Confira como foi o debate do jornal O Município entre os candidatos a prefeito de Brusque
André Vechi (DC), Molina do Ari (MDB), Paulo Eccel (PT) e Simas (PP) disputam a preferência dos brusquenses no próximo domingo
André Vechi (DC), Molina do Ari (MDB), Paulo Eccel (PT) e Simas (PP) disputam a preferência dos brusquenses no próximo domingo
O jornal O Município realizou na noite desta quinta-feira, 31, o último debate antes da eleição do novo prefeito de Brusque, que acontece no próximo domingo, 3. Os quatro candidatos, André Vechi (DC), Molina do Ari (MDB), Paulo Eccel (PT) e Simas (PP), estiveram presentes e tiveram a oportunidade de apresentar as suas propostas.
No primeiro bloco, os candidatos responderam perguntas formuladas pela equipe do jornal O Município. André Vechi, que no dia em que assumiu como prefeito interino falou em sentimento de injustiça com a cassação de Ari Vequi, demonstrou apoio a ele e inclusive se emocionou ao tratar do assunto, foi perguntado sobre os motivos de concorrer contra a chapa apoiada pelo ex-prefeito.
Ele reiterou que tem um grande apreço por Ari Vequi e que, quando assumiu, tinha preocupação que a cidade não parasse e que manteve as obras com o objetivo de minimizar o impacto da cassação. Vechi explicou que decidiu seguir em outro caminho por questões políticas.
Paulo Eccel foi questionado se há, em sua campanha, uma estratégia de se dissociá-lo da figura do presidente Lula e do seu próprio partido, o PT, devido à rejeição em Brusque nas últimas eleições presidenciais, e qual será o papel do governo federal em sua administração caso eleito.
Ele destacou que sua coligação é composta por sete partidos e que a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin em Brusque é um recado da importância do município para o país.
Já Simas foi questionado sobre qual será o papel do ex-prefeito Ciro Roza e do ex-secretário da Secretaria de Desenvolvimento Regional, Jones Bosio, que têm condenações por mau uso do dinheiro público, em tempos que os eleitores querem uma nova política.
Ele destacou que ele e Danilo Rezini são os candidatos e que farão o melhor possível para Brusque. Simas ainda reforçou que a eventual participação de apoiadores no governo será feita pelo prefeito quando eleito. Ele também ressaltou que cada um “pagou pelo que em algum momento fez”.
Molina do Ari respondeu sobre como o eleitor pode confiar na sua capacidade política de formar base de apoio após não conseguir manter os aliados do ex-prefeito Ari Vequi, entre eles dois outros candidatos, André Vechi e Simas.
O candidato relembrou da relação que o governo Ari tinha com André e Simas e afirmou que ambos seriam bem-vindos em sua chapa, mas que isto não foi possível porque os dois decidiram formar novos grupos. Ele ainda lembrou de outros apoios que a candidatura conseguiu e reforçou o sentimento de injustiça em relação à cassação de Ari e Gilmar Doerner.
No segundo bloco, os candidatos precisaram fazer perguntas guiadas por tema. Paulo Eccel questionou Molina do Ari sobre como ele pretende controlar o gasto público. O candidato do MDB destacou que a prefeitura tem que trabalhar sempre com o pensamento de fazer “mais com menos” e que, apesar da queda de arrecadação, o contribuinte não deve ser penalizado. Uma das possíveis soluções que ele destacou é o incentivo à instalação de novas empresas.
Molina do Ari perguntou a Simas qual seu plano para melhorar o atendimento nas Unidades Básicas de Saúde. Ele disse que a saúde é uma prioridade e que fará uma “revolução” no setor, utilizando a tecnologia para acelerar processos. Para as UBSs que têm problemas de falta de médicos, a proposta é incluir horas de emergências de médicos de hospitais para que atendam enquanto novos profissionais sejam contratados via processo seletivo.
Simas questionou André Vechi sobre a sua proposta para resolver o problema de buracos nas ruas. O candidato destaca que é preciso avançar em dois sentidos, na manutenção de vias já pavimentadas e nas que ainda precisam de pavimentação. Ele afirmou que, em seu período de interinidade no comando do município, já avançou na revitalização de ruas e que é preciso reforçar as parcerias comunitárias. Para vias principais, ele destacou que é necessário buscar recursos para recapeamentos. Ele ainda discordou da ideia de Simas de privatizar a usina de asfalto porque acredita que isto prejudicaria o trabalho do poder público.
Vechi perguntou a Paulo Eccel como será feita a escolha dos funcionários comissionados aliando questões políticas e técnicas. Ele destacou que, em sua gestão anterior, diminuiu o número de cargos deste tipo e que a experiência que ele teve de planejamento estratégico participativo foi bem-sucedida. O candidato do PT destacou que a indicação de componentes de outros partidos em sua administração terá que seguir as diretrizes do projeto vencedor. Para ele, é necessário conciliar o conhecimento técnico com a habilidade de lidar com a população.
Nos três blocos seguintes, os candidatos fizeram questionamentos com tema livre. Simas perguntou a André Vechi sobre as soluções para a realidade do município em relação aos moradores em situação de rua. O candidato do DC destacou que não há resolução simples e que cidades do país inteiro, principalmente as desenvolvidas, convivem com este problema. Ele acredita que é necessário uma política transversal para reinserir os que estão dispostos na sociedade. Ao mesmo tempo, para o candidato, os que infringem a lei, têm que ser punidos de acordo. Ele ainda afirmou que acredita que o albergue municipal deve mudar de lugar.
André Vechi questionou Paulo Eccel sobre como será feito o financiamento para a sua proposta do Tarifa Zero. O candidato destacou os problemas das linhas de transporte coletivo e que o programa Tarifa Zero será feito de forma gradativa. Ele destacou que, como está previsto no seu programa de governo, tem a “fórmula para fazer”. Vechi afirmou que esta é uma proposta “populista” e que não acredita que é possível ser implementada, mas Paulo reforçou que este é um movimento nacional e que gestões “corajosas e ousadas” estão neste caminho.
Paulo Eccel questionou Molina do Ari sobre propostas para resolver o problema do esgoto sanitário em Brusque. O candidato do MDB afirmou que as gestões de que ele participou, de Jonas Paegle e Ari Vequi, já deram o primeiro passo para a instalação. Ele afirma que há a possibilidade de contratação de uma fundação para desenvolver a licitação já no próximo mandato.
Molina do Ari perguntou a Simas sobre o termo de compromisso assinado junto ao Conselho de Entidades de Brusque. O candidato do PP disse que vai trabalhar “ouvindo muito” e que vai criar um grupo gestor para que as entidades estejam junto da administração municipal. Na réplica, o emedebista lembrou que um dos termos citava que os vereadores se mantivessem durante todo o mandato. Simas, na tréplica, disse que esta era uma pergunta “capciosa” e destacou que só assinou após já ser candidato.
Iniciando o bloco seguinte, Molina do Ari fez a mesma pergunta a André Vechi, relembrando o termo de responsabilidade de os vereadores se manterem até o fim do mandato. O candidato do DC disse que é essencial a “interpretação de texto” e que o Conselho das Entidades pediu comprometimento que vereadores não sejam nomeados como secretários. Vechi ainda lembrou que é um dos autores da emenda à lei que definiu que vereadores não possam voltar à Câmara caso sejam indicados para cargos na prefeitura. Molina discordou da interpretação do candidato do DC e afirmou que, como político, é essencial que se cumpra a palavra.
André Vechi questionou Simas sobre como vai financiar sua proposta de criação de 1,5 mil vagas em creches. O candidato do PP destacou que vai buscar locação de espaços, compra de vagas em instituições públicas e que vai utilizar recursos dos governos federal, via Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), e estadual. Ele ainda destacou que uma grande unidade de educação infantil na região central será implantada.
Simas perguntou Paulo Eccel sua opinião sobre implementação de banheiros unissex. O candidato do PT destacou que já assinou termo de compromisso de submeter essa proposta a conselhos municipais e, subsequentemente, à Câmara.
Paulo Eccel questionou Molina do Ari sobre sua opinião sobre orçamento participativo. O candidato do MDB acredita que é necessário ser racional pela dificuldade de arrecadação. Ele destacou, porém, que as administrações que ele participou já desenvolveram um plano de desenvolvimento até 2030 com a participação de diversas entidades do município.
No quinto bloco, os candidatos tiveram uma última chance de se enfrentarem de forma direta, com tema livre. André Vechi perguntou a Paulo Eccel sobre a importância da estabilidade política e lembrou que ele chegou a ter seu mandato cassado, mas que seu partido entrou com a ação que culminou na cassação de Ari Vequi. Ele destacou que não se preocupa em relação à sua situação eleitoral e desqualificou qualquer acusação contra si.
Paulo Eccel questionou como a administração de Simas se relacionaria com o governo federal. Ele destacou que sua prioridade é o bem-estar da cidade e que vai buscar recursos em todas as fontes. O candidato do PP ressaltou que é necessário “bater na porta” do governo estadual e federal e que o prefeito não pode se furtar de negociar por conta de desavenças políticas.
Simas perguntou a Molina do Ari quais as prioridades para a utilização dos fundos do Fonplata. O candidato destacou que as prioridades serão a realização de obra na rua Vitor Meirelles, entre a ponte do Trabalhador e a rótula do mercado Barateiro, e a extensão do canal extravasor entre a Apae e o bairro Dom Joaquim.
Molina do Ari finalizou questionando André Vechi sobre como pretende financiar a obra da ETA da Cristalina. Ele destacou a importância desta estrutura e afirmou que vai trabalhar no modelo de locação de ativos, onde uma empresa executa a obra e passa o controle para o Samae, que paga um valor mensal, enquanto o ativo fica para a autarquia.