Coro da comunidade Sagrado Coração de Jesus se apresenta voluntariamente nas igrejas da região
O coro surgiu em fevereiro de 2015 pela iniciativa de Ciro Riffel, que já cantava na igreja São Luís Gonzaga
Alguns já gostavam de cantar e outros nunca haviam entoado uma canção. Ainda assim, quando as vozes dos 23 membros do coro da comunidade Sagrado Coração de Jesus, do Guarani, unem-se, a sintonia é perfeita. O som é fruto da doação e da alegria em servir a Deus e à comunidade.
Pessoas de idades e de ocupações diferentes integram o coro. Em comum, há apenas a vontade de aprender para, posteriormente, apresentarem-se nas missas da comunidade e em outras igrejas de Brusque. O coro surgiu em fevereiro de 2015 pela iniciativa de Ciro Riffel, presidente e membro do grupo. Ele já cantava na igreja São Luís Gonzaga e em conversa com o padre Luciano José Toller – orientador espiritual da comunidade – pensou em reunir pessoas voluntárias para cantarem nas celebrações religiosas. No local, existiam apenas grupos de músicas. “A missa fica mais solene e bonita com o coro”, afirma Riffel.
Ele conta que, gradativamente, as pessoas foram se integrando ao grupo. Semanalmente, nas segundas-feiras, os cantores se encontram das 19h30 às 21h para os treinos vocais e para colocar em prática algumas das 47 canções que têm no repertório. Os ensaios são abertos para o público em geral. “Existe uma ansiedade por esse momento. As segundas ficaram diferentes”, diz o presidente.
O coro já se apresentou na capela São José, localizada no bairro Primeiro de Maio, na igreja do bairro Steffen e também no Convento Sagrado Coração de Jesus, no Centro. Entre os integrantes do grupo, o padre Toller diz que há os que têm dom mais aperfeiçoado para cantar. Para ele, entretanto, o que importa é a dedicação dos cantores em prol da comunidade.
“São cristãos que já têm uma experiência na igreja e desejam ir além. São pessoas que se sentem tocadas e querem trazer algo para si próprio e para a igreja como um todo, que querem compartilhar a riqueza musical com o seu próximo”, explica.
Bem para si e para o próximo
Professora de técnica vocal do grupo, Tatiane Kruger Niebuhr conta que, além da ação voluntária, eles também tem função social de acolher e de incluir as pessoas. Em relação aos ensaios, a maestrina explica que são trabalhados quatro fundamentos: postura, respiração, ressonância e articulação. Os arranjos musicais, por sua vez, são sugeridos de acordo com o gosto musical dos participantes e também pelo padre Toller.
As mulheres são divididas em sopranos (voz mais aguda) e contraltos (voz mais grave), e os homens, como são minoria – atualmente cinco -, cantam em uníssono (uma voz intermediária entre baixo e o tenor).
“Há pessoas que têm mais facilidade para cantar. Mas aqui a técnica vocal não é trabalhada de forma individualizada. Eles têm a oportunidade de conhecer algo diferente e ver que o coro não é chato, é muito legal”, explica Tatiane. “É uma experiência enriquecedora, pra mim e pra eles. É o momento em que tiram esse tempo para aprender, fazer um bem pra eles e para os outros”, completa.
Há um ano no coro, Maria Pereira, de 61 anos, começou a participar a convite de uma amiga. Quando era solteira, ela já havia integrado o grupo de canto do Santuário de Azambuja.
“Esse [cantar] é um dom que eu tenho que veio dos meus antepassados. É um dom que Deus deu pra mim e que eu coloco a serviço do meu próximo”, diz. O olhar inocente de Camily Pereira, de 10 anos, revela inquietações e um “desejo de fazer alguma coisa”. A menina, que sonha em ser cantora, frequenta o coro juntamente com o pai.
“Em casa não faria nada e não contribuiria com a comunidade. Aqui posso ficar mais perto de realizar o meu sonho”.
Para o aposentado Sérgio Pessoa, de 62 anos, participar do coro é receber benefícios espirituais. “Não ganhamos nada aparentemente, mas nos enriquecemos de conhecimento e principalmente de paz de espírito por poder nos apresentarmos nas missas e tocarmos o coração das pessoas”, afirma ele.