Corregedoria investiga conduta de juíza que teria induzido vítima de estupro a desistir de aborto em SC
Caso sobre vítima de 11 anos foi divulgado pelo The Intercept
Caso sobre vítima de 11 anos foi divulgado pelo The Intercept
Uma juíza da comarca de Tijucas teria induzido uma vítima de estupro a desistir de fazer o aborto legal, segundo informações divulgadas nesta segunda-feira, 20, pelo site The Intercept. A conduta já está sendo apurada pela Corregedoria do poder Judiciário catarinense.
Conforme o site, a vítima tinha 10 anos na época do crime, mas descobriu a gravidez dois dias antes de completar 11 anos e, conforme a reportagem, corre risco de vida ao manter a gestação.
Após descobrir a gravidez, que se configura como estupro de vulnerável devido à idade da vítima, a mãe da criança buscou auxiliou jurídico e médico para a realização do aborto legal previsto para casos de violência sexual.
Apesar de juridicamente não existir data limite para o procedimento nestes casos, o Hospital Universitário (HU) de Florianópolis pediu por uma autorização da justiça, pois a gestação passava da 20ª semana.
Conforme nota do HU ao The Intercept, a instituição realiza inúmeros encaminhamentos ao poder judiciário que, normalmente, defere o pedido com agilidade. “No entanto, há situações pontuais cuja conduta do poder judiciário não corresponde à expectativa da equipe”, afirmou em nota.
Com acesso a uma audiência em vídeo do caso, que segue em sigilo, o site reportou a postura da promotora e da juíza do caso. Após o pedido feito pelo HU, a criança foi enviada para um abrigo com o objetivo de proteger a criança do agressor, mas, conforme as informações divulgadas pelo The Intercept, o motivo atual é “o risco é que a mãe efetue algum procedimento para operar a morte do bebê”.
Durante a sessão, a juíza questiona se a vítima “suportaria ficar mais um pouquinho” com a gestação. A conduta da promotora também é questionada ao falar: “Em vez de deixar ele morrer – porque já é um bebê, já é uma criança –, em vez de a gente tirar da tua barriga e ver ele morrendo e agonizando…”.
Após a repercussão do caso a nível nacional, a Corregedoria-Geral da Justiça de Santa Catarina comunicou que “já instaurou pedido de providências na esfera administrativa para a devida apuração dos fatos”.
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