Confira preços do gás de cozinha em Brusque após último reajuste da Petrobras
Proprietários de empresas revendedoras da cidade avaliam cenário atual com aumento dos preços
Na segunda semana de março, a Petrobras anunciou um novo reajuste no valor do gás de cozinha. As empresas revendedoras de Brusque foram surpreendidas com um percentual o dobro maior do que o reajuste médio anual de 2021.
Antes, reajustes no valor do GLP (gás liquefeito de petróleo) giravam em torno de 7%. Entretanto, no início de março, o valor anunciado pela estatal foi de 16,1%, o que trouxe preocupação aos proprietários das revendedoras, principalmente com os próximos meses.
A média dos valores de entrega do botijão tradicional de 13 quilos em Brusque atualmente é de R$ 138,65. Quando se trata de retirada, a média é de R$ 127,21.
O gerente-geral da Rescaroli Gás, Raphael Rescaroli, avalia que o impacto no aumento do preço pode gerar a procura pelo mercado clandestino por parte dos clientes, com produtos que não têm verificações das autoridades competentes, sem segurança, suporte e confiabilidade, e gerando riscos ao consumidor.
Além disso, para as empresas revendedoras menores, reajustes em excesso se tornam problema quando se trata da procura por outras fontes de energia, apesar de também estarem suscetíveis a reajuste em seus valores.
“Foi um impacto um pouco maior que o normal, pois as pessoas não estavam acostumadas. O custo de distribuição também aumentou muito, pois a gasolina foi para R$ 7. Além do impacto no produto, tivemos na distribuição”, afirma Raphael.
Ele explica que a Petrobras adotou a política de acordo com a cotação do dólar na influência do preço do GLP em 2016. Com a pandemia, o dólar subiu e reajustes médios de 7% no gás de cozinha começaram a ser registrados com maior frequência nos últimos tempos.
O último reajuste – antes de 16% – ocorreu em outubro do ano passado, há cerca de quatro meses. “A Petrobras tomou a decisão de segurar um pouco. Esperaram três meses e, quando começou a guerra na Ucrânia com a disparada do dólar e barril de petróleo, acabaram fazendo este novo reajuste”, diz.
Futuro
As revendedoras não sabem com antecedência quando haverá aumento de preço. Sendo assim, descobrem junto ao cliente quando a Petrobras divulga o valor, conforme explica o proprietário da Schmitz Gás, Vanildo Schmitz.
“Não esperávamos este reajuste de 16%, de forma alguma. Estávamos acostumados a receber um aumento de R$ 4 ou R$ 5, mas receber um aumento de R$ 10 é complicado. É difícil para recuperar. Todos estão sofrendo com isso”, afirma Vanildo.
Raphael comenta o futuro em relação ao preço do GLP. Ele explica que o cenário ideal seria se o dólar e o barril de petróleo baixassem e os valores fossem mantidos por três meses. Entretanto, pela influência da política, a possibilidade de queda no valor do gás de cozinha é improvável.
“Nosso mercado é influenciado internacionalmente. Como o dólar pode subir, ele pode baixar também, assim como o barril de petróleo. Com a inflação, com certeza a tendência é que suba”, projeta o gerente-geral da Rescaroli Gás.
Estratégias
Com os reajustes, um dos problemas para as empresas revendedoras é manter os clientes. Sendo assim, a Schmitz Gás, de Vanildo, foca agora no serviço de retirada do botijão na empresa, com pouco investimento em entregas, subindo o mínimo possível o valor após o reajuste.
“Pegamos o aumento que veio da Petrobras e colocamos em cima do nosso preço de revenda final. Estávamos vendendo a R$ 125 e passou para R$ 135. Na portaria era R$ 115 e passou para R$ 125. Agora não é momento de ter lucro, é de manter os clientes”, conta.
Ele comenta ainda que o custo para manter a caminhonete de entrega circulando na rua é alto, pois há despesas com o carro e o pagamento de funcionários, não compensando com o valor mínimo que a empresa tenta manter após o reajuste.
“Nosso negócio na rua não é mais um investimento no momento. O ideal é trabalhar na portaria, que é ‘mais família’, que dá para manter preço bom, com desconto”, finaliza Vanildo.
Valores do gás de cozinha
A reportagem de O Município consultou os valores de nove empresas revendedoras de gás de cozinha da cidade. Confira o levantamento:
Empresa: valor da entrega – valor da retirada:
Erenita Gohr Gás: R$ 144,50 – R$ 130
Schmitz Gás: R$ 135 – R$ 125
Rescaroli Gás: R$ 135 – R$ 125
Souza Gás: R$ 138 – R$ 125
Matias Gás: R$ 140 – R$ 130
Aspenn Soluções em Gás: R$ 145 – R$ 130
Azus Gás: R$ 135* – R$ 125
Agil Gás: R$ 135 – R$ 125
Aspen Gás: R$ 140 – R$ 130
*O valor da entrega da empresa Azus Gás é uma média, e varia com local da entrega.
*Colaborou Vitor Souza
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