Conheça o jovem de 16 anos que deixou Botuverá para ser jogador de futebol em São Paulo
Zagueiro Gabriel Hoepers disputa campeonatos estaduais e até torneios na Europa com Sub-17 do Grêmio Osasco Audax
O Grêmio Osasco Audax não é um clube com legiões de torcedores, muito menos em Brusque e região, mas no seu time Sub-17 está uma promessa que nasceu em Brusque, passou a infância em Botuverá e jogou por uma equipe de Guabiruba: O jovem Gabriel Hoepers, de 16 anos, disputa diversos campeonatos com a equipe, inclusive no exterior. Ele sonha com a profissionalização e com a chance de seguir uma boa carreira, uma meta visada por tantos jovens e crianças. Mas o futebol nem sempre foi um sonho para o zagueiro.
Ele nasceu em 7 de novembro de 2002, em Brusque, mas passou a morar em Botuverá a partir dos dois anos. O gosto pelo futebol na infância estava apenas na brincadeira, em jogar. Diferente dos inícios de diversas histórias, o garoto não imaginava que seria jogador nem pensava em ser, e também não gostava muito de assistir às partidas. “Em um dia eu quis ir para uma escolinha de futebol, só pra ver como era, e tudo começou aí”, comenta.
O desenvolvimento do brusquense-botuveraense ao longo dos anos rendeu o convite para atuar pela Associação de Futebol Educacional de Guabiruba (Afeg). O coordenador-técnico da Afeg, Márcio Cesari, é só elogios.
“Ele começou aqui com 10 anos, ia fazer 11 no mesmo ano. Sempre se dedicou muito, dificilmente faltava, sempre se deu bem na parte defensiva. A família também está de parabéns, pois apoiava muito. Sempre trazia ele aqui, às vezes até quatro vezes por semana, vindo de Botuverá, para treinar. Não é fácil, esse apoio é necessário.”
Em uma viagem para disputar uma copa em Rancharia, no interior de São Paulo, em 2017, o garoto despertou o interesse do Grêmio Prudente, por meio do técnico Jaílson Pita. Aos 15 anos, Hoepers deixava a família para fazer o que não cogitava na infância: ser jogador de futebol. “Eu teria que morar longe da minha família. Como nunca tinha ficado longe, foi muito difícil a adaptação”, comenta.
No Grêmio Prudente, o rapaz, que passou a maior parte da vida em Botuverá, chegou a ser apelidado de Brusque. “Foi em 2017, quando o Brusque jogou contra o Corinthians na Copa do Brasil. O menino que que dividia alojamento comigo era corintiano e acabou me apelidando assim.
Depois de duas temporadas em Presidente Prudente, um vídeo com os melhores momentos de Hoepers chegou ao Grêmio Osasco Audax, que conseguiu um acordo com o jogador. Em 14 de janeiro de 2019, o zagueiro deixou seu primeiro clube.
Campeão da Copa Ouro da Associação Paulista de Futebol (APF), o time também disputa o Campeonato Paulista Sub-17, e se classificou para a terceira fase no primeiro lugar do grupo 12, à frente de São Bernardo, Linense e XV de Piracicaba. Na última rodada, disputada neste sábado, 31, o Grêmio Osasco Audax goleou o XV por nada menos que 9 a 1.
Em julho, a equipe fez uma excursão pela Europa, disputando torneios na França e na Suécia. “Acabamos ficando com o vice na França e logo depois fomos para a Suécia, lá nós acabamos saindo nas quartas. Meu desempenho foi muito bom e fico feliz por ter ajudado a equipe com meu futebol. No geral, todos foram bem.”
Hoepers é zagueiro de ofício, mas começou a atuar nas categorias de base como volante, e pode também jogar como lateral. Hoje completamente adaptado, ele admite que a saudade de casa existe. Ou pelo menos de algo que ele só tem em casa:
“Aqui no clube a estrutura é muito boa, desde a alimentação até o lazer, temos à disposição até uma mini-fazenda com animais, piscina, sala de jogos, tudo muito bem estruturado. Já estou bem acostumado, há quase quatro anos morando fora de casa. Mas tem dias que bate aquela saudade da comida da mamãe (risos).”
Enquanto continua seus estudos no segundo ano do Ensino Médio, o jogador está focado no Campeonato Paulista e também tem olhos para a Copa São Paulo, o torneio de base mais tradicional do país, com equipes Sub-20. Questionado sobre se um dia gostaria de jogar no Brusque daqui a alguns anos, com o clube em condições hipoteticamente melhores, o flamenguista não descarta a possibilidade: “Olha, nunca pensei nesta hipótese, mas se for pra ser, vou sim.”