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Conselho de Pastores de Brusque contesta suspensão de missas e cultos

Decreto Municipal suspende por sete dias a prática de missas e cultos; nota foi divulgada nesta terça-feira

Nesta terça-feria, 21, o Conselho de Pastores de Brusque (Copab) emitiu nota que contesta o Decreto Municipal 8.671/2020, da Prefeitura de Brusque. Documento suspende pelo período de sete dias a prática de missas e cultos, bem como qualquer reunião presencial de cunho religioso.

Em nota, assinada pelo pastor Cleverson Picolotto, a Copab expressa “indignação” à decisão, tomada para a prevenção da Covid-19.

Segundo comunicado, as igrejas representadas pelos pastores do Conselho tomam todos os cuidados e seguem todas as recomendações sanitárias e médicas para a realização das reuniões.

“A não aglomeração, assim como o distanciamento, a obrigatoriedade do uso de máscaras, o uso de álcool gel e outras atitudes recomendadas, estão presentes em todas as atividades religiosas”, afirma.

Ainda, destaca que a igreja auxilia a comunidade e os órgãos públicos através de projetos sociais, ações de caridade, assim como intercessões.

Porém, manifesta “tristeza pela forma com que a crise tem sido conduzida por parte da Prefeitura Municipal de Brusque, que não demonstrou (…) interesse no diálogo com as igrejas e instituições religiosas, as quais poderiam auxiliar muito, e estão sempre à disposição para bem servir a comunidade”, continua.

Nota cita o direito a laicidade do estado, presente na Constituição Federal. Assim, reforça que, na mesma forma que a Igreja não interfere na organização estatal, o estado também não deveria interferir nas atitudes litúrgicas ou na prática de cultos.

“Ainda em tempo, cumpre esclarecer que o Conselho de Pastores de Brusque é sensível em relação à pandemia e manifesta votos de solidariedade, mantendo o auxílio à sociedade, o cuidado aos doentes e serviços de capelania”, diz.

Confira nota na íntegra

NOTA DO CONSELHO DE PASTORES DE BRUSQUE REFERENTE AO DECRETO MUNICIPAL 8.671/2020

O Conselho de Pastores de Brusque – COPAB vem por meio da presente nota expressar sua indignação frente ao Decreto Municipal 8.671/2020, que suspende pelo período de 7 (sete) dias a prática de missas e cultos, bem como qualquer reunião presencial de cunho religioso (art. 2º, I, c).

Diante do cenário pandêmico causado pelo Coronavírus (Covid-19), as igrejas representadas por seus pastores neste Conselho continuam tomando todos os cuidados e zelando por todas as recomendações sanitárias e médicas ao realizarem suas reuniões. A não aglomeração, assim como o distanciamento, a obrigatoriedade do uso de máscaras, o uso de álcool gel e outras atitudes recomendadas, estão presentes em todas as atividades religiosas.

A igreja de Cristo tem sempre se demonstrado amiga da comunidade e dos órgãos públicos, uma vez que exerce papel fundamental diante da população, através de projetos sociais, ações de caridade, assim como intercessões. Porém, manifesta tristeza pela forma com que a crise tem sido conduzida por parte da Prefeitura Municipal de Brusque, que não demonstrou durante a edição do Decreto 8.671/2020, interesse no diálogo com as igrejas e instituições religiosas, as quais poderiam auxiliar muito, e estão sempre à disposição para bem servir a comunidade.

É de suma importância reforçar, mais uma vez, o respeito ao que é preconizado na Constituição Federal que retrata a laicidade do Estado, onde prevê que a Igreja não interfere na organização estatal, assim como o Estado também não deve interferir nas atitudes litúrgicas das igrejas ou na prática de seus cultos.

Ainda em tempo, cumpre esclarecer que o Conselho de Pastores de Brusque é sensível em relação à pandemia e manifesta votos de solidariedade, mantendo o auxílio à sociedade, o cuidado aos doentes e serviços de capelania.

Por fim, lembramos que a Igreja de Jesus Cristo tem como objetivo o cuidado com vidas e cumpre este objetivo com zelo desde muito antes do Município de Brusque existir.

A responsabilidade com o amor e cuidado de pessoas que cada pastor tem diante de Deus os qualificam para tomar decisões sobre a proteção de seus membros e igrejas, sem que haja qualquer interferência do poder público, como bem preconiza nossa constituição e os tratados internacionais que nosso país é signatário.

As igrejas representadas neste Conselho continuam orando por nosso governo e nosso sistema de saúde, para que haja sabedoria na gestão e superação deste momento tão difícil, assim como ora para que haja temor ao Senhor nas práticas da Administração Pública Municipal.

Brusque – Santa Catarina, 21 de julho de 2020

Pr. Cleverson Picolotto
Presidente do Copab


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