Conheça rede de apoio para mães que necessitam da doação de leite materno em Brusque
Amamentação correta é fundamental nos primeiros seis meses de vida do bebê
Embora as redes de saúde ofereçam diversas orientações, muitas mães ainda encontram dificuldades para amamentar ou precisam de doação de leite materno. Logo, a doação de leite acaba sendo uma alternativa essencial para garantir que os bebês recebam os benefícios nutricionais e imunológicos necessários.
Em Brusque, o Instituto Catarinense Anjos do Peito, fundado em 29 de novembro de 2010, realiza um trabalho voluntário fundamental de apoio às mães. A ONG realiza cerca de 400 atendimentos mensais, que podem ser online, presenciais, em hospitais, domiciliares ou na sede da entidade.
Angelina Lucia Tarter, enfermeira e fundadora da entidade, explica que as mães chegam ao Anjos do Peito orientadas por hospitais, amigas e redes sociais. “Formamos grupos de gestantes e organizamos palestras sobre parto e amamentação, além de consultorias individuais. Tudo é gratuito e agendado, já que as voluntárias atendem Brusque e região”.
Durante o ano de 2023, o Amamenta Brusque captou mais de mil litros de leite humano e realizou mais de dois mil atendimentos. Em 2024, já foram 430 litros recolhidos e quase 1,7 mil atendimentos.
“O Posto de Coleta Amamenta Brusque faz parte da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (rBLH-BR). Além de englobar ações de captação de doadoras de leite, o posto de coleta oferece acolhimento e presta assistência a mulheres, crianças e famílias na prática do aleitamento materno”, divulgou a prefeitura.
A importância do leite materno
Segundo Ana Paula Fagundes da Silva, ginecologista e membro da Associação Brusquense de Medicina, “bebês prematuros ou gravemente doentes frequentemente se beneficiam significativamente do leite materno doado, que reduz o risco de complicações graves”.
“A doação de leite materno cria uma rede de solidariedade entre mães, promovendo apoio mútuo. Doar leite ajuda a conscientizar sobre a importância da amamentação e sobre como as mulheres podem apoiar aquelas que desejam amamentar, mas enfrentam desafios. Assim, tanto as orientações sobre amamentação quanto às iniciativas de doação de leite desempenham papéis vitais na promoção da saúde infantil e materna, contribuindo para o bem-estar das famílias”, destaca.
Após os seis meses, recomenda-se a introdução de alimentos sólidos, mas a amamentação deve continuar até pelo menos os dois anos de idade. Durante esse período, o leite materno permanece uma fonte vital de nutrientes e imunidade para a criança, mesmo com a inclusão de outros alimentos.
A decisão sobre quando interromper a amamentação deve ser baseada nas necessidades e desejos da mãe e do bebê, sempre considerando a orientação do pediatra.
“A amamentação é essencial porque o leite materno contém anticorpos que protegem o bebê contra infecções e doenças, reduzindo o risco de infecções intestinais, respiratórias e alergias. Além disso, alguns componentes do leite materno são cruciais para o desenvolvimento cerebral do bebê, contribuindo para um melhor desenvolvimento cognitivo. A amamentação também promove um vínculo emocional significativo entre a mãe e o bebê, auxiliando no desenvolvimento emocional e psicológico da criança. Para as mães, a amamentação pode reduzir o risco de câncer de mama e ovário”, explica a ginecologista.
No entanto, existem casos específicos em que as mulheres não podem amamentar. Segundo a ginecologista, se a mãe tiver uma infecção grave que possa ser transmitida ao bebê, pode ser necessário interromper temporariamente a amamentação.
Confira outros casos:
- Casos de HIV não tratado;
- Doenças contagiosas (como tuberculose);
- Uso de alguns medicamentos que podem causar efeitos colaterais no bebê; depois de certos procedimentos cirúrgicos ou tratamentos, até que os medicamentos ou anestésicos tenham sido eliminados do organismo;
- Se a mãe estiver exposta a substâncias tóxicas (como certos produtos químicos, drogas ilícitas e álcool), pode ser necessário interromper a amamentação para proteger a saúde do bebê.
“É importante ressaltar que, cada situação deve ser avaliada por um médico ou profissional de saúde especializado em amamentação”, complementa a médica.
Cuidados especiais
Além disso, a mãe deve tomar cuidados importantes para garantir o bem-estar dela e do bebê. A médica dá algumas dicas, tais como:
- Manter uma posição confortável e correta durante a amamentação previne dores nas costas e nos ombros, usando travesseiros ou almofadas para apoiar o bebê;
- Manter os seios limpos e secos para prevenir infecções, fissuras e mastite, que é uma inflamação da mama causada por bactérias;
- Usar sutiãs confortáveis e de bom suporte é recomendado. Além disso, uma dieta equilibrada, rica em nutrientes, consumo de bastante líquido e descansar o suficiente é essencial para a saúde física e emocional da mãe, o que também auxilia na produção de leite;
- Sempre consultar um médico antes de tomar qualquer medicamento durante a amamentação. A saúde mental também é importante. A amamentação pode ser uma experiência emocional intensa. Buscar apoio emocional, seja de familiares, amigos ou grupos de apoio à amamentação, pode ser muito útil.
Onde doar e ajudar
A doação para o Amamenta Brusque é feita de forma inteiramente voluntária. Para ser uma doadora, é necessário amamentar e ter realizado pré-natal com todos os exames previstos.
Após isso, a doadora precisa entrar em contato com o Amamenta Brusque, através do Whatsapp (47) 99698-1221, e agendar uma visita de representantes do projeto até a sua casa para coleta.
“Os números deste ano estão baixos. Não há como descrever a importância do processo de doação. Precisamos desse apoio”, manifestou a prefeitura.
Já para aqueles que quiserem contribuir com o Anjos do Peito e também para as mamães que precisam de orientação, a entidade está localizada na rua Azambuja, número 789, no bairro de mesmo nome. Confira outras formas de contato:
- Telefone: (47) 3351-7786
- WhatsApp: (47) 98423-5266 e (47) 9989-2642
- Instagram @anjosdopeito
- E-mail: anjosdopeito@gmail.com
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