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Conheça a história do brusquense que possui coleção com cerca de 500 canecos de chope

Osni Mafra guarda em sua casa um pedaço da história alemã da região

O representante comercial aposentado Osni Mafra, de 68 anos, nasceu em Brusque mas atualmente vive em Balneário Camboriú. Ao longo dos anos, Osni começou a ter um hobby repleto de nostalgia: acumular objetos e itens antigos e entre eles, canecos de chope.

Ao acumular tantos itens, chegou o momento em que Osni se deparou com coleções inteiras de itens como isqueiros, cachimbos, fotos antigas, canecos de chope e até motos.

Somente em relação aos canecos de chope, o aposentado possui cerca de 500 modelos diferentes. Todos estão guardados em sua residência de Brusque, mas jamais foram catalogados por completo.

Osni Mafra/Arquivo pessoal

Embora possa ser visto como colecionador, ele afirma que o objetivo nunca foi esse e que são as experiências que se vale a pena colecionar.

“Tenho de tudo. Além desses itens coleciono também objetos relacionados a música como discos de vinil, rádios e aparelhos de som em geral. Nunca me considerei colecionador, apenas fui acumulando ao longo dos anos”, diz Mafra.

Paixão alemã

Entre os itens que Osni guarda com o maior carinho estão os canecos de chope. Por possuir uma coleção com cerca de 500 modelos, Osni não consegue esconder a paixão que possui pelas festas alemãs de época, principalmente, os bailes de chope, que eram comuns na região nos anos 70.

“Os eventos daquela época eram diferentes de hoje. A Fenarreco atual, por exemplo, é muito diferente dos bailes da época. Para entrar nos bailes você comprava o caneco de chope antecipadamente e podia beber à vontade dentro do evento. Fui em vários aqui em Santa Catarina e no Paraná também”, relembra.

Osni relembra que, em Brusque, os bailes de chope geralmente aconteciam na Sociedade Beneficente, no clube Caça e Tiro, no clube Paysandú, no clube Bandeirante e no clube Guabirubense.

Osni Mafra e amigos em um baile chopp no Beneficente, em Brusque, em 1971.

Bailes de chope

De acordo com o historiador Aloisius Lauth, ao longo dos anos, a cultura de adquirir o caneco de chope como forma de ingresso para os bailes foi deixando de existir e, com isso, os canecos passaram a ser colecionáveis.

“Os canecos desapareceram por volta de 1975 e 1976. Eles passaram a ser caros para serem comercializados em eventos desse tipo”, diz o historiador.

Aloisius ainda explica que os primeiros bailes de chope surgiram em Timbó. Na cidade, ainda existe o grande salão onde os eventos de chope eram realizados.

“Na época, esses eventos eram famosos. Você comprava o caneco e bebia à vontade. No final da noite ainda tinha o famoso banho de chope. Os jovens jogavam chope um nos outros em forma de comemoração” explica.

Aloisius Lauth/Arquivo pessoal

Porém, foi por volta de 1975 que o chope foi entendido como um desperdício pelos organizadores dos eventos. O custo era muito alto para liberar à vontade apenas pela compra de um caneco. Logo, deixou de existir então, essa forma de ingresso. Porém, anos depois, o caneco retornou de uma forma diferente.

“Nos anos 80, a fama do caneco voltou. Os eventos movidos pelas lideranças religiosas, principalmente luteranas e católicas, tinham o chope como atração. Os canecos, por sua vez, eram tratados mais como colecionáveis pois sempre havia um caneco diferente para cada edição do evento”, recorda Aloisius.

Canecos especiais

Osni Mafra relembra algumas unidades de canecos de chope especiais na sua coleção. Ele acredita que possui todos ou quase todos os canecos das edições da Fenarreco e da Oktoberfest.

Entre os canecos mais especiais, está o da primeira edição da Fenarreco e da primeira edição da Oktoberfest, esse segundo, está exposto em Blumenau pelo filho do brusquense.

Caneco que remete ao início da festa que viria a ser a Fenarreco / Arquivo de Osni Mafra

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