Amanda Kuhn/O Município

Caroline Roncelli, de 24 anos, apesar da pouca idade, já dedicou metade de sua vida à moda. Natural de Brusque, hoje ela é dona do próprio ateliê e é responsável por todo o processo de criação e produção de suas peças, voltadas para o público feminino.

O Caroline Roncelli Ateliê é destinado à confecção de roupas para eventos especiais, como casamentos, formaturas e aniversários. “Gosto quando é uma ocasião especial, um aniversário, casamento, [a pessoa] é madrinha, é um dia em que a pessoa vai se sentir a princesa, é uma coisa especial”, compartilha.

Jovem produz suas peças a partir de inspirações e fotos de clientes, sem desenhar – Amanda Kuhn/O Município

Localizado em um local nos fundos de sua casa, o espaço possui uma arara com várias opções de roupas, como vestidos longos e curtos e macacões, com as mais diversas cores, tamanhos e modelagens, produzidos por Caroline.

Além da produção das peças, ela também realiza consertos. Com o auxílio da mãe para pequenos ajustes, como colocação de botões, ela confecciona as roupas somente a partir de fotos e inspirações que as clientes levam até ela.

Produção detalhista

Com foco em produções sob encomenda e sob medida, cada peça leva o seu tempo necessário. “Eu compro os tecidos, faço o molde, retalho, provo na cliente, vamos fazendo os ajustes certinhos até ficar pronto e entregar a peça”, diz.

Sobre a sua parte favorita da produção, Caroline destaca que poder ver a peça pronta e vestida nas clientes é emocionante. “Eu gosto de todas as etapas, mas ver ele [o vestido] pronto é realizador. A fase de finalização é a parte mais encantadora, ver a cliente com o vestido pronto, feliz.”

A indicação é a vitrine do seu trabalho. Por meio de amigas e familiares, ela vai conquistando clientes. “Quando eu era mais nova eu fazia muitas roupas pra mim e pras minhas amigas e elas sempre viam eu usando as roupas e pediam peças iguais”, relembra.

Trajetória na costura

Após aprender a costurar aos 12 anos, com o auxílio da internet e assistindo sua dinda e suas tias costurando, ela participou de um curso de confecção como menor aprendiz, no qual aprimorou suas habilidades e foi ganhando novas responsabilidades.

Ela também se aperfeiçoou na faculdade, e atualmente é formada em Design de Moda.

Ainda sem ter certeza do caminho profissional que queria seguir, a jovem cursou um ano de Direito, o que a impulsionou ainda mais para a moda. “Eu levava roupas para terminar de costurar durante as aulas”, afirma Caroline.

Então, em 2018, iniciou a faculdade de Design de Moda. Lá, descobriu o caminho que queria seguir: o processo de confecção de roupas. Ela conta que era uma das únicas que preferiam, de fato, a construção das peças.

Em seu ateliê, a costureira cria roupas sob medida para ocasiões especiais – Amanda Kuhn/O Município

“Eu era uma das únicas alunas que se interessavam pelo processo de confecção. Outras meninas se interessavam por montar looks, outras por desenhar ou pela parte do marketing”, conta a costureira.

No nicho de roupas de festa, a profissional atua desde 2016. Ainda durante a graduação, ela procurou descobrir em qual área se encaixava. “Uma das coisas que eu mais gostava de fazer era roupas especiais para dias especiais”.

Antes de encontrar a sua paixão, ela trabalhou em outros locais, mas não se identificava. “Eu já trabalhei na área de desenvolvimento de produção de uma empresa que produzia em larga escala e não era o que eu gostava. Era uma produção de, por exemplo, mil peças iguais, e não era o que eu me identificava.”

Para o futuro, os planos são expandir a sua marca e ter uma equipe, já que atualmente, ela constrói as peças do zero com a ajuda da mãe para alguns retoques manuais.

“Eu me vejo um dia tendo um ateliê grande, com mais opções de vestidos, produzindo mais, com uma equipe maior, me vejo crescendo dessa forma”, projeta.

Idade choca os clientes

Por ser jovem, Caroline afirma que muitas pessoas, ao chegarem no ateliê, acham que a costureira é a sua mãe e ficam chocadas ao descobrirem que ela é a dona.

“Geralmente a costureira era associada a uma pessoa mais velha, era algo que passava de avó ou mãe pra filha. Pra mim é novidade também, assim como é pra todo mundo”, diz.

Aos 24 anos, Caroline dedica metade de sua vida à costura – Amanda Kuhn/O Município

Ela relata que já teve colegas de trabalho mais velhas, de cerca de 50 anos, mas que começaram a trabalhar na área desde novas e que pretende seguir no mesmo caminho, construindo uma carreira na área de costura e confecção.


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