Conheça a atleta que representou Brusque na seleção brasileira de vôlei de surdos
Camila da Costa Voss é surda de nascença e viu no esporte uma forma de quebrar barreiras e preconceitos
A história de Camila com a modalidade começou aos 11 anos, na Escola Ivo Silveira, no bairro Águas Claras, onde ela estudava. A menina treinava na equipe da escola junto com outras alunas.
Mesmo após o fim das aulas de vôlei na escola, Camila continuou jogando. Jogava em casa mesmo, todos os dias, e também quando frequentava a educação especial.
Aos 17 anos começou a jogar no Sesc. Foi nessa época que ela começou a trabalhar e, por isso, deixou o vôlei por falta de tempo. Mas Camila não ficou longe do esporte por muito tempo. Quando conheceu a associação dos surdos de Blumenau, começou a aprender Libras e voltou a jogar vôlei, que sempre foi sua paixão.
A partir daí, não parou mais. Em 2013 foi criada a Associação dos Surdos de Brusque (Asbru) e uma equipe feminina de vôlei foi formada.
Quando iniciou na modalidade, aos 11 anos, Camila não imaginava que anos depois seria convocada para a seleção brasileira de vôlei para surdos. Ela realizou esse sonho no ano passado, quando ficou uma semana na equipe que representou o Brasil no Pan Americano de Vôlei de Surdos, que aconteceu em Brasília, no mês de novembro.
“Eu não esperava a convocação, foi uma surpresa. Mas eu fui bastante confiante do meu potencial”.
Camila não chegou a entrar em quadra oficialmente durante a competição, mas ganhou muita experiência ao conviver durante uma semana com atletas do México, Canadá e Estados Unidos. Todas elas enfrentando seus limites e mostrando que a surdez não as impede de fazerem coisas rotineiras, e, muito menos, disputar uma competição internacional, representando os seus países.
A seleção brasileira ficou em segundo lugar na competição, o que para a brusquense foi um grande orgulho. Atualmente, Camila está sem treinar, pois se recupera de uma lesão no ombro. Porém, a assistente fiscal e professora de Libras pretende voltar às quadras, assim que se recuperar.
Para ela, o esporte representa a quebra de barreiras e preconceitos. “O esporte é minha paixão. Posso mostrar minha capacidade. Aprendi a me comunicar com pessoas diferentes. Minha passagem pela seleção foi uma experiência inesquecível. Eu achava que era a única surda do mundo, mas não. Somos muitos. O esporte promove a igualdade”.
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