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Conheça a brusquense que completou 103 anos neste domingo

Dona Catarina atualmente reside na Casa São Simeão, em Blumenau

“Eu não vou morrer antes de completar 100 anos!”, era o que Catarina da Costa repetia toda vez que ficava doente ou mencionavam a terceira idade chegando. Neste domingo, a brusquense completou 103 anos. Com direito a música, dança e muitas piadas, do jeito que ela gosta.

Residente da Casa São Simeão, em Blumenau, desde 2012, Catarina se destaca de muitos centenários pela energia. Apesar da deficiência auditiva, ela continua sendo uma mulher independente e cheia de energia. Viúva, perdeu o esposo para um câncer no estômago quando ele tinha 53.

A doença dele foi o que levou o casal para a cidade vizinha, onde moraram com os filhos no bairro Velha. Natural de Brusque, ela cresceu na região do bairro Barracão, na localidade de Óleo Grande. “A gente sempre brincou que era só dar alguns passos para o lado e estava em Itajaí. Para o outro Ilhota. E se fosse para trás chegava em Gaspar”, comenta José Laurenetino da Costa, filho de Catarina.

Catarina com a nora Crescencia e o filho José. Foto: Especial O Município

Ele e a esposa, Crescencia, visitam a idosa toda semana. “Não consigo ficar mais de uma semana longe da minha mãe”, conta. Para a nora, foi difícil tomar a decisão de colocar a sogra na casa de repouso. “Foram 52 anos de convivência, sempre cuidei dela. Ela não queria vir pra cá. Chorei muito. Mas como disse meu filho: nós também estamos velhos, ela que passou do prazo de validade”, brinca Crescencia.

Uma das mudanças na rotina de Catarina foi aderir aos sapatos. Criada na roça, ela estava sempre com o pé na terra. “Enquanto a gente plantava arroz, ela plantava de tudo. Aipim, batata doce, pepino, couve… O trabalho que ela fazia na horta sozinha era serviço para uma família inteira. Até 1994 [aos 77 anos] ela ainda cortava lenha no machado”, lembra José.

Além de José, Catarina também é mãe de Maria. Enquanto ele tem dois filhos (um casal) e um neto, a filha deu sete netos e cinco bisnetos para a mãe. Após décadas morando com o filho e a surdez se agravando, eles foram surpreendidos com a chegada da assistência social. “Um vizinho achava que estávamos judiando dela porque ouvia a gente falando alto, mas a assistente viu que cuidávamos bem dela”, conta ele aos risos.

Após José ter um ataque cardíaco, o casal foi convencido pelo filho que o melhor para Catarina era ficar aos cuidados da Casa São Simeão. A sugestão veio da assistente social, que após a visita acompanhou a família.

Catarina ao lado de Álida, assistente social da Casa. Foto: Especial O Município

“Desde quando tenho memória, só vi minha mãe doente uma vez. Todos achavam que ela ia morrer, mas ela insistia que ia viver até os 100 anos. Um irmão dela chegou aos 104, mas já não andava mais. Ela levanta, come e faz tudo sozinha”, conta José.

Para a família, a maior celebração é a independência de Catarina apesar da idade. “O que importa é a mente da gente. Do que adianta estar acamado ou com a cabeça ruim? Nossa família é muito abençoada”, comemora Crescencia.

Dona Catarina aproveitou a gaita para celebrar aniversário