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Conheça a ginasta de 12 anos que disputou o Campeonato Brasileiro após meses com muletas

Letícia Jordão está na ginástica artística desde 2013 e conquistou título estadual em 2017 com aparelho bola

Letícia Jordão é exceção ao senso comum de que as novas gerações têm se tornado cada vez mais sedentárias e que, pelos mais diversos motivos, são avessas à atividade física. Aos 12 anos, a ginasta acumula conquistas e bons desempenhos pela Associação Brusquense de Ginástica Rítmica (ABGR), em uma rotina conciliando estudos, atividades extracurriculares e o esporte de alto rendimento. Após ficar quase um ano de fora da equipe por lesões, precisando de muletas para se locomover, a garota terminará 2019 com sensação de superação e dever cumprido.

Nascida em 4 de março de 2007, Letícia começou a praticar ginástica por causa da mãe, Elaine. Antes dos seis anos, a garota já demonstrava aptidão, com uma elasticidade acima da média. Então, ela foi inscrita no projeto social que era financiado pela Caixa Econômica Federal, que, quando foi encerrado em 2016, acabou abrindo alas para o início da ABGR. “Em 2016, ela foi chamada para a equipe de alto rendimento, para competir.”

Um ano depois, Letícia conquistou o título do Campeonato Estadual no aparelho bola e o terceiro lugar no conjunto mãos livres. A coreografia que lhe deu o título é até hoje a mais marcante. “Era uma música forte, meio alegre, eram necessários movimentos mais fortes mais marcantes. A série tinha 1min30”, recorda.

Desde que passou a competir, já passou por quase 10 cidades de Santa Catarina e do Brasil.

Rotina puxada

Os treinos são realizados das 13h30 às 18h, às segundas, terças, quintas e sextas-feiras, e aos sábados das 8h às 12h. Desde 2014, ela também participa de um grupo de escoteiros, e não para em casa. Os estudos ficam reservados para a noite.

“É uma rotina normal para quem quer se dedicar. Não dá para fazer muito diferente. A gente apoia tudo que os filhos querem. Sempre que possível acompanhamos as competições. A família sempre acompanha, temos parcerias com os pais das meninas da equipe, dividimos caronas”, explica Elaine.

Letícia não está ansiosa pelo futuro na ginástica, nem tem como grande sonho chegar aos níveis mais altos, como a Seleção Brasileira. “Depende. Depende de como vai ser a escola, as exigências nos estudos, para conciliar tudo”, comenta.

Lesão

Após a rápida ascensão no esporte de alto rendimento, Letícia precisou interromper suas atividades em 2018, após lesões no quadril e no joelho. De maio de 2018 até janeiro de 2019, ela chegou a precisar de muletas para se locomover. A ausência dos treinos a incomodava bastante. “Senti muita falta. Não tinha nada para fazer em casa, tem que ficar parada, mal dava para andar.”

Em 2019, Letícia ficou em segundo lugar nos conjuntos do Estadual e no terceiro lugar nas mãos livres. Seu retorno à ginástica rítmica também foi coroado com a experiência de participar pela primeira vez do Campeonato Brasileiro, disputado no Rio de Janeiro. “Foi um desempenho melhor do que eu esperava”, comenta a ginasta.

“Este ano é de superação, após um ano parada. O técnico Thiago Coelho já a indicou para o Brasileiro. Mas ela foi muito bem pelo contexto, na parte de cima da classificação”, explica a mãe.

Com o calendário de competições encerrado, Letícia foca no quarto Festival de Ginástica Rítmica, que será realizado na Arena Brusque em dezembro.