Coronavírus: saiba a situação das barreiras do trânsito em Botuverá e Guabiruba
Bloqueios têm função de orientar pessoas sobre os riscos da contaminação pelo Covid-19
Bloqueios têm função de orientar pessoas sobre os riscos da contaminação pelo Covid-19
Assim como em vários municípios de Santa Catarina, Botuverá e Guabiruba também montaram barreiras orientativas para tentar conter a transmissão de coronavírus no estado.
Os dois municípios ainda não têm nenhum caso confirmado da doença, mas as prefeituras já estão tomando medidas preventivas.
O Ministério Público de Santa Catarina alertou que bloqueios generalizados que impedem completamente a entrada e saída dos territórios municipais de todos os meios de transporte de cargas e pessoas, individuais e coletivos, assim como a livre circulação de pessoas e serviços entre os limites municipais, não encontram base legal nem mesmo nessa situação de emergência.
O prefeito de Guabiruba, Matias Kohler, explica que a barreira montada na rua Pomerânia, frente à escola Paulo Schmitt, é para orientar quem vem de Gaspar e Blumenau. A barreira em Guabiruba é de orientação, e tem como objetivo evitar o máximo possível a exposição dos moradores ao Covid-19.
Para as pessoas que trabalham em Guabiruba, automaticamente a passagem está liberada, mas os funcionários verificam se a pessoa tem algum sintoma. Para quem vem de outros municípios, ou às vezes está de passagem, a prefeitura orienta para tentar evitar a exposição.
“Se a pessoa não tem necessariamente que visitar pai, mãe, amigo, vizinho, a instrução é que retorne para sua origem. “Se a pessoa já está doente, acamada, se ela contrair o vírus, que em Blumenau, por exemplo, já tem transmissão comunitária, ela corre o risco de passar por uma situação muito pior”, diz o prefeito.
Segundo Kohler, a estratégia está sendo bem-sucedida e as pessoas estão sendo conscientes.
“Todo dia, pessoas que iriam para algum lugar sem extrema necessidade, acabam retornando após a orientação. É um processo de cuidado mútuo. A gente já percebe uma grande aceitação do processo de isolamento social, como única forma de prevenção no momento”, conta.
“Tivemos situações como a de uma senhora que vinha cuidar de uma amiga dela em Guabiruba que estava acamada, orientamos se era realmente de extrema necessidade, ou se ela não tinha medo de trazer o vírus de Blumenau para cá, ou levar daqui para lá. Ela foi bem receptiva e concordou”, lembra.
Em Botuverá, as barreiras funcionaram de quarta-feira, 18, até domingo, 22, mas pararam de funcionar por falta de presença policial.
O prefeito em exercício, Alcir Merizio, relata que entrou em contato com o tenente-coronel da Polícia Militar, Otávio Manoel Ferreira Filho, mas que ele explicou que estava difícil deslocar alguém para lá.
“Não tivemos respaldo, então a gente estava só com funcionários da prefeitura e um da Defesa Civil. Fica difícil, pela segurança dos funcionários, então a gente suspendeu provisoriamente desde segunda-feira, 23. Precisamos de pelo menos uma viatura”, explica.
Merizio lembra que, no domingo, 22, aconteceu uma perseguição policial, que foi até Botuverá, onde uma pessoa que trabalhava no local chegou a ser atropelada em uma barreira em Brusque.
“Isso deixou a gente apreensivo, não quero colocar meus funcionários em risco. Se atropelou um policial, imagina um civil”, complementa.
Dois bloqueios chegaram a ser montados no município, nos limites com Brusque e Vidal Ramos, mas depois o atendimento foi centralizado no centro da cidade, em frente à prefeitura.
Assim como em outros locais, a barreira era orientativa. “Parava as pessoas e questionava, principalmente pessoas de outros municípios, o que iam fazer em Botuverá, se tinha necessidade de entrar, e se não, pedíamos que voltasse para suas casas. A gente também orientava para os veículos do próprio município, que não ficasse circulando muito, que ficassem em casa, só saísse se fosse necessário”.
O prefeito em exercício afirma que ainda está em negociação com a PM para recolocar o bloqueio orientativo.