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Contas em atraso e falta de remédios foram entraves na Saúde de Brusque

Secretário Humberto Fornari afirma que há ações que não foram implantadas por falta de verbas

O secretário de Saúde de Brusque, Humberto Fornari, completou seis meses à frente da pasta no fim do mês passado. Anunciado pelo prefeito Jonas Paegle pouco tempo depois da eleição de outubro de 2016, ele já atuava na secretaria, como psiquiatra efetivo.

Fornari reconhece que, ao chegar ao cargo máximo da secretaria, teve que rever conceitos sobre sua gestão. De fora, afirma, tudo parecia mais fácil. Na prática, deparou-se com uma secretaria desabastecida de medicamentos e uma licitação que não contemplava todos. Além disso, havia R$ 1,7 milhão em dívidas com fornecedores.

“A principal dificuldade nesses primeiros seis meses foi administrar as contas. Tínhamos uma licitação para compra de medicamentos ainda a ser construída, que demorou uma eternidade”, relata o secretário.

“Eu nunca tinha assistido tal situação, uma licitação levar mais de seis meses para ser liberada”.

O secretário também diz que há projetos previstos que, por enquanto, não puderam ser implantados por falta de verbas. Um deles é o pronto atendimento estendido, das 18h às 22h, que ainda não foi implantado.

Por outro lado, Fornari afirma estar satisfeito com o mutirão realizado para acelerar consultas, cirurgias e exames represados no ano passado, em programa denominado Fila Zero da Saúde.

De março até junho deste ano, ele explica, foram feitas mais de 700 cirurgias. O secretário afirma que , ao analisar os resultados do ano passado, isso pode ser considerado um “grande avanço”, assim como a redução da demanda de atendimentos em saúde bucal em 45%.

Segundo ele, havia 15 mil consultas represadas de 2016, que foram realizadas neste primeiro semestre.

A secretaria ainda “está devendo”, conforme as palavras de Fornari, a contratação de agentes comunitários de saúde. “

“Era uma das vontades, mas infelizmente, por questão de folha [de pagamento], neste momento a gente não consegue”, afirma Fornari.

Levantamento de comissão especial da Câmara de Vereadores identificou que o número de agentes comunitários de saúde a serem contratados é estimado em pelo menos 100 novas vagas.

Obras em andamento

Atualmente, a Prefeitura de Brusque possui cinco obras de novos postos de saúde a serem finalizadas. Apenas duas delas devem ser entregues este ano.

As unidades de saúde dos bairros São Pedro e Rio Branco estão 90% prontas, e mantém-se a previsão do início do ano de que serão inauguradas em outubro.  

A do bairro Limeira, por sua vez, deverá ser entregue no início de 2018.

Não há previsão de conclusão das unidades do Zantão e Emma II. Neste caso, a empresa que estava executando as obras pediu o cancelamento do contrato, por causa das sucessivas paralisações, e no momento as obras estão paradas.

Conforme o secretário, as três unidades de saúde que estão em execução já possuem equipes de estratégia de saúde da família contratadas, que estão atuando em outros locais. Quando inaugurarem, elas serão deslocadas para os novos espaços.

Reestruturação do Caps

O secretário informa, também, que continua em andamento a reestruturação anunciada para os Centros de Atenção Psicossocial (Caps).

Ele explica que se mantém a intenção de ocupar parte de área construída para receber a UPA 24 horas, no bairro Santa Terezinha, para abrigar o Caps-Ad, já que o governo decidiu que abrirá uma estrutura menor da UPA, o que fará com que sobre espaço ocioso no imóvel.

Já o Caps 2 e o Caps Infantil, conforme Fornari, devem ser instalados em uma residência no bairro Primeiro de Maio, próximo ao Sintrafite.

Ele não informou o endereço exato, mas adiantou que a secretaria está em negociação com o proprietário, e que o local já foi analisado pela pasta. A estrutura foi considerada bastante ampla e ideal para abrigar os dois serviços em ambientes separados.