Nesta edição, o Município Dia a Dia apresenta as propostas dos candidatos à Prefeitura de Brusque para a cultura, uma das áreas que têm o menor orçamento, entre as pastas do primeiro escalão do governo.
A pasta também está na mira de boa parte dos candidatos no que se refere à reforma administrativa: alguns pensam em fundi-la com a Fundação de Esportes, outros com Educação ou Turismo.
Em todo caso, a maior parte das propostas dos candidatos, como será visto a seguir, converge para manutenção de serviços já existentes; há também outro tema recorrente: a construção do teatro municipal na praça Sesquicentenário, um dos planos de Ciro Roza (PSB) não levados adiante pelos governos que o sucederam.
Odirlei Dell’Agnolo, o Bah (SD)
Incentivo à criação de fanfarras e bandas nas escolas municipais;
Incentivar atividades relativas à terceira idade, com o fortalecimento dos clubes de idosos, programa de inclusão digital e ginástica;
Contratar palcos pouco utilizados do município para disponibilizar aos artistas da região exporem seus trabalhos;
Reduzir a estrutura administrativa e voltar tais recursos para ações;
Incentivo às ações da cultura por meio da captação de recursos;
Promover eventos em nossas praças públicas nos finais de semana, com os artistas da nossa cidade;
Concurso de decoração natalina;
Criação de ágoras (praças) nos espaços públicos viáveis para esta finalidade.
Jones Bosio (DEM)
Colocar em pleno funcionamento o teatro municipal, atraindo espetáculos e incentivando talentos locais, posicionando Brusque no circuito nacional do teatro;
Manter e ampliar os festivais de música, dança, gospel, teatro e cinema;
Readequar o projeto Ônibus Biblioteca;
Ampliar projetos de incentivo à leitura;
Dar continuidade à digitalização do acervo do Museu da Imagem e do Som;
Implantar e fortalecer o Sistema Municipal de Cultura;
Chico Cordeiro (PSOL)
Sem propostas específicas para a área.
Dr. Jonas (PSB)
Buscar parcerias com o estado e a União para a construção do teatro municipal;
Resgatar e implantar projetos dedicados à música, dança, teatro e literatura, por meio da Fundação Cultural.
Gustavo Halfpap (PT)
Incentivar o artesão e o fortalecimento do artesanato municipal;
Estimular e apoiar a formação artística, produção e circulação da cultura;
Retomar a realização da Felicitá, Cidade Natal, Bier Fest e Carnaval e fortalecer o Festival de Inverno, o Festival Nacional da Cuca, a Fenarreco e o Cidade Natal;
Implantar o sistema e a política municipal de cultura;
Definir a política municipal do patrimônio histórico;
Concluir o Roteiro das Esculturas e potencializar o Parque das Esculturas;
Fortalecer parcerias com museus e associações culturais e esportivas;
Construção de Espaço Cultural no Parque das Esculturas, para ensaios, apresentações e exposições culturais;
Transformação do túnel do Parque das Esculturas em Museu Temático.
Bóca Cunha (PP)
Refundar os movimentos culturais, tanto de teatro amador, como de música, literatura e artes plásticas;
Preencher os espaços públicos com arte: esculturas, grafite, mosaicos, selecionados por meio de concursos;
Proteger os casarões históricos por meio do tombamento;
Criar a Pinacoteca municipal, promovendo exposições e incentivando doações para a formação de um acervo permanente;
Incentivar a leitura, garantindo uma biblioteca de qualidade em cada bairro, que também inclua jornais e revistas;
Promover áreas de livre acesso à internet nas praças da cidade, assim como nos prédios públicos;
Construir salas culturais nos bairros, para que todos possam ter acesso aos cursos da Fundação Cultural;
Criar projetos nas escolas para que as próximas gerações saibam e continuem a cultura do artesanato.
Jadir Pedrini (PROS)
Continuidade e ampliação de projetos como: esquinas musicais, ensaio livre, recreio cultural, Rock na Praça, projeto Arte em Toda Parte e Casa do Papai Noel;
Implantação de projeto criando lei de incentivo para cultura, viabilizando destinações orçamentárias próprias;
Dar início ao projeto de um teatro municipal;
Promover a oferta de cursos visando a utilização do espaço da Fundação Cultural;
Reformular o edital anual do Fundo Municipal da Cultura;
Manter e intensificar o apoio aos festivais de música, dança, gospel, teatro e cinema;
Incentivar os grupos folclóricos, tradicionalistas, corais, teatro e outros grupos que promovam atividades artísticas e culturais no município;
Apoiar e dar incentivo aos artesãos para realização de feiras e exposições.
Município Avalia
Poucos recursos . Embora a maior parte dos candidatos pretenda a expansão das ações da Fundação Cultural, nenhum deles indica meios de reforçar o orçamento da pasta, que é um dos menores entre as secretarias. Para 2016, por exemplo, o orçamento estimado da cultura foi de apenas R$ 2 milhões, isso incluindo os custos administrativos e com pessoal, sendo reservada montante bem menor para investimentos de fato. Entre as propostas mais onerosas, em tese, está a de Bóca Cunha, que prevê a construção de “salas culturais nos bairros”. .
Projetos inexistentes . O candidato Jones Bosio propõe “colocar em pleno funcionamento o teatro municipal”. No entanto, a prefeitura não possui teatro, portanto, ele precisaria ser construído para as ações relacionadas a ele serem implementadas. Além disso, Bosio informa ao eleitor que irá “readequar o projeto Ônibus Biblioteca” e “dar continuidade à digitalização do acervo do Museu da Imagem e do Som”. Esses dois projetos, entretanto, são inexistentes em Brusque. Não há, portanto, Ônibus Biblioteca para ser readequado, tampouco um Museu da Imagem e do Som para ser fortalecido. .
Teatro municipal . Dr. Jonas, Jadir Pedrini e Jones Bosio têm em seu plano de governo a criação de um teatro municipal. Projeto pretendido por Ciro Roza, enquanto prefeito, que não foi levado adiante. Não há explicação sobre como os candidatos pretendem financiar a obra e a manutenção dessa estrutura, a qual não é nenhum pouco barata. Entre os teatros inaugurados nos últimos anos na região, o Teatro Municipal Bruno Nitz, de Balneário Camboriú, custou R$ 12,5 milhões, em 2014, com 2.300 metros quadrados e capacidade para 344 espectadores. Já o Teatro Municipal de Pomerode foi finalizado ao custo de R$ 3,5 milhões, em 2009, com 1.550 metros quadrados e com capacidade para 524 espectadores. .
Tombamento de imóveis . Bóca Cunha informa que irá “proteger os casarões históricos por meio do tombamento”. Hoje, há apenas um imóvel tombado em Brusque: o prédio do Tiro de Guerra. No entanto, a maioria dos pedidos que chegaram à mesa dos últimos prefeitos foram engavetados, inclusive na do atual prefeito. O Conselho do Patrimônio Histórico de Brusque aguarda, até hoje, posição sobre o tombamento do prédio da Igreja Luterana e da antiga maternidade evangélica. O caso mais recente é o do casarão de Dom Joaquim, onde funcionava o armazém de Davi Hort. .
Lei de incentivo . Jadir Pedrini propõe a criação de “lei de incentivo para cultura, viabilizando destinações orçamentárias próprias”. Projeto semelhante foi anunciado em 2009 pelo ex-prefeito Paulo Eccel. Anos depois, em 2011, houve audiência pública para discutir a sua criação. No entanto, a proposta não evoluiu.