Conheça histórias de moradores de Brusque que têm a data de nascimento registrada errada na certidão

Pessoas que têm a data de nascimento registrada errada na certidão contam os motivos dos erros e curiosidades sobre o aniverário

Conheça histórias de moradores de Brusque que têm a data de nascimento registrada errada na certidão

Pessoas que têm a data de nascimento registrada errada na certidão contam os motivos dos erros e curiosidades sobre o aniverário

Comemorar o aniversário é, geralmente, um momento especial. A maioria das pessoas espera com ansiedade a chegada da data para receber abraços e presentes dos amigos e dos familiares. Se pudessem, muitos aniversariantes prorrogariam as comemorações para mais um dia.

Algumas pessoas têm a chance de transformar o desejo da maioria em realidade devido a erros no momento do registro em cartório. Elas nasceram em determinadas datas, porém, seus pais repassaram ao cartório dias de nascimentos anteriores ou posteriores à data real.

Para saber como são as comemorações desses aniversariantes e para eles relatarem situações curiosas envolvendo a data, a reportagem conversou com quatro moradores de Brusque que têm registro errado na certidão de nascimento e, em consequência, nos demais documentos pessoais. Confira os relatos.


Lory (Copy)

Lory Linck

33 anos
Dona de casa
Nasceu em: 7 de junho de 1983
Data de registro na certidão de nascimento: 31 de maio de 1983

Enquanto a maioria das pessoas que foram registradas equivocadamente no cartório tem datas posteriores à data real, Lory Linck, de 33 anos, possui um diferencial: ela foi registrada com sete dias de antecedência.

A explicação, conta a dona de casa, é o gosto de seu pai. Segundo Lory, ele não gostava do mês de junho, por isso, diminuiu sete dias e a registrou em maio.

“Desde pequena minha mãe conta que ele não gostava do mês de junho. E pra mim isso acabou se tornando normal. Eu comemoro sempre no dia 31”, diz.

Embora comemore em maio, Lory também recebe parabéns em junho. Amigos e familiares que conhecem a história fazem questão de cumprimentá-la na data em que ela nasceu.


carine

Carine Aparecida da Silva

22 anos
Auxiliar administrativo
Nasceu em: 26 de outubro de 1994
Data de registro na certidão de nascimento: 25 de outubro de 1994

Uma simples troca de número, por parte do cartório, faz com que Carine Aparecida da Silva possa comemorar o aniversário em dois dias.

Ela conta que nasceu no dia 26 de outubro, porém, como a sua mãe não teve alta um dia após o parto, o seu pai foi até o cartório fazer o registro. E no momento de transcrever os dados, o cartório registrou 25 em vez de 26.

“Lá eles acabaram registrando por extenso corretamente mas em numeral saiu 25. Disseram que o correto era deixar o 25 porque não poderiam alterar e que se quiséssemos mudar seria necessário solicitar um documento assinado pelo médico responsável”, diz.

Em razão do valor que teria de ser pago para mudar e também devido ao erro ter sido cometido pelo próprio cartório, os pais de Carine decidiram manter o documento da mesma forma.

“E foi assim, por um pequeno erro acabo recebendo felicitações dois dias”, comemora a auxiliar administrativo.


Roseli Aparecida Guimarães

Roseli Aparecida Guimarães

39 anos
Diarista
Nasceu em: 7 de outubro de 1977
Data de registro na certidão de nascimento: 17 de outubro de 1977

A distância entre o cartório e a residência da família de Roseli Aparecida Guimarães foi determinante para que na certidão de nascimento da diarista constasse a data errada.

“A mãe falou que como moravam muito longe, no mato, eles tinham poucas opções para ir no cartório. E como meu pai trabalhava fora e ficava meses longe, ela ficava com os filhos sozinha e não tinha como registrar”

Roseli conta que comemora o aniversário na data que consta na certidão de nascimento e nos demais documentos pessoais. O dia 7, por outro lado, passa despercebido.

“Teve apenas um ano que comemorei no dia 7, porque pegaram no meu pé e na Fenarreco fizeram tocar parabéns pra mim”, conta.
A data errada nunca havia incomodado a diarista. Entretanto, após ela conhecer o atual namorado, Domingos Martins de Souza, tentou mudar a data junto ao cartório.

“Eu quis trocar porque a ex dele também faz aniversário no dia 17. Eu me sinto meio chateada com isso. Mas o problema é que muita burocracia, então vou ter que deixar assim”, lamenta.


mariane

Mariane Padilha Franco

26 anos
Costureira
Nasceu em: 15 de junho de 1990
Data de registro na certidão de nascimento: 16 de junho de 1990

Por desatenção, a costureira Mariane Padilha Franco foi registrada com um dia a mais em relação à data de nascimento. Quem conta a história é sua mãe, Marlene, que foi a responsável por levar os documentos no cartório.

“Eu fui sozinha fazer o registro, era um dia muito frio e fui fazer tudo correndo. Acabei não verificando o documento e só depois de três meses vi que a data estava errada”, diz.

A mãe conta que até tentou corrigir o erro, porém, como teria de pagar advogado e como não tinha tempo, acabou deixando de lado. “Fui deixando para depois e já está há 26 anos para depois”, brinca.

Em relação às comemorações, Marlene diz que a filha costuma receber os parabéns no dia em que ela nasceu.


Para trocar, apenas judicialmente

A reportagem entrou em contato com a Associação dos Notários e Registradores de Santa Catarina (Anoreg/SC) para esclarecer quais as providências que precisam ser tomadas para corrigir a data errada na certidão de nascimento.

Segundo a vice-presidente da entidade, Liane Alves Rodrigues, apenas judicialmente é possível trocar o dia. O cartório, explica ela, não pode alterar sem consentimento de um juiz.

“A pessoa precisa contratar um advogado e tem que provar que a data está errada. Isso com documentos do hospital em que ela nasceu. Só o juiz para determinar que a data realmente estava errada com a comprovação de documentos”, explica Liane.

Ainda de acordo com a vice-presidente, é comum encontrar registros errados de nascimento, sobretudo de pessoas mais velhas.

“As pessoas moravam longe e tinham que viajar com os filhos para registrar, então acabavam deixando para mais tarde e na hora de registrar passavam a data errada porque havia multa caso demorassem”, afirma.

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