Conheça Antônio Cervi, contador que fundou quatro entidades de classe em Brusque
Com visão associativista, ele participou da formação de sindicatos patronais
Com visão associativista, ele participou da formação de sindicatos patronais
Aos 84 anos, Antônio Cervi acompanhou muito do desenvolvimento de Brusque. O morador do Centro fez carreira como comerciante e contador, mas sua atuação no associativismo é reconhecida por diferentes entidades de classe do município.
Foi fundador de, pelo menos, quatro sindicatos locais, além de ter sido diretor executivo da Associação Comercial e Empresarial de Brusque (Acibr). Entre 1997 e 2000, foi secretário de Finanças de Brusque, durante o governo de Hylário Zen.
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A atuação comunitária começou muito antes de mudar para o Centro, em 1958. Quando o pai atuava nas rotinas da capela do bairro Santa Terezinha, ele auxiliava na confecção das atas e documentos das reuniões da comissão de construção. Naquela época, a família morava onde hoje é o bairro Limeira, e era preciso se deslocar a pé até o Centro para estudar.
Os primeiros empregos também foram ligados à contabilidade e ao direito. Seu primeiro emprego foi no escritório de Raul Schaefer e Jorge Edgar Ritzmann, promotor da cidade na época. Também atuou na Casa Toni e na Straetz antes de ajudar na fundação do primeiro sindicato.
Primeiras experiências
Quando casou com Vera, no fim da década de 1950, Cervi mudou para o Centro da cidade. Na época, ele trabalhava na Loja Renaux e ajudou na fundação do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, em 1957. Ele chegou a presidir a entidade em 1964.
Segundo ele, na época, a criação era uma necessidade para o comércio local, que começava a expandir. Uma curiosidade que ele se orgulha de contar é a proximidade da idade que possui com a própria Acibr, criada cerca de um ano depois do seu nascimento.
Três anos mais tarde, em 1967, ele chegou a receber uma bolsa para viajar até os Estados Unidos para conhecer o movimento sindical do país. Na época, ele já integrava o corpo de diretores da Federação do Comércio de Santa Catarina e do conselho fiscal da Confederação Nacional do Comércio.
Segundo ele, a experiência de 50 dias foi importante para aprimorar a forma de atuação no município. O grupo, composto por representantes da federação e do sindicato, integrava um programa de Associação Internacional de Desenvolvimento (AID), vinculado ao Banco Mundial.
Mesmo com as turbulências vividas por diferentes setores sindicais do Brasil, ele afirma não ter tido dificuldades para manter a atuação sindical, muito em função do perfil adotado pela entidade. “Originalmente, os sindicatos daqui tinham um papel assistencial muito grande.”
Ambos os lados
Depois de uma passagem pela empresa de mineração e cimento Cimenvali, no início da década de 1970, Cervi foi convidado para trabalhar no setor de contabilidade da Irmãos Fischer. Muito antes do convite formal, ele já prestava serviços à companhia e outras empresas locais em um escritório improvisado na própria casa.
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Ao todo, ficou por 20 anos na companhia, onde chegou a ser diretor financeiro. Foi durante o período que Brusque passou a contar com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Brusque e Região. Sem uma representação patronal, Cervi ajudou na criação do sindicato da categoria.
Anos mais tarde, ele também fez o mesmo com a Câmara de Dirigentes Lojistas de Brusque (CDL) e do Sindicato dos Contabilistas (Sindicont). Atribui o volume de entidades ao envolvimento comunitário que havia na época. “Eu conhecia muitas pessoas e não tinha medo de pesquisar e fazer as coisas, aí iam me chamando.”
Segundo ele, esta integração no associativismo de diferentes classes foi importante para o crescimento do município. Em 1960, ano do centenário de Brusque, lembra, a população da cidade era de cerca de 40 mil habitantes.
Depois dos anos de atividade, Cervi se mantém ativo, mas em intensidade menor. Entusiasta da preservação história da cidade, mantém livros e materiais de diferentes épocas. Chegou a ser tesoureiro e presidente da Casa de Brusque e, hoje, divide o tempo entre a horta, mantida nos fundos da casa, e a ajuda aos filhos.