Conheça a história do prédio histórico de Brusque que recebeu autorização para ser demolido
Edificação foi construída na primeira metade dos anos 40 e abrigou escritórios da Schlösser
Construído na primeira metade dos anos 1940 para abrigar os escritórios da Companhia Industrial Schlösser, o prédio localizado na esquina das avenidas Getúlio Vargas com Primeiro de Maio, onde hoje funciona a pizzaria A Italianinha, recebeu autorização do Conselho do Patrimônio Histórico de Brusque para ser demolido devido as alterações no trânsito da região solicitadas pela Havan para a implantação da Villa Schlösser.
Em mais de 70 anos de história, o prédio passou por várias fases. No primeiro momento, abrigou os escritórios da empresa e de Hugo Schlösser, um dos filhos do fundador da companhia, Gustavo Schlösser.
Nos fundos do piso térreo, funcionou a loja da empresa, junto com uma espécie de armazém de secos e molhados.
Já o segundo piso serviu de moradia para a família de Waldemar Schlösser, filho de Hugo e que por muitos anos foi diretor do grupo. Waldemar morou no prédio até o final da década de 1950, aproximadamente, quando mudou-se para São Paulo.
Após a mudança de Waldemar, todo o prédio foi ocupado pelos escritórios da fábrica. A loja, que tinha entrada principal pela avenida Getúlio Vargas, foi para a lateral do prédio, por isso, seu acesso passou a ser pela avenida Primeiro de Maio. “Nessa época, a loja era para vender coisas da empresa, retalho, toalha”, conta o diretor da Schlösser, João Beckhauser.
Os escritórios permaneceram no prédio até 1996, aproximadamente. Depois, mudaram-se para dentro da fábrica e a edificação da esquina da avenida Getúlio Vargas ficou vazia por alguns anos.
No início dos anos 2000, o prédio voltou a ser ocupado, desta vez, o seu uso foi totalmente desvinculado à fábrica. No local, instalou-se uma loja de móveis.
Anos mais tarde, por volta de 2008, o prédio foi alugado para os proprietários da pizzaria A Italianinha, que ali permanece até hoje.
Recordações
Em imagens do prédio publicadas no grupo Curto Fotos Antigas de Brusque, no Facebook, muitas são as lembranças dos brusquenses. Eduardo Maestri, por exemplo, lembrou de uma história envolvendo seu bisavô, Luiz Morelli, que era acionista da Companhia Schlösser.
Ele relata que foi seu bisavô que forneceu a madeira para construir a loja que existia no prédio. “A madeira foi puxada de carroça de Botuverá por dois filhos do Luiz, o padre Flávio e Osvaldo Morelli”, conta.
Membro do grupo, Edgar Ricardo von Buettner lembra que os balcões e todas as prateleiras da loja era de madeira escura. “Esse era o padrão nas três lojas ligadas às três empresas têxteis: Lojas Renaux, Buettner e Schlösser! Antigamente eram chamadas de “vendas” e também funcionavam como instituições financeiras, recebendo poupanças e concedendo empréstimos”, relata.
A autorização para demolição do prédio dividiu opiniões entre os membros do grupo. Alguns lamentaram por ser mais um prédio histórico, incluído no Catálogo do Patrimônio Histórico de Brusque, a desaparecer. Outros, entretanto, argumentam que a edificação já perdeu suas características originais e, portanto, trará mais benefícios ao município ao ser demolida.