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Covid-19: MP-SC denuncia empresa que aumentou preços de máscaras em 2.000%, em Blumenau

Justiça determinou uma fiança de dez salários mínimos para cada denunciado

A 15ª Promotoria de Justiça de Blumenau ofereceu denúncia à Justiça, com pedido de prisão preventiva ou medida cautelar alternativa à prisão, contra os três sócios de uma empresa fornecedora de produtos de material hospitalar pelos crimes de preço abusivo e contra a economia popular. 

A denúncia apresentada pelo Promotor de Justiça Odair Tramontin, diz que a empresa, em fevereiro, fornecia máscaras cirúrgicas a preços que variavam em torno de R$ 4 a R$ 5, aproximadamente, por pacote de 50 unidades. 

Após a publicação dos decretos estaduais que definiram o estado de emergência de saúde para Santa Catarina devido à pandemia da covid-19, esse mesmo produto passou a ser oferecido a até R$ 77,00, o que configura uma diferença entre os preços de quase 2.000%.

A Justiça determinou uma fiança de dez salários mínimos para cada denunciado, que deve ser paga em até três dias sob pena de ser convertida em prisão preventiva.

De acordo com Tramontin, “além do fato ser reprovável pela injustificável ganância em si, o que torna a conduta mais reprovável, ainda, é que as vítimas são hospitais e secretarias de saúde, e isso significa que estavam, também, assaltando dinheiro público”.

O Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) apurou os fatos com o auxílio da gerência da Fazenda Estadual. Durante a investigação havia variação de preços, no mesmo dia, conforme o comprador: em um caso, o produto foi fornecido pelo preço considerado normal para apenas um comprador, enquanto, para os demais, custava quase 20 vezes mais caro.

O Juiz de Direito da 2ª Vara da Comarca de Blumenau determinou a fiança como medida alternativa à prisão antes mesmo de apreciar se aceita a denúncia, devido à urgência motivada pela atual situação de emergência por que passa o estado por causa da pandemia do coronavírus.

Segundo o promotor de Justiça, também não seria adequado para este momento que a empresa deixasse de operar, principalmente pela escassez do produto e a necessidade de se manter o fornecimento. 

Além disso, a partir de agora, as transações comerciais da empresa podem ser monitoradas em tempo real, devido ao sistema de emissão de nota fiscal eletrônica, o que sujeita os sócios denunciados a terem a sua fiança convertida em prisão preventiva assim que for detectado que voltaram a cometer os crimes.