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Confraria Chef Ciríaco completa 17 anos dedicada a dividir bons pratos entre amigos

Ao longo dos anos de história da confraria, nenhum prato foi repetido pelos cozinheiros

Após cansarem do preparo trivial de pratos semanais, os amigos Sidney Marins e Aliomar Luciano dos Santos decidiram criar um curso de culinária voltado à cozinha internacional. Naquela época, cerca de 20 anos atrás, eles entraram em contato com o Senac de Brusque para viabilizar o projeto.

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Em parceria com a instituição, os amigos tiraram a ideia do papel, convidaram outros conhecidos para compor o grupo e realizaram três cursos sob a tutela do chef Ciríaco Lima de Borba. Ao fim das aulas, os alunos decidiram criar uma confraria para continuar cozinhando e se encontrando.

“Depois que terminamos os cursos pensamos ‘e agora o que vamos fazer?’. Se não fizéssemos algo o grupo iria se dispersar. Então decidimos formar uma confraria para se encontrar e continuar fazendo os pratos. E como o professor Ciríaco era o nosso chef, montamos a confraria com o nome dele para homenageá-lo”, conta o empresário e integrante do grupo, Carlos Alberto Kühn.

Fundada em 24 de agosto de 1999 e composta apenas por homens, a Confraria Chef Ciríaco completa 17 anos neste mês. Para celebrar a data, o grupo antecipou as comemorações e convidou integrantes e ex-integrantes para um encontro na Toca do Boos no último dia 9.

Orgulhoso de integrar a história da confraria, Kühn conta que, em 17 anos, o grupo nunca repetiu receitas. A originalidade, inclusive, é uma das regras básicas que o grupo responsável pelos pratos precisa respeitar.

Ao longo dos 17 anos de história da Confraria Chef Ciríaco, nenhum prato foi repetido pelos cozinheiros / Foto: Divulgação

“No início de cada semestre, os grupos são sorteados com quatro integrantes em cada um. Então, na segunda terça-feira de cada mês, um grupo faz um prato para todos os outros integrantes comerem. Quem cozinha tem um trabalho que não é fácil. Tem que fazer um cardápio elaborado, tem que ser a francesa e os pratos precisam ter combinação, relacionando um ao outro”, explica Kühn.

No dia do encontro, os cozinheiros preparam a entrada, o prato principal e a sobremesa. Na reunião que comemorou os 17 anos da confraria, por exemplo, de entrada os chefs prepararam suflê de bacalhau, de prato principal prepararam confit de marreco, com trilogia de nhoque ao molho de manteiga de sálvia e de sobremesa prepararam pannacotta ao coulis de kiwi gold.

Discussões

Ao fim dos encontros, o grupo que cozinhou explica aos demais integrantes como preparou o prato, onde buscou os ingredientes e o porquê da escolha de determinado cardápio. Além disso, essas informações também são impressas e entregues a cada um dos confrades.

“É sempre um grande desafio preparar os pratos, até porque nunca podemos repetir. A gente busca fazer sempre o melhor possível, porque isso também será retribuído pelos outros grupos. Há alguns ingredientes que não têm aqui em Brusque e precisamos comprar de outros locais. Nós realmente caprichamos”, conta.

Embora tenha deixado o grupo há cerca de três anos, Aliomar Luciano dos Santos elogia a Confraria Chef Ciríaco e diz que deveriam haver mais grupos semelhantes em Brusque.

“Deveria se multiplicar pela cidade. É excelente. E eu acho muito importante que eles continuem com a confraria. Até porque é um aprendizado na vida. Para quem tem que cozinhar naquele mês é um estresse até decidir o prato e fazer, mas depois de feito é a maior alegria do mundo e a pessoa já quer que chegue a sua vez de novo”, diz.

Santos conta também que o grupo o auxiliou a aceitar todos os tipos de pratos que, anteriormente, recusava.

“Eu aprendi a não negar mais nada. Coisas que eu não comia por nada, agora eu como. Eu passei alguns dias na China e mergulhei no mundo gastronômico exótico deles. Eu comia tudo, não queria nem saber. Eles até elogiaram”, conta.

Atualmente, a Confraria Chef Ciríaco conta com cerca de 20 membros ativos e tem como presidente Marco Aurélio Boos. Para ele, a confraria funciona como uma válvula de escape para o estresse do dia a dia. “As pessoas têm vários jeitos de se reunir: jogam futebol, vão para a academia e o nosso jeito é se reunir ao redor da comida. Eu consigo me desligar dos problemas na hora que estou lá. E é muito bom porque ninguém faz nada obrigado, todos estão lá por prazer”, diz.