Conheça a trajetória do advogado Marcão Silva, que morreu nesta quinta-feira
Marcus Antônio Luiz da Silva teve longa carreira na OAB, na política e no meio universitário
Conheça a trajetória do advogado Marcão Silva, que morreu nesta quinta-feira
Marcus Antônio Luiz da Silva teve longa carreira na OAB, na política e no meio universitário
- 28/06/2019
- 5:08
“O Marcão representava muitos exemplos de vida, de lealdade, de humildade, de ética, honestidade”. A fala é do presidente da OAB de Brusque, Renato Munhoz, amigo há quase dez anos do advogado Marcus Antônio Luiz da Silva, que faleceu às 3h15 da madrugada desta quinta-feira, 27, aos 58 anos de idade, no hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba.
“Um ser humano que sem dúvidas nenhuma era incapaz de fazer mal a ninguém. Sempre buscou, de alguma maneira, ajudar as pessoas, a melhorar o mundo e ser um sinônimo de transformação o quanto pôde em sua caminhada de vida”, recorda Munhoz, que conheceu o advogado após chegar em Brusque, em 2004, aproximando-se dele nos últimos oito anos, pela OAB. “Perco um grande amigo, ser humano sem precedentes.”
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Marcão estava internado há 60 dias e lutava contra o câncer, segundo nota divulgada pela diretoria da subseção de Brusque da OAB-SC.
Ele era natural de Brusque, onde nasceu no dia 23 de novembro de 1960, e morava no Jardim Maluche. Deixou a esposa Helena Rubia Inocente da Silva e o filho, de 14 anos, Antonio Luiz da Silva.
Filho do advogado Antônio Luiz da Silva que, em 1978, foi um dos fundadores da OAB no município, e da professora Irian Dias da Silva, o advogado se formou em direito pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em dezembro de 1983. Logo após, ingressou na OAB, em 1984.
“O Marcão, dos 35 anos de advocacia, eu seguramente posso afirmar que mais de 30 são praticamente dedicados com muita intensidade às causas relativas à OAB”, conta Munhoz.
O advogado foi presidente da Caixa de Assistência dos Advogados de Santa Catarina (Caasc) na gestão 2016-2018. “Lá, ele literalmente humanizou o setor como nunca tinha acontecido por mais de 70 anos de existência da Caasc. Esse foi sempre o mote de vida, ajudar as pessoas da melhor maneira possível, solidarizando e humanizando todos os ambientes pelos quais ele passou”, complementa.
Trajetória
Em sua carreira, o advogado foi vice-presidente da OAB-SC na gestão 2013-2015; por duas vezes foi presidente da subseção da OAB de Brusque, em 1991 a 1995, e duas vezes conselheiro estadual.
Marcão também foi duas vezes conselheiro federal da OAB, nesta época integrou a Segunda Câmara do Conselho Federal, na qual participou da Comissão Nacional de Combate à Corrupção.
Na política, o advogado foi vereador por duas vezes, pelo MDB, nas legislaturas de 1989-1992 e 1993-1996. Em 1990 concorreu a deputado federal e ficou como suplente. Em 1996, Marcão concorreu a prefeitura, junto com Paulo Cesar Piva, mas não foi eleito. Em 2006, ainda pelo MDB, disputou a eleição a deputado federal.
Na academia, lecionou a disciplina de Direito Processual Civil, no Centro Universitário de Brusque (Unifebe). Era pós-graduado em Direito do Estado e Direito Processual Civil e especialista em Direito Eleitoral.
Homenagem
Outras entidades também emitiram notas de pesar. “Neste momento de tristeza pelo seu passamento, que possamos todos nos confortar com as boas condutas e experiências que sempre marcaram sua trajetória. Que sua família e amigos possam encontrar alento em sua vida e obra”, diz a nota feita pela Prefeitura de Brusque.
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A Câmara de Vereadores de Brusque relembrou a postura de Marcão, enquanto parlamentar. “Nos anais desta casa está eternizada a imagem da pessoa que encantou, pela oratória, pela crítica incisiva e contundente, pelo debate polido e respeitoso à imagem dos interlocutores. Nos arquivos perenes do Legislativo estão guardados o perfil de uma pessoa inteligente, de reflexão refinada e do homem virtuoso e amante moral social”, homenageia o Legislativo.
A nota também recorda da presença e atuação do advogado durante a sistematização da primeira constituição do município de Brusque, em 1992. “Na Magna Carta municipal é possível ver, de forma cintilante, os traços de um cidadão que desenhou os avanços sociais derivados da Carta Republicana de 1988”, finaliza.
O sepultamento será nesta sexta-feira, 28, previsto para começar às 14h, no cemitério municipal Parque da Saudade. O velório ocorreu às 18h desta quinta-feira, 27, na sede da OAB de Brusque.