Covid-19: Fórum Sindical orienta trabalhadores a consultar sindicatos antes de acordos
Orientação do Fórum de Entidades Sindicais de Trabalhadores de Brusque aponta que ações coletivas beneficiam maior número de pessoas
Orientação do Fórum de Entidades Sindicais de Trabalhadores de Brusque aponta que ações coletivas beneficiam maior número de pessoas
O Fórum de Entidades Sindicais de Trabalhadores de Brusque e região está orientando que os empregados não façam acordo individuais sem consultar antes o sindicato de sua categoria.
De acordo com o coordenador do Fórum, José Isaias Vechi, isso ocorre porque as ações coletivas beneficiam maior número de pessoas e evitam que os trabalhadores fiquem a mercê de empresários mal intencionados.
Para ele, é preocupante o rumo que pode ter o trabalhador com as MPs anunciadas pelo governo federal a fim de minimizar os impactos da pandemia do coronavírus nas relações de trabalho. A 936, por exemplo, permite que haja redução da jornada de trabalho e salário a patamares que vão de 25% a 70%, com o governo federal complementando a renda do empregado por um período.
Outra MP, a 927, retira a necessidade de que os acordos entre patrões e empregados tenham participação de sindicatos laborais. Vechi aponta que é um risco muito grande para o lado mais fraco.
“Trabalhadores e trabalhadoras, não façam acordo individual. Procurem o sindicato para que faça acordo coletivo. Se fizer acordo coletivo, vale para toda a categoria e individual somente para aquele trabalhador ou empresa”, frisa ele, afirmando que a participação do sindicato em negociações está prevista na Constituição Federal.
Para Vechi, o sindicato participando da negociação pode obter condições melhores ao empregado, que vão desde prazo maior de estabilidade após o fim do afastamento temporário a condições melhores de ambiente de trabalho, com locais adequados nas empresas e industrias diante dos pedidos de isolamento e distância entre pessoas.
“Sabemos que há empresários bons e justos, mas há uma outra parte que não está preocupada com o trabalhador”, destaca, opinando que as MPs são inconstitucionais da maneira como foram elaboradas.
O coordenador do Fórum afirma que as entidades sindicais estabeleceram cada uma maneira de agir diante do Decreto 525, do governo do estado.
Quando o governador baixou o decreto, os sindicatos se reuniram virtualmente cada um decidiu adotar medidas de forma individual. Isso se deu porque cada qual possui suas particularidades.
“Uns possuem médicos, dentistas e demais atendimentos. Outros menos serviços. O Fórum Sindical entende que os sindicatos tomaram decisão correta: fecharam suas portas e cada entidade colocou as informações e meios de contato dos trabalhadores. Quando os trabalhadores precisam podem buscar os sindicatos”, comenta.
Para o coordenador do Fórum, o isolamento social adotado como forma de prevenir o avanço da Covid-19 é a medida acertada até o momento.
“Não sabemos direito o que fazer. Vem um infectologista e diz uma coisa, e outro diz outra. Isso (isolamento social), sim, deixou de ceifar muitas vidas no Brasil, pela coragem que tiveram o ministro da saúde, os governadores dos estados e os prefeitos. O isolamento vai desacelerar a economia, mas preservar a vida é mais importante. Vamos recuperar a economia. Leve um ano ou dois, vamos recuperar. Agora, as vidas perdidas não”, finaliza.