Cônsul Carlos Renaux – Síntese de uma grande história – Parte 2
No dia em que comemorava 30 anos, em 11/03/1892, Carlos Renaux instalou a primeira fábrica de tecidos em Brusque. Os teares da fábrica foram acionados com os tecelões de origem alemã, vindos de Lodz, Polônia, que pensaram em estabelecer uma pequena indústria de tecelagem em Brusque, mas que, para isso, precisavam de um empreendedor disposto […]
No dia em que comemorava 30 anos, em 11/03/1892, Carlos Renaux instalou a primeira fábrica de tecidos em Brusque. Os teares da fábrica foram acionados com os tecelões de origem alemã, vindos de Lodz, Polônia, que pensaram em estabelecer uma pequena indústria de tecelagem em Brusque, mas que, para isso, precisavam de um empreendedor disposto a investir. Renaux, que conquistara reputação de trabalhador eficiente e honesto, aceitou o desafio e empreendeu no ramo de negócio ao qual depois dedicou toda a sua vida.
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Atuação política
Envolvido na política, Carlos Renaux foi um dos chefes republicanos locais da Revolução Federalista que teve início em 2/02/1893 e terminou em 23/08/1895, quando a guerra civil espalhou-se pelos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, que durou 31 meses e foi marcada por atrocidades contra civis e militares.
Neste período, Renaux foi preso e submetido a Conselho de Guerra que terminou por condená-lo à morte por fuzilamento. Contudo, graças à enérgica interferência de seu ferrenho adversário político – Elesbão Pinto da Luz, a sentença foi anulada, e assim Renaux não se somou à estatística dos mortos daquela revolução.
Em 1898, Carlos Renaux e seu irmão Oskar passaram a integrar a Guarda Nacional.
No final do século XIX, a família Renaux fez construir o seu palacete no centro de Brusque, símbolo de prosperidade e poder – no local onde em 2018 existe a Praça Barão de Schneeburg.
Berço da Fiação Catarinense
Para ampliar a empresa e adquirir máquinas, Renaux tomou dinheiro emprestado de uma firma de Hamburgo e com esse aporte de recursos as indústrias se desenvolveram e marcaram um novo episódio na vida da cidade. Brusque não poderia mais manter-se como célula exclusivamente agrícola. E estaria condenada à decadência se não fosse sua transformação em parque industrial, e o primeiro passo desta transição coube ao visionário empreendedor Renaux.
Em 1900, Carlos Renaux instala a primeira fiação de algodão de Santa Catarina, que rendeu a Brusque o título de “Berço da Fiação Catarinense”.
Os três casamentos
Em 19/02/1884, Carlos Renaux se casou com Selma Wagner, filha do bem-sucedido pioneiro alemão Peter Wagner. Em setembro de 1912, ficou viúvo de Selma. Em 20/06/1913, casou-se com a atriz Johanna Maria von Schönenbeck, conhecida pelos brusquenses como “Hanna”. No final de 1917, Carlos Renaux passa a residir na Holanda para tratar da saúde da esposa Hanna, que faleceu no dia 31/12/1919, em Arnhem, na Holanda. E, em 10/08/1920, Renaux se casa em Arnhem, na Holanda com sua governanta, a holandesa Maria Luiza Auguste Lienhaerts – conhecida como “Goucki”.
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Cônsul Honorário em Baden-Baden
Em 1922, Renaux transferiu residência com a esposa para Baden-Baden pois, no tempo do Epitácio Pessoa, o governo brasileiro o nomeara Cônsul Honorário (sem ser funcionário de carreira e sem remuneração) para o Consulado em Baden-Baden, para cuidar da transferência de imigrantes alemães para o Brasil logo após o término da I Guerra Mundial.
Durante os anos em que esteve morando na Europa, Carlos Renaux manteve-se ativo nas atividades empresariais no Brasil. Do período em que foi Cônsul em Baden-Baden, existe carta que ele escreveu de Brusque para a esposa Goucki que ficara na Europa enquanto ele, o Cônsul, viera ao Brasil inspecionar a expansão da Fábrica Renaux, então dirigida por seu filho mais velho, Otto: “todas as construções foram feitas de acordo com meu plano de 1929 e ficaram grandiosas”.
A partir do início da década de 1930, Carlos Renaux mandou projetar, pelo engenheiro alemão Eugen Rombach, sua residência em Brusque. Estava se preparando para retornar definitivamente para o Brasil.
Continua na próxima semana.