Conheça atletas de Brusque que competiram os Jasc por outros municípios
Por falta de oportunidade ou melhores condições, eles optaram por representar diferentes delegações
Embora seja uma disputa entre municípios do estado, os Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc) dão abertura para a participação de qualquer atleta representando qualquer delegação.
Muitos competidores de fora de Brusque vestiram a camisa do município, mas o contrário também aconteceu: atletas da casa preferiram, por falta de oportunidades ou melhores condições de trabalho, competir por outra cidade.
O maior caso de sucesso foi do nadador Vinicius Pedrini Paoli. Depois de anos dedicados à Associação Brusquense de Amigos e Incentivadores da Natação (Abain), equipe que o formou como atleta, ele disputou os Jasc deste ano pela primeira vez por Florianópolis. O competidor, que está há dois anos no clube Unisul, da capital, conquistou duas medalhas de ouro.
Já Renato Pereira ficou na sétima posição do downhill, por São José. A competidora Alanis Ávila representou Blumenau na competição, ajudando o município vizinho a ser campeão da competição.
Degrau acima
Paoli deixou Brusque porque deixou de ser um atleta de categorias de base para apostar no rendimento. Essa sequência ele conseguiu no clube da capital e, neste ano, recebeu o convite para representar o município pela primeira vez. “Aqui eles têm três clubes de natação, e eles então fazem uma seleção dos melhores, baseando o cronograma de provas nisso para tentar a melhor posição possível”, diz.
O nadador foi medalhista em dois revezamentos, o 4×100 livre e o 4×200 livre. No 100 m costas e no 200 m costas ele chegou até as finais, mas não conseguiu o pódio. “Pra mim essa é a competição mais importante da temporada. Ela vem muito forte por causa de contratações de fora, a galera vem em peso, então ajudar Floripa a conquistar as medalhas e ajudar o município a ser campeão no masculino foi muito bom”.
Apesar de ter deixado Brusque, ele ainda tem relações estreitas com o município e valoriza muito o período de aprendizagem. “A formação que o Bay (José Armando Vasquez Soto, técnico da Abain) me deu foi fundamental. Ele sempre foi um técnico que deu todo o apoio que eu precisava. Ele me motivou muito quando eu recebi esse convite para Florianópolis”.
Procura de espaço
Um dos atletas de downhill com o maior volume de conquistas do município, Renato Pereira precisou competir por São José nesta edição dos Jasc. Isso porque Brusque, a princípio, não queria contar com atletas locais para disputar a prova. “Eu estava insistindo e entrando em contato, mas não queriam. Uma semana antes de fechar as inscrições eu recebi a proposta de Brusque, porém já estava apalavrado com São José”, explica Pereira.
Nos próximos anos, principalmente com a nova lei que entra em vigor em 2018 e exige que pra participar da competição os atletas morem em Santa Catarina há pelo menos dois anos, a tendência é que os pilotos locais sejam procurados.
No que depender de Pereira, que acumula títulos em sua estante, Brusque passará a ser representada no downhill por atletas da cidade. “A minha vontade nunca foi de não correr por Brusque, mas como a gente não recebe a atenção devida isso acaba acontecendo. Eu penso que ao invés de gastar dinheiro pagando um atleta de fora, poderia ser investido isso na nossa equipe, porque não tem como darmos um bom resultado para a cidade se não tivermos condições de competir em alto nível”.