Eleição em Brusque: conheça as propostas e ideias do candidato Paulo Eccel (PT)
Entre outras propostas, ele defende a implantação gradual do programa Tarifa Zero no transporte público
Entre outras propostas, ele defende a implantação gradual do programa Tarifa Zero no transporte público
Nome de urna: Paulo Eccel (PT)
Candidata a vice: Enfermeira Dida Mafra (PSDB)
Coligação: De coração aberto, Brusque! (Federação Brasil da Esperança (PT, PC do B e PV), Federação PSDB-Cidadania, PDT, PSB e Solidariedade)
Número de urna: 13
Idade: 58 anos
Profissão: advogado
O candidato Paulo Eccel (PT) foi eleito deputado estadual em 2002 e duas vezes prefeito de Brusque, em 2008 e 2012. A candidata a vice é Enfermeira Dida Mafra (PSDB). Paulo disputa uma eleição para prefeito da cidade pela sexta vez. Ao jornal O Município, ele falou sobre propostas e ideias para o mandato. Confira a entrevista:
O mandato de pouco mais de um ano não é pouco tempo para colocar suas ideias em prática? O que pretende realizar agora que não poderia esperar até 2025?
Nosso programa de governo propõe um pacto com a cidade e com os servidores. Uma boa resolução dos problemas de atendimento é cuidar dos servidores. A qualidade do atendimento no serviço público não pode esperar nem um dia a mais, muito menos 1 ano e 4 meses. Obras que estão em andamento também precisam ter sequência.
Temos vários dramas na sociedade, como a fila das creches, 1,4 mil crianças esperando. Acha justo que elas esperem um dia a mais? Por isso nossa decisão de, com nossa grande frente, participar do processo eleitoral.
A falta de médicos na rede pública é constante. Que medidas pretende tomar para mudar esse cenário? Por que há tanto desinteresse da classe médica em atender pelo SUS?
Vamos aderir ao Mais Médicos, caso ainda não tenha tido adesão. Foi uma das soluções que encontramos entre 2008 e 2015, tínhamos mais de 12 médicos do programa. Em segundo lugar, vamos abrir processo seletivo para vagas para médico imediatamente.
Se não existem médicos interessados por Brusque, certamente tem a ver com a remuneração. Também vamos verificar a razão e interferir. Quando assumi a prefeitura em 2009, o salário do médico era de R$ 1.050 e aumentamos para R$ 8 mil, conseguimos médicos para a cidade. Ainda vamos intensificar a relação da prefeitura com os cursos de saúde da Unifebe para que possamos ter um plantel maior.
A arrecadação do município tem apresentado dificuldades neste ano. Que medidas pretende tomar para melhorar o cenário? Pretende aumentar impostos ou reduzir isenções fiscais?
Não vamos aumentar impostos. Existe uma comissão em Brusque, formada por membros da sociedade e do governo, que aprova eventualmente alguns benefícios para quem quer investir, mas eles não são significativos ao ponto de atrapalhar a arrecadação.
A questão da arrecadação está interligada com a situação econômica, que é algo macro. E todos os números apontam que a economia vai deslanchar. Índices do Brasil estão sendo elevados por instituições de crédito internacionais. Com a aprovação do arcabouço fiscal e a reforma tributária, a queda do dólar e os índices da bolsa, percebemos que a economia está dando bons sinais.
Em breve, o governo federal também vai lançar o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que vai injetar muito recurso na economia, assim como o Minha Casa, Minha Vida. O poder público tem que ser um indutor da economia e temos sinais do governo federal de aportes volumosos nos municípios que queiram ter esses programas funcionando.
A Câmara de Vereadores tem um viés bem mais à direita e você tem apenas um apoio certo, da vereadora Marlina. No seu último mandato, houve uma perda de apoio na Câmara ao longo do tempo. Você já pensou em como vai lidar com o Legislativo?
Vamos dialogar, exercitar a política na sua mais nobre acepção. Hoje, lideramos a maior frente de partidos, o que demonstra nossa capacidade de diálogo. Esse exercício será feito com os vereadores. Temos já conversas com alguns e, certamente, vencendo a eleição, não teremos apenas a Marlina na nossa base. De cara, já sairemos com mais vereadores.
Brusque foi na eleição de 2022 uma cidade antipetista, com Bolsonaro tendo 80% dos votos. O senhor tem utilizado em sua campanha o verde e o amarelo como cores predominantes. Essa estratégia busca dissociá-lo do PT, que historicamente é representado pela cor vermelha?
É uma eleição municipal, e estamos usando as cores da bandeira de Brusque na campanha: verde, amarelo, branco e vermelho.
O seu programa de governo fala sobre mais linhas para o transporte coletivo e menciona a implantação da Tarifa Zero. O senhor, inclusive, é defensor do modelo de Balneário Camboriú. Porém, um estudo recente da prefeitura mostrou um excessivo aumento no custo se isso fosse feito. Como fazer isso sem prejudicar os cofres públicos?
O transporte é uma garantia constitucional à população, assim como saúde, educação e moradia. Os outros são garantidos, mas, em relação ao transporte, o povo que se vire. O Tarifa Zero já é realidade em alguns municípios do Brasil.
Tramitam no Congresso Nacional várias leis que tratam da Tarifa Zero, que é algo moderno e que precisa de um aporte financeiro. Está se buscando a criação de um Sistema Único de Mobilidade no Brasil, para que se crie um fundo e os outros entes federativos financiem o transporte coletivo. O vale transporte pago pelos empregadores, por exemplo, pode talvez ser transferido para esse fundo. Estamos conectados com os estudiosos desse tema no Brasil. Pretendemos trazer esse debate para o município durante a campanha e ser referência no estado
Aqui existe um preconceito em relação à utilização dos ônibus, enquanto no exterior se anda de ônibus, de trem, e as pessoas acham bonito. O Tarifa Zero traria vários benefícios, como para a mobilidade e para a sustentabilidade.
Com o aumento de passageiros, os ônibus também se tornam grandes atrativos para publicidade nos espaços internos. Hoje, Brusque aporta entre R$ 200 e R$ 300 mil, mensalmente, ao transporte coletivo sem contrapartida. A Tarifa Zero não precisa ser implantada de uma vez. Pode ser para usuários de programas sociais, idosos, estudantes, em alguns dias, algumas linhas. Nosso programa de governo é honesto, e faremos a implantação gradativa.
A UPA do bairro Santa Terezinha foi um projeto do seu mandato como prefeito que não foi concluído até hoje. Outros modelos foram estudos e o objetivo, pelo menos até então, era que fosse instalado um Pronto Atendimento 12 horas no local. Qual é o seu projeto para aquele espaço?
Vamos colocar essa unidade para funcionamento e atender a população. Existem vários modelos de UPA, e os governos que vieram após o meu desistiram desse projeto. Vamos identificar junto ao Ministério da Saúde para conveniar uma UPA. Dependendo do convênio, há um valor específico de aporte.
O seu programa de governo fala sobre a construção de moradias populares em parceria com o governo federal e estadual. Quais seriam os modelos? Semelhantes aqueles que temos em Brusque inaugurados em sua gestão?
O Minha Casa, Minha Vida mudou, tem outras exigências. Não pretendemos concentrar as residências no mesmo espaço, o que já era nossa ideia antigamente. Hoje, temos basicamente dois bairros com o programa concentrado. Nossa ideia é distribuir pelo maior número de bairros possível.
De acordo com a prefeitura, são 7 mil famílias na fila, mas acredito que sejam muito mais. Quando isso acontecer, vamos resolver outro problema. Muita gente vem de outros municípios aqui – e que bom que vêm – e, rapidamente, consegue emprego. Mas boa parte do salário vai para o aluguel. Desde o fim do meu governo, nenhum plano habitacional foi colocado em prática. São oito anos sem uma política habitacional na cidade. O Minha Casa, Minha Vida também vai reduzir o preço do aluguel.
Nossa chapa, minha e da Enfermeira Dida Mafra, é formada por partidos que, historicamente, são antagônicos no Brasil. Estamos juntos, porque o foco é aquilo que nos une, que é o melhor para a nossa cidade. Se ficarmos o tempo todo nessa disputa de direita x esquerda, Bolsonaro x Lula, quem perde é a cidade. O que une o PT, o PSDB e os demais partidos da nossa aliança é Brusque. Não chegamos para dividir.
Se formos eleitos, vamos governar para a direita, para a esquerda, para o centro e para quem não tem identificação ideológica nenhuma com a gente. Temos a bandeira da paz estendida, o coração aberto e leve para ouvir a população. Nesse coração tem espaço para todo mundo que quer construir uma Brusque melhor e olhando para frente.
Desenvolvedor de Guiné-Bissau, na África, conheceu Brusque após contato no LinkedIn: