Concurso Recicla CDL na Escola é lançado oficialmente em Brusque
Materiais para desenho e redação foram entregues na tarde desta terça-feira em escolas
Quem nunca sonhou em ser um super-herói? A Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Santa Catarina (FCDL-SC), pelo décimo ano consecutivo, dá asas à imaginação de crianças e adolescentes por meio do projeto Recicla CDL na Escola.
Nesta edição, a Liga Sustentável foi convocada para inspirar meninos e meninas a se tornarem agentes de transformação do planeta, com atitudes de defesa e preservação do meio ambiente. A Câmara de Dirigentes Lojistas de Brusque (CDL) de Brusque, pela segunda vez é parceira do projeto e, na tarde de terça-feira, 1, fez a entrega dos materiais do concurso nas 24 escolas públicas municipais participantes da campanha.
“Uma aluna da Escola de Ensino Fundamental Ângelo Dognini, aqui do bairro Planalto, foi a vencedora do concurso no ano passado, na etapa municipal. Por isso, escolhemos esta escola para o lançamento oficial do projeto em 2017. Hoje, 1º de agosto, a CDL de Brusque se une às festividades da semana de aniversário de Brusque e presenteia a rede municipal de ensino com o concurso”, afirma o gestor executivo da CDL de Brusque, Carlos Eduardo Vieira.
Participam da iniciativa as crianças e adolescentes regularmente matriculados do primeiro até o nono ano de ensino. Este ano o clima foi escolhido como tema para inspirar os desenhos da Educação Infantil e redações do Ensino Fundamental. Ao todo serão 2,2 mil alunos na categoria de desenho e outros 1,7 mil estudantes na categoria de redação.
Cada escola tem a tarefa de selecionar um aluno de cada categoria para concorrer na etapa municipal, quando os materiais recebidos serão analisados pela Comissão Julgadora. Os dois vencedores representarão Brusque na fase final do projeto, ao lado de outros estudantes catarinenses.
“Os vencedores da etapa municipal vão receber mochila e um kit escolar da FCDL, além de um tablet entregue pela CDL Brusque. Os professores orientadores também serão contemplados com vale-compras de livros e cosméticos. Já as escolas classificadas receberão um kit pedagógico, com livros de literatura infantil e infanto-juvenil. Agora nos resta aguardar a criatividade dos alunos e a estimulação dos professores”, explica Vieira.
Para o coordenador de Educação Ambiental da secretaria de Educação, Cláudio Santana, a proposta é mais uma ferramenta de conscientização dos estudantes para um mundo mais sustentável. “A intenção é que esse conhecimento não fique na escola, mas que seja discutido com a família, com os vizinhos e amigos. A mudança de comportamento precisa ir além do desenho e da redação. A expectativa é que o aluno seja capaz de aplicar esse aprendizado que adquiriu”, avalia Santana.
“O concurso trabalha de forma contemporânea os temas voltados à preservação do meio ambiente. A sustentabilidade na escola já é trabalhada de forma interdisciplinar, ou seja, envolve todas as disciplinas”, diz o diretor da Escola de Ensino Fundamental Ângelo Dognini, Ivanor de Mendonça.
A estudante campeã
Difícil imaginar quantos concursos a estudante Ana Catarina da Silva Barroso já participou. O fato é que acumular derrotas, mesmo sendo uma das alunas mais aplicadas da escola, trouxe um sentimento negativo, de impotência e incapacidade. Assim, aos 14 anos, ela escolheu desistir.
“Fiz a redação porque valia nota e não alimentei nenhuma ilusão de que poderia ser a escolhida. Comecei a escrever aquilo que todo mundo já sabe sobre a economia de água. Mas abandonei o primeiro texto. Como não tinha o compromisso de ganhar, decidi dar a minha opinião. Vencendo ou não vencendo, queria escrever sobre o que penso”, lembra Ana Catarina.
Na redação, escrita quase que em um fôlego só, ela recorda de argumentar que muitas pessoas sabem que é necessário economizar água, mas são poucos os que efetivamente colocam esse conhecimento em prática. E assim, diante de um consumo desmedido e irresponsável, a água um dia vai acabar. E só então as pessoas se darão conta do mal que fizeram ao planeta.
A sinceridade da redação de Ana Catarina sensibilizou os professores e ela foi escolhida para representar a escola na fase municipal. “Ainda assim não criei falsas expectativas. Mas vivi um momento muito especial quando os representantes do concurso foram buscar a assinatura da minha mãe porque eu estava classificada para a etapa estadual. Ela então me disse que tinha certeza de que eu iria conseguir. Hoje, graças ao concurso, me sinto motivada em ajudar os outros. Quero que mais pessoas sintam o que eu senti. Eu tinha apenas 14 anos e já não acreditava mais em mim”, fala a adolescente, com empatia de gente grande.
Ana Catarina mora no bairro Planalto com a mãe e mais dois irmãos. O pai ficou em São Paulo. No início deste ano, quando a mãe perdeu o emprego, ela sentiu orgulho em usar o kit de material escolar que ganhou no concurso Recicla CDL na Escola.
Foi uma despesa a menos no orçamento familiar e a certeza de que boas coisas acontecem para quem aposta na educação e cultiva bons valores. “A principal lição de tudo isso foi de que nem sempre eu preciso desistir. Posso voltar a acreditar e tentar de novo”, enfatiza a estudante que voltou a sonhar.