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Consumo de produtos piratas cai em Santa Catarina

Nos últimos cinco anos, os moradores do estado reduziram a compra em 24,9%

De 2011 a 2015, os catarinenses reduziram o consumo de produtos piratas em 24,9%. É o que aponta pesquisa divulgada na semana passada pela Fecomércio-SC que analisa o comportamento dos consumidores. Enquanto em 2011 o consumo de mercadorias falsificadas era de 57,8%, em 2015 caiu para 32,9%.

CDs e DVDs, equipamentos eletrônicos e roupas são os produtos falsificados mais consumidos pelos moradores do estado. Os equipamentos eletrônicos também aparecem na lista dos itens piratas “rejeitados” – ou seja, aquilo que os consumidores jamais comprariam – com 13,5%. Junto a ele, estão os medicamentos, em primeiro lugar, e óculos, em terceiro.

A pesquisa da Fecomércio-SC também aborda os motivos que levam os consumidores a adquirirem mercadoria falsificada. As três principais respostas foram: “preços mais em conta”, “porque é mais fácil de encontrar” e “o produto pirata está disponível antes do produto original”. As motivações são as mesmas de 2011.

As razões que fazem o consumidor rejeitar o produto pirata também são as mesmas de 2011. “Qualidade ruim”, “falta de garantia” e “prejudica o comércio formal” foram apontadas pelos consumidores nos últimos cinco anos.

Além dessas informações, o estudo mostra ainda que 47,9% dos consumidores de produtos piratas são homens e 52,1% são mulheres. No segmento da faixa etária, os líderes de compradores estão entre os 25 e 34 anos (33,8%) e entre os 18 e 24 anos (26,4%).

Prejuízo ao comércio

Para o presidente da Fecomércio-SC, Bruno Breithaupt, o comércio ilegal é “um dos gargalos enfrentados pelos empresários catarinenses e impacta no faturamento das empresas e na qualidade dos produtos”. Segundo Breithaupt, o combate à pirataria é um compromisso relacionado à formalização e à competitividade do setor terciário.

Os lojistas brusquenses também se preocupam com o comércio ilegal e com o prejuízo que pode causar às vendas legais. O proprietário da loja de tecnologia Mohr, Sérgio Mohr, diz que o nicho do mercado ilegal é “complicado”, porém, ele afirma que, nos últimos tempos, a diferença entre os valores dos produtos pirata e original diminuiu. Além disso, ele ressalta as vantagens do produto original.

“A pirataria prejudica bastante os negócios. Mas muitas vezes o consumidor está atento. Vendedores de produtos de origem duvidosa geralmente falam que a garantia do produto é eles mesmos, e que é só voltar na loja e o produto será trocado. Isso é errado. Nós sempre temos uma preocupação com o fornecedor. Sempre adquirimos produtos que sabemos que há assistência técnica da marca no Brasil”, afirma o proprietário.

Produto que aparece em sexto na lista dos piratas mais consumidos, os óculos é encontrado facilmente nos camelôs de Brusque e com vendedores ambulantes. O comércio desses itens, para o diretor da ótica do Moderna, César Busnardo Júnior, deixa as lojas que comercializam o produto original em desvantagem.

“Eles não pagam imposto e os óculos são de má qualidade. O que prejudica também o consumidor. Aqui em Brusque sempre tem esse tipo de comércio. Isso deixa a gente triste, até porque apagamos impostos, aluguel e os demais custos”, diz. “Mas a venda de produtos piratas só existe porque há o consumidor. O consumidor precisa estar informado que o óculos falsificado pode até causar problemas na visão”, completa.

Denúncias

Neste ano, a principal operação da Polícia Civil em relação à pirataria ocorreu em setembro, com a apreensão de milhares de CDs e DVDs no Camelô do Centro, em frente ao terminal urbano. Ainda assim, segundo o delegado da Divisão de Investigação Criminal (DIC), Alex Bonfim Reis, nem todos os produtos piratas podem ser apreendidos.

“Por exemplo, a pirataria relacionada às roupas não temos como enfrentar. Porque depende de denúncia de representantes dos proprietários da marca para podermos fazer a apreensão das peças falsificadas. Sem isso, não temos como agir”, explica.

Na lista dos produtos piratas mais consumidos em 2015, as roupas aparecem em terceiro lugar, com 10,5% de comercialização.