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Cônsul Carlos Renaux – Síntese de uma grande história – Parte 1

A programação de aniversário de Brusque deste ano teve alguns eventos de destaque na seara cultural, e um deles foi a visita guiada à Villa Renaux. Promovida pela Fundação Cultural e sob responsabilidade técnica da Unifebe, as 40 vagas foram preenchidas em menos de 1 dia, gerando fila de espera, tamanha a atração do local, […]

A programação de aniversário de Brusque deste ano teve alguns eventos de destaque na seara cultural, e um deles foi a visita guiada à Villa Renaux. Promovida pela Fundação Cultural e sob responsabilidade técnica da Unifebe, as 40 vagas foram preenchidas em menos de 1 dia, gerando fila de espera, tamanha a atração do local, um dos mais importantes símbolos da história de Brusque.

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Como, até a presente data, o Museu Cônsul Carlos Renaux ainda não está aberto à visitação pública, e como a pesquisa sobre a vida e obra do Cônsul é de minha responsabilidade nos trabalhos que estão sendo desenvolvidos pela Unifebe, compartilho com o leitor alguns fragmentos da história de um homem visionário, negociador, empreendedor e político, e que prestou grande contribuição para a transição da Brusque colonial para a Brusque industrial.

Karl Christian Renaux
Carlos Renaux (em alemão: Karl Christian Renaux), nasceu em Loerrach, Grão-Ducado de Baden, Alemanha, no dia 11/03/1862. Frequentou a escola Pedagógico Graoducal e o Ginásio de Loerrach, equivalente ao atual ensino médio. Entre 1879 e agosto de 1882, empregou-se como aprendiz no Banco Hipotecário de Loerrach (KreishypothekenBank). Em setembro de 1882, emigrou para o Brasil com carta de recomendação escrita pelo gerente do banco, e se instalou em Blumenau, onde, em fevereiro de 1884, se casou com Selma Wagner, filha do bem-sucedido pioneiro alemão Peter Wagner.

O início das atividades em Brusque
Após curta permanência em Blumenau, graças à sua rara inteligência e capacidade organizadora, em 1884 Carlos Renaux assumiu o cargo de gerente da filial de Asseburg & Willerding em Brusque, atuante no comércio de exportação de produtos coloniais em Itajaí. Um ano depois, em 1885, ele adquiriu essa empresa sendo, para isso, fundamental o dote (herança) recebido por sua mulher Selma Wagner. Era uma venda pequena, mas o jovem negociante adotou no comércio os princípios que até então eram desconhecidos por aqui: acabou com o sistema de troca entre colonos e vendeiros e adotou a base da moeda corrente para grande parte das transações.

O início do envolvimento na política
Renaux começou a participar nos acontecimentos políticos e duas vezes tomou parte em atos de suma importância política: na redação da Constituição do Estado de Santa Catarina, em 1891, e nas lutas da revolta contra Floriano Peixoto, em 1893. Bem relacionado e envolvido na política, tinha grande amizade com a família Müller, mais precisamente com Lauro Müller, de Itajaí. Com ele havia lutado em prol da fundação do Partido Republicano que elegeu Lauro Müller primeiro governador republicano catarinense e ele próprio, Carlos Renaux, deputado constituinte da Primeira Assembleia Constituinte de Santa Catarina em 1889. Em 1890, Carlos Renaux foi nomeado pelo governo estadual para presidir o conselho municipal. Foi escolhido para o cargo de superintendente (prefeito) em várias gestões.

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O início da indústria têxtil
Em 11/03/1892, data em que comemorava 30 anos de idade, Carlos Renaux instalou a primeira fábrica de tecidos em sociedade com Paulo Hoepcke e Augusto Klapoth, que mais tarde se retirariam da firma. Os primeiros teares da fábrica pioneira em Brusque foram acionados com os tecelões de origem alemã, vindos de Lodz, que pensaram em estabelecer uma pequena indústria de tecelagem em Brusque. Necessitavam, todavia, de uma pessoa que desfrutasse de conceito na comunidade e que fosse homem de capacidade dinâmica, capaz de tomar sobre si a responsabilidade do empreendimento. Renaux conquistara reputação de trabalhador eficiente e honesto e aceitou o desafio, mas, até então, ele não conhecia o ramo de negócio a que iria, depois, dedicar toda a sua existência.

Continua na próxima semana.