X
X

Buscar

Conhecidas avaliam comportamento da mulher que admitiu ter matado grávida, em Canelinha

Vítima e acusada não eram muito próximas, segundo conhecidas e familiares

Um crime brutal abalou Canelinha após a descoberta de que Flavia Godinho Mafra, 24 anos, que estava grávida de nove meses, havia sido morta a tijoladas, sendo que sua filha foi retirada do ventre com um estilete. A Polícia descobriu o crime na sexta-feira, 28.

A acusada contou à polícia que planejou o crime há dois meses. Ela teria engravidado em outubro do ano passado e perdido seu bebê em janeiro deste ano.

Um familiar, que não quis ser identificado, informou que em nenhum momento os parentes desconfiaram que a gravidez da mulher responsável pelo crime era falsa.

“Ela era uma pessoa normal, trabalhava tudo certinho, era como qualquer pessoa. Não sei o que aconteceu na cabeça dela para fazer isso”, conta em choque.

Segundo o parente, as duas conversavam pouco atualmente, geralmente trocavam mensagens pelas redes sociais, mas nada constante. No entanto, elas conviveram durante toda a infância.

Em nenhum momento a mulher percebeu algum comportamento ou atitude estranha por parte da acusada. “Nós brincávamos de casinha como toda criança brinca. Nunca, nunca, nunca desconfiei de nada”, declara.

Toda a família acreditou que a mulher estava grávida, justamente pelas postagens que eram divulgadas pela acusada do crime nas redes sociais. “Ela era bem magra e depois engordou, ficou bochechuda, como uma grávida normal”, diz.

Segundo a parente, a mulher trabalhava em uma malharia, mas estava afastada durante a pandemia por estar grávida, o que configura grupo de risco.

A última vez que ela teve contato com a acusada foi há dois meses. No entanto, o contato delas era distante e pontual. “Era algo do tipo: ‘oi como está a gravidez?’ e ‘quando vai nascer?’. Era coisa rápida”.

Ela diz que toda a família está chocada e que ninguém consegue acreditar. “Parece mentira. Se ela não tivesse confessado, ninguém acreditaria que ela chegou a esse ponto e fez isso”, pontua.

A mulher declara ainda que apesar de estarem abalados, toda família torce para que a justiça seja feita. “O que nós queremos é o que todos querem. Queremos justiça e que ela pague pelo que ela fez”.

Colegas de gravidez

Uma amiga de Flavia, que não quis se identificar, diz que a acusada do assassinato era colega de Flavia e que passou a lhe procurar durante a gravidez. Ela frequentava a loja onde Flavia trabalhava pedindo bordados para a suposta filha, Antonella.

Ela afirma que a mulher tinha perfil considerado estranho. “O pessoal falava já que ela tinha um comportamento estranho, falava coisas que não era verdade. Ela já havia anunciado uma vez uma gravidez. Outra vez falou que tinha um câncer. Mesmo assim, nunca pensei que ela faria isso”.

Segundo ela, a acusada já era “gordinha”, o que dificultava identificar uma falsa gravidez. A amiga de Flavia trocou mensagens com a acusada, e estes áudios foram encaminhados para a polícia. Ela revela ainda que presenciou uma conversa entre a acusada e a vítima. “Eu vi que elas estavam conversando, algo sobre a gravidez. Já era durante a pandemia, então não via mais a Flavia com tanta frequência”.

Sobre o chá de bebê, segundo a amiga, o que a acusada fez foi promover o falso evento e convidar tanto a Flavia quanto diversas outras amigas da grávida. Porém, ela cancelou com todos os convidados, com exceção de Flavia. “Ela conversou comigo e ficou me enrolando. Me fez acreditar que a criança era dela. Chegou a dizer que poderiam ser gêmeos”, revela.

Ela afirma que em nenhum momento desconfiou de que a mulher não estava grávida.

Gravidez nas redes sociais

Em suas redes sociais, ela postou fotos de um ensaio em que aparece grávida e ao lado do que parece ser o pai da criança, em julho deste ano, seis meses depois de ter perdido o bebê. Na foto, o homem ao seu lado veste uma camiseta com fotos que parecem ter sido tiradas de um ultrassom com a frase “Papai Ama Antonella”.

Em 9 de agosto, ela postou um vídeo do sorteio de uma rifa que teria feito para arrecadar fraldas. “Primeiramente queria agradecer todos de coração por ter comprado a rifa da Antonella. Foi um sucesso, ganhamos muita fraldas, é muitos mimos junto (sic), queria agradecer a todos de coração”, diz a postagem. Seis dias antes, ela postou uma foto direcionada à “gravidinhas que teriam bebê esse mês”.

Durante o ano, outras postagens foram feitas falando de sua suposta gravidez. Ela chegou a publicar uma imagem de um aplicativo para acompanhar a gestação informando que o bebê estaria com 31 semanas, em 19 de julho. A imagem também informava que a previsão para nascimento da criança seria em 20 de agosto.

Colaborou Bruno da Silva.


Quer receber notícias diretamente no seu celular? Clique aqui e entre no grupo de WhatsApp do jornal

Prefere ficar bem informado pelo Telegram? O jornal tem um canal de notícias lá. Clique aqui para participar