira, verifique o que você tem em casa. Muitas pessoas não observam o que realmente está faltando;

*Fazer uma lista do que falta e o que pode comprar e em que quantidade. Muitas vezes, você compra para o mês ou para 15 dias, muitos supermercados têm preço diferenciado para compra de mais itens;

*Compre estritamente o necessário, não leve criança e não vá antes do horário de almoço ou janta;

*A compra em grupos (famílias) em atacadistas também é uma opção;

*Lembrando: a inflação já está comportada, mas é preciso otimizar os custos, reduzir gastos e aproveitar as promoções;

*Andar de mercado em mercado para comprar as promoções pode ser mais dispendioso do que ir em um supermercado específico.

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