Covid-19: Fábrica de toalhas suspende contrato de quase todos os funcionários, em Brusque
Empresa permanecerá fechada por 30 dias e funcionários poderão retirar seguro desemprego
Nesta quarta-feira, 8, a indústria brusquense Toalhas Groh suspendeu o contrato de quase todos os funcionários. De acordo com o empresário Jonas Groh, são 35 colaboradores suspensos, do total de 45.
Decisão ocorre devido à crise instalada pela quarentena em combate ao coronavírus. Ainda segundo Groh, outros cinco contratos de experiência não foram renovados. “Só vai ficar o pessoal do administrativo, para prorrogar títulos e fazer as atividades relativas a RH, comercial e contabilidade”, diz.
A fábrica ficará fechada por 30 dias. Ele aguarda este período para melhora da situação econômica para reativar os contratos dos funcionário.
Enquanto isso, os colaboradores receberão o seguro-desemprego adiantado, auxílio anunciado pelo governo federal. “A situação melhorando, voltamos. Caso não melhorar, pode-se prorrogar por mais 30 dias”, completa Groh. Fundada em 1996, a Toalhas Groh fabrica toalhas de banho, rosto, lavabo, social e panos.
Confira nota da empresa na íntegra:
Desde 1996 a Groh fabrica toalhas e artigos para o lar. Nossa equipe de colaboradores é muito competente, trabalhadora e dedica-se ao máximo para bem atender os nossos clientes. Nesse período passamos por diversas crises, mas nenhuma tão grave quanto esta.
No decorrer desta semana foi muito triste ter que optar pela suspensão dos contratos destes trabalhadores. Essa decisão foi tomada para evitar demissões. Apesar das medidas, haviam pessoas em contrato de experiência que não foram renovados.
A crise do COVID19 está atingindo o setor têxtil e provocando prejuízos que levarão muito tempo para serem recuperados. De todos os setores da economia, o têxtil talvez seja o mais atingido porque é formado por uma extensa cadeia produtiva (rede de lojas, confeccionistas, tecelagens, malharias, estamparias e tinturarias). Além de gerar milhões de empregos, contribui com a arrecadação de impostos para o governo. Sabemos que a economia de Brusque e região é fortemente ligada a este setor. Precisamos ser fortes para podermos suportar os meses que virão pela frente.
Triste é saber que a crise que se estabeleceu foi aprofundada pela incapacidade de algumas autoridades públicas em exercerem um papel de liderança estratégica. Essas autoridades deveriam ter sido menos ideológico-eleitoreiras e mais equilibradas, focadas sim na necessidade de se preservar a saúde das pessoas, mas também, a saúde econômica da nossa região, estado e país.
Menos ideologia, menos interesses políticos-eleitoreiros e mais administração científica, estratégica e sistêmica.