Conheça Graziela Bertolini, primeira mulher de Brusque que disputará um Ironman
Atleta iniciou no triatlo sem pretensão e hoje se prepara para disputar uma das provas mais difíceis do país
A história de Graziela com o triatlo começou por acaso, sem pretensões. Aos 31 anos, ela decidiu correr, tendo como objetivo a estética. Porém, com o passar dos meses, foi tomando gosto pelo esporte e em junho de 2014 correu sua primeira prova de 5km.
Motivada, além da corrida, comprou uma bicicleta e começou a pedalar. Foi aí que, por intermédio de um amigo, conheceu o triatlo. Não deu outra. Se apaixonou. “No início de 2016 fiz minha primeira prova de triatlo, que é o sprint, uma prova mais curta, com 1,5 km de natação, 40 km de ciclismo e 10 km de corrida”.
De lá pra cá, começou a treinar sério. Disputou várias provas pelo Brasil até chegar ao grande desafio: o Ironman.
“Fiz o triatlo olímpico, fiz maratonas, três meio iron e no ano passado decidi me inscrever para o Iron full, a prova completa”.
Graziela conta que antes de assistir ao Ironman pela primeira vez, achava que a prova era algo de outro mundo, que nunca conseguiria. Porém, ao acompanhar a prova de perto, se sentiu mais confiante e acreditou no seu potencial. “Quando eu fui assistir, vi que era possível. Tem pessoas de todos os tipos participando. Então, decidi me inscrever”.
A rotina de treinos da parapsicóloga é bastante puxada. Ela acredita que deve levar cerca de 13 horas para completar a prova, por isso, treina pesado todos os dias para alcançar seu objetivo.
“Comecei os treinos em janeiro e conforme o tempo passa, a intensidade vai aumentando gradativamente”.
O dia da brusquense começa bem cedinho, antes mesmo do sol começar a raiar, quando sai para correr por volta das 4h30, 5h da manhã. Depois faz natação e corrida, além da preparação física. Geralmente, as manhãs da parapsicóloga são dedicadas somente aos treinos.
“O mais difícil pra mim é acordar cedo. Eu não gosto, mas é a única forma que tenho para conseguir conciliar tudo. O difícil não é você fazer o Ironman, é treinar para o Ironman. Tem que ter muita dedicação”, afirma.
Além da rotina de treinos puxada, Graziela se dedica a atender seus pacientes, à empresa da família e também a família. A atleta tem duas filhas, uma de 11 e outra de 3 anos. Inclusive, na segunda gravidez, treinou até os sete meses e meio de gestação. “Eu corria e nadava, claro que em um ritmo mais reduzido. Mas 40 dias depois do parto eu já voltei a correr normalmente”.
O marido de Graziela também pratica o esporte e os dois se revezam para poder conciliar os treinos com a rotina da casa e das filhas. “Geralmente, eu vou no sábado de manhãzinha e ele no domingo, assim sempre tem alguém com as meninas. Quando vamos correr juntos, a minha sogra fica com elas. Temos muito apoio neste sentido”.
O esporte fez tão bem para Graziela, que ela sempre incentiva familiares e amigos a entrar neste mundo. Sempre que pode, presenteia com inscrições para corrida, como forma de apresentar o esporte para novas pessoas.
“O importante é começar. Claro que quem não tem preparação não vai conseguir correr 5km, mas corre 100 metros, depois mais 100m, amanhã já consegue 200m e daqui a pouco tá fazendo 5km. Todo mundo consegue. É só querer. Nunca é tarde para começar”.
Com o objetivo traçado e muita dedicação, a brusquense está pronta para fazer história e representar todas as mulheres de Brusque na prova que desafia os limites de milhares de triatletas do país.
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