Corte de árvores no Casarão Strecker foi autorizado
Ao contrário da demolição da casa, corte das árvores foi feito com a autorização da Fundema
Com a derrubada do casarão da Família Strecker, no fim do mês de agosto, a paisagem da rua Carlos Gracher, esquina com a avenida Otto Renaux, ficou vazia. Além da derrubada da casa, as árvores que compunham a propriedade também foram cortadas, e no local, resta agora, um grande terreno baldio.
Ao contrário da demolição da casa, o corte das árvores foi feito com a autorização da Fundação do Meio Ambiente de Brusque (Fundema). “A solicitação de corte foi feita anterior à demolição da casa”, afirma o superintendente do órgão, Diego Furtado.
De acordo com ele, ao fazer o pedido para o corte das árvores, o atual proprietário afirmou que havia a intenção de preservar a construção. As duas ações diferem uma da outra. “As árvores que existiam no local eram passíveis de corte, por isso, o proprietário foi licenciado e ganhou a autorização. São coisas completamente distintas, não existia impedimento para o corte das árvores”, destaca.
O engenheiro florestal da Fundema, Anderson Constantini, destaca que no local haviam árvores exóticas e nativas. “Tínhamos quatro espécies nativas: quaresmeiras, goiabeira e pitangueira, e também árvores exóticas: araucária, mais conhecida como pinheiro de natal, cássia e leque chinês”, diz.
A araucária era a espécie mais antiga da propriedade. “A araucária era bastante velha, tinha perto dos 50 anos”.
De acordo com o engenheiro, até 20 árvores nativas, a licença para o corte emitida pela Fundema é simples. “Acima de 20, é feito um pedido de projeto de supressão de vegetação. Quando são espécies exóticas, não precisa de licença, mas muita gente pede para se certificar, neste caso, fazemos uma dispensa de licença”.
Constantini explica ainda que a autorização para o corte de árvores são comuns em Brusque. “Se as árvores não estão em Área de Preservação Permanente (APP), não há motivo para não autorizar”.
Segundo ele, neste caso, o pedido de licença de corte foi realizado no fim do mês de julho, com validade de 90 dias.
Relembre o caso
Construído em 1946, o casarão que abrigou até o início deste ano, membros da família Strecker, foi derrubado no dia 30 de agosto. A construção fazia parte do catálogo do patrimônio histórico de Brusque, e foi demolida irregularmente, já que o Instituto Brusquense de Planejamento (Ibplan) e o Conselho do Patrimônio Histórico indeferiram o pedido de demolição da WK Administradora, atual proprietária do imóvel.