Covid-19: infectologista avalia o uso de duas máscaras ou modelo PFF2 em Brusque
Em abril, a Prefeitura de Florianópolis orientou a população para que utilizem este modelo
No começo de abril, a Prefeitura de Florianópolis divulgou uma atualização sobre equipamentos de proteção individual indicados para a população. Foi orientado que seja utilizada preferencialmente máscara cirúrgica com máscara de pano/tecido por cima, ou a máscara N95/PFF2, que oferece proteção maior, em ambientes fechados, caso a população tenha disponível.
A recomendação da equipe técnica é baseada em protocolos internacionais de combate ao novo coronavírus. Estes levam em conta a possibilidade de contágio por novas variantes da Covid-19, que se mostram ainda mais transmissíveis.
De acordo com o médico infectologista da Vigilância Epidemiológica de Brusque, Ricardo Alexandre Freitas, a N95/PFF2 é uma máscara profissional e o uso dela é um excesso de zelo. Portanto, o município provavelmente não orientará tão cedo a população para utilizarem o modelo.
“É uma medida do governo que deveria ter sido feita muito precocemente. Agora, a tendência é que qualquer proteção dará certo”, diz.
Para a população em geral, o uso deste modelo é recomendado para ambientes com alto risco de contaminação, como o transporte público. Também, para ir ao mercado, farmácia ou consulta médica. A PFF2 tem poder de filtragem maior do que as máscaras cirúrgicas e pode ser utilizado por mais horas sem precisar ser trocada.
Entretanto, segundo Freitas, a população em geral pode não adotar a orientação por ser um modelo mais caro. “É uma máscara que se sujar ou umedecer tem que ser eliminada. Não dá para lavar e é muito pouco prática para a saúde pública. É muito gasto para pouca efetividade. Além de que o uso precisa ser correto”, ressalta.
O médico infectologista destaca que máscara em questão impede que a pessoa respire o vírus. Isso ocorreria se ela estiver ao lado de outra pessoa contaminada e sem máscara. “Em um avião, viagem de 12 horas, tudo bem. Mas no cotidiano, não é prático”, aponta.
Ainda no comunicado, a Secretaria de Saúde de Florianópolis orientou que a população utilize máscara cirúrgica por baixo e máscara de pano/tecido por cima, sempre nesta ordem. As máscaras cirúrgicas podem ser usadas por até quatro horas seguidas, se estiverem em boas condições.
Freitas explica que a máscara cirúrgica é boa, mas que é preciso usar uma diferente em cada turno. Ou seja, duas máscaras por dia, que não é lavável. Já para o cuidado e limpeza da máscara de pano, é preciso armazená-la em embalagem até a hora da lavagem.
Ele reflete que, se já existe dificuldade do uso correto de máscaras comuns, a orientação de uma máscara mais forte pode não ter grandes efeitos para a população.
“É muito bonito na teoria, mas pouco a nível prático para a população em geral. Uma máscara de pano bem utilizada é eficaz. Se todos estiverem usando, o vírus não será transmitido”, completa.
Portanto, para Freitas, o foco precisa ser a vacinação e o uso correto da máscaras já utilizadas, como a cirúrgica ou a de pano.
“O que a gente precisa fazer é acelerar a vacinação. Também, o que estamos vendo nas UTIs são pessoas jovens, com familiares e amigos, que provavelmente fizeram confraternização sem máscara”, conta.
N95/PFF2 e orientações
Para a melhor proteção, é preciso garantir que a máscara PFF2 cubra nariz e boca. A troca é recomendada sempre que estiver úmida, suja ou danificada.
As máscaras N95/PFF2 devem ser guardadas em envelope de papel limpo e arejado, e não deve ser utilizado saco plástico fechado, também não pode ser dobrada ou amassada.
Depois de utilizada, é preciso deixar a N95/PFF2 em local arejado, ou até no varal, mas sem sol direto, entre 3 a 7 dias após o uso. Uma opção é separar uma máscara para cada dia da semana e numerá-las
O descarte deve ser feito se a máscara estiver molhada, suja, com qualquer odor desagradável, afrouxamento das alças/clip ou danificada. A máscara N95/PFFE não deve ser utilizada com qualquer outra por baixo ou sobre ela.
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