Conselho Tutelar de Brusque recebeu mais de 1,2 mil denúncias durante a pandemia
Número é maior em comparação com os anos anteriores
Número é maior em comparação com os anos anteriores
De março até outubro deste ano o Conselho Tutelar de Brusque já recebeu mais de 1,2 mil denúncias. Segundo o órgão, o número de denúncias envolvendo ameaça ou violação de direitos em meio à pandemia é maior em comparação com os anos anteriores.
As informações são repassadas anonimamente, partindo geralmente de familiares, vizinhos, prestadores de serviços, de unidades básicas de saúde, entre outros.
De acordo com o Conselho Tutelar, o cancelamento das aulas presenciais foi um dos fatores para a crescente demanda, assim como a crise econômica que causou desempregos e o abalo psicológico sofrido por muitas pessoas.
Antes da pandemia, a inclusão das famílias em programas oficiais ou comunitários de proteção era mais ágil, porque tais situações eram observadas no ambiente escolar.
Até o momento foram recebidas 32 denúncias envolvendo abandono de incapaz.
“Recebemos muitas denúncias de crianças deixadas sozinhas em casa, principalmente pelo motivo das escolas estarem fechadas e os responsáveis terem que sair para trabalhar, não tendo onde deixar as crianças ou condições de pagar um adulto para exercer os cuidados que a criança requer”, informa o Conselho Tutelar, em nota enviada por e-mail.
Dentre as denúncias também estão situações de abuso sexual, violência física e psicológica, evasão de adolescentes de casa e principalmente a não adesão das famílias em acompanhar o rendimento escolar dos filhos.
Após receber a denúncia, o órgão verifica as informações ou fatos e no caso de confirmação, a atuação se dá baseada no que preconiza o Estatuto da Criança e do Adolescente, no artigo 136.
“Infelizmente, a maioria das denúncias recebidas são verídicas. Muitos casos atendidos, além de confirmar o fato denunciado, é identificado outras violações de direito, as quais são prontamente encaminhadas para atendimento na rede de proteção de direitos da criança e do adolescente”, ressalta o órgão.
Neste período de pandemia, o Conselho Tutelar limitou o número de pessoas a serem atendidas presencialmente na sede, conforme orientações da Secretaria Municipal de Saúde.
Além disso, levando em consideração a dificuldade do usuário se deslocar até a unidade, o órgão também optou pelo atendimento domiciliar para pessoas que entravam em contato solicitando atendimento.