Conheça os benefícios da shantala para os bebês

Técnica indiana fortalece os vínculos entre os pais e o bebê, além de trazer benefícios para a saúde

Conheça os benefícios da shantala para os bebês

Técnica indiana fortalece os vínculos entre os pais e o bebê, além de trazer benefícios para a saúde

Auxiliar na adaptação dos bebês à vida fora do útero é uma das funções da shantala, massagem da técnica ayurvédica – conhecimento médico desenvolvido na Índia há cerca de 7 mil anos – que permite fortalecer ainda mais os vínculos entre os pais e o bebê.

“A shantala vem para auxiliar neste aspecto. Nos primeiros meses de vida o bebê fica perdido, não sabe de onde veio, para onde vai. Antes ele vivia na água, agora está na terra; no útero ele ficava encolhido, agora tem que se esticar; os sons eram abafados pela água e a partir do momento que nasce é muito barulho, por isso, tudo irrita, os bebês choram e os pais não conseguem entender esta transição”, explica o fisioterapeuta Rafael Gustavo Mäder.

De acordo com ele, o bebê não nasce pronto e a massagem vem de encontro com a adaptação a este mundo. “A shantala aproxima a criança desta nova realidade e também dos pais”.

Além de relaxar o bebê, massagem melhora a relação mamãe-bebê / Foto: Divulgação
Além de relaxar o bebê, massagem melhora a relação mamãe-bebê / Foto: Divulgação

Mäder destaca que para aprender a técnica não é preciso muita coisa. “Costumo dizer que é preciso ter carinho, apenas isso. Nos cursos, seguimos a metodologia do livro, mas nada impede que a mãe crie movimentos, se percebe que tem um determinado toque que o bebê gosta, está livre para fazer, não existe uma fórmula. O mais importante é que esse momento mamãe-bebê não seja quebrado”, diz.

Não existe um horário certo para que a mãe ou o pai aplique o método no bebê. O ideal, segundo o fisioterapeuta, é que seja feito em um ambiente tranquilo. Também não existe uma idade certa para iniciar a técnica no bebê, o recomendado, entretanto, é após o primeiro mês de vida. “Depende da cicatrização umbilical, que geralmente leva um mês. Sabemos que o quanto antes começar, melhor. Percebemos que como as crianças mais velhas já tem curiosidade, fica mais difícil ter um aproveitamento desejado, porque ela não consegue se concentrar”.

Ele também ressalta que é preciso conquistar a criança com a massagem para perceber os resultados. “Não adianta massagear uma vez e querer que a criança fique mais tranquila, a mãe tem que conquistar a criança, estimular”.

Pais devem respeitar a vontade do bebê

O tempo recomendado para cada sessão depende do desejo do bebê. “A criança que dá o tempo. No livro diz 20 minutos o tempo para executar os 20 movimentos, mas às vezes a criança cansa, não quer. O tempo vai de cada mãe conhecer o seu filho e também do bom senso”.

É importante ainda respeitar o tempo de mamada dos bebês. “Os bebês mais novos costumam mamar a cada duas horas, então, é importante procurar fazer a massagem uma hora depois da mamada”.

Para fazer a massagem, as mamães e papais podem utilizar óleos, o mais natural possível, para estimular o toque. “Na Índia, o óleo que eles usam é totalmente vegetal, sem nenhum componente químico”.

 A pequena Heloísa adora o banho de ofurô no final da massagem / Foto: Arquivo Pessoal
A pequena Heloísa adora o banho de ofurô no final da massagem / Foto: Arquivo Pessoal

Além de aliviar as cólicas, a shantala ajuda na digestão, a regular o sono, promove o relaxamento, melhora a circulação sanguínea e a oxigenação dos tecidos, entre outros benefícios. Carina da Cunha Maes é mãe da Heloísa, de oito meses, e costuma fazer a massagem shantala na pequena. Ela participou de um curso para aprender a técnica e sente a cada dia os benefícios para o seu bebê e além de aplicar a massagem em Heloísa, também compartilha o gesto com seus alunos, já que é professora de berçário. “A Heloísa gosta muito e fica tranquila. Ela se acalma, principalmente porque fica sem roupa. Sempre que percebemos que ela está mais agitada, eu aplico algumas técnicas da massagem e funciona muito bem”, diz.

Após massagear todo o corpo do bebê com o óleo, os pais podem finalizar com um banho relaxante. “O banho é a parte final, depois que faz a massagem. É importante lembrar que o banho não é para tirar o óleo do corpo, é um banho terapêutico. Geralmente, usamos o balde ofurô, em que o bebê fica com o corpo todo submerso e se assemelha ao útero. Esta é uma parte que o bebês relaxam muito”, explica.

De acordo com Mäder, não existe uma idade limite para aplicar a técnica na criança. “Não tem uma idade, o importante é que a mãe e a criança gostem da massagem. A criança é que vai dizer quando parar. Eu insisto muito nesta técnica porque acho importante, na primeira semana os pais já conseguem ver a diferença de comportamento dos bebês”.


A shantala

A Shantala foi descoberta pelo médico francês Frederick Leboyer, na década de 70. Em um de seus passeios pela Cidade de Calcutá, na Índia, ele percebeu que uma mulher aplicava um tipo de massagem em seu filho e ficou impressionado com a harmonia e troca de energia entre os dois. Descobriu que a técnica, muito utilizada por lá, era passada de mãe para filha há mais de cinco mil anos. Na volta para casa, o médico resolveu escrever um livro sobre a prática e batizou-a com o nome da mãe que lhe ensinou a técnica: Shantala.

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