Covid-19: como funerárias e famílias são afetadas quando há a impossibilidade de velórios

Em alguns casos, há um curto encontro de quatro horas para 10 familiares e amigos próximos

Covid-19: como funerárias e famílias são afetadas quando há a impossibilidade de velórios

Em alguns casos, há um curto encontro de quatro horas para 10 familiares e amigos próximos

Serviços funerários têm sido afetados pela crise do coronavírus (Covid-19), com a impossibilidade de realização de velórios e da cerimônia fúnebre integral, na maior parte dos casos. Em Brusque e região, há casos de famílias que sequer puderam velar os corpos dos entes queridos, ou então foram obrigados a prestar uma curta e reduzida homenagem.  As determinações são da Nota Técnica Conjunta 015/2020, da Diretoria de Vigilância Sanitária do Estado de Santa Catarina (DIVS) e da Secretaria de Estado da Saúde (SES).

A Funerária Guabiruba registrou oito serviços sem velório desde março, em função das orientações. O proprietário, Valmir Zirke, explica que tem sido muito difícil explicar às famílias que os velórios não podem ser realizados.

“É um momento já muito difícil. O faturamento da funerária enquanto empresa também é afetado, porque sem velório as famílias escolhem, por exemplo, caixões mais simples. Percebi as pessoas estão com o medo também de fazer uma conta com a funerária e não ter como pagar.”

O gerente da Funerária Brusque, Estevão Silva Neto, comenta que há uma queda na procura pelos serviços, e afirma que em dois casos suspeitos de Covid-19 não foram realizados velórios. “Haverá esta discrepância. A pessoa não investe no produto que a funerária vende. São produtos às vezes que a família quer, mas não adquire, acaba não valendo a pena.”

Os velórios têm durado quatro horas, com capacidade limitada a 10 pessoas, incluindo apenas familiares diretos e amigos próximos. Há também quem se reveze, para não ultrapassar o limite. Silva Neto comenta que os funerais dentro do plano de assistência funerária têm cumprido os itens em contrato. Em todas as ocasiões, é disponibilizado álcool em gel para higienização.

No caso de planos de assistência funerária, o contrato na Funerária Brusque prioriza as orientações do governo estadual na íntegra. Ou seja, o velório previsto acaba cancelado ou realizado da forma limitada a 10 pessoas. “Não realizar velório não é opção da funerária, é a situação imposta pelo que está acontecendo. É necessária a compreensão da população”, comenta Zirke.

“As pessoas querem se despedir, ter um velório normal. Em alguns temos dificuldades em esclarecer e realizar este momento de quatro horas. Temos o apoio da Polícia Militar. Se uma pessoa morre às 16h, não podemos sepultar, pois sepultamentos vão até 17h. Então a pessoa que faleceu passa a noite na funerária, a família em casa. Este corpo vai á capela de manhã para quatro horas de velório. As famílias sentem mais do que a funerária”, complementa Silva Neto.

Zirke também relata que houve um caso no qual o corpo precisou passar a noite na Funerária Guabiruba, e foi levado ao cemitério às 9h30, com familiares e amigos próximos aguardando. Uma curta reza foi proferida por um padre e a cerimônia se encerrou rapidamente.

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