Aos 51 anos, com duas filhas já casadas e quatro netos, Evelina Schork, 69, se viu mãe novamente. A história dela e de Luis Fernando Rubison de Souza, 18 anos, começou quando ele ainda era um bebê e continua cada vez mais forte.

Evelina e o marido, que moram em Guabiruba, alugaram uma pequena casa para uma família com um bebê recém-nascido. Passados alguns dias, Evelina foi verificar se eles estavam bem instalados e percebeu que a família passava necessidade.

“Comprei leite, fralda. Eles ficaram dias morando ali, mas aí foram embora. Passado um tempo, a mulher e a criança voltaram, e ela perguntou se eu queria ser madrinha do bebê”, conta.

Evelina é só orgulho do caçula Luis Fernando | Foto: Arquivo pessoal

Evelina e o marido aceitaram batizar Luis Fernando e a cada dia ficavam mais próximos do menino. Luis Fernando convivia mais com os padrinhos do que com a mãe. Foram muitas idas e vindas até que a mulher decidiu deixar o filho com os padrinhos.

“Ele acabou ficando com a gente. No começo eu não queria, porque ele tinha mãe e eu ficava pensando que ela poderia querer ele de volta, mas com o tempo consegui a tutela e ele foi criado como meu filho”, diz.

Luis sabe da sua história, conhece a mãe biológica, o pai, os irmãos, mas não mantém contato por opção. Para ele, mãe é Evelina, aquela que o acolheu, lhe deu amor, carinho e o ensinou. “Ele sempre me chamou de mãe, porque cresceu tendo eu como referência, mas todo mundo sempre diz que ele tem sorte, pois tem duas mães”.

Família completa: Marina, Evelina, Luis, José e Maria Helena | Foto: Arquivo pessoal

A mãe de coração conta que sua família que já estava formada e estruturada há muitos anos, acolheu o menino com todo o amor e nunca houve diferenças por ele não ser filho de sangue. “Minhas filhas já eram adultas, casadas, e me ajudaram muito a criar ele. Desde o começo ele já foi considerado da família”.

Para ela, a chegada do afilhado, que rapidamente se transformou em filho, foi um presente. “Foi uma dádiva. Não me arrependo de nada. Se tivesse que fazer, faria tudo de novo. Ele é tudo para a gente”, afirma.

“Ele é um rapaz querido, atencioso, terminou o segundo grau e no ano que vem vai para a faculdade”, completa a mãe orgulhosa.


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